Colocado como um dos favoritos para brigar pelo topo da tabela no Brasileirão desta temporada, pelo investimento feito na paralisação do futebol, o Atlético Mineiro, de Jorge Sampaoli, deu um belo pontapé inicial neste último domingo. De forma incontestável, o Galo encarou o atual campeão da competição, no Maracanã, como há muito tempo não se via.
A atuação dos mineiros diante do 'todo poderoso Flamengo' escancara a mudança de postura e desempenho do time atleticano na temporada. A principal e mais notável modificação se dá pela intensidade da equipe. Durante os 90 minutos, o que se viu foi um time marcando forte, em bloco, sufocando a posse de bola rubro-negra.
Inicialmente em um 3-5-2, com muita liberdade para os laterais Guga e Arana, que flutuavam entre os flancos e nas costas dos volantes por dentro, o time de Sampaoli dificultou o quanto pôde as linhas de construção flamenguista. Na primeira etapa, porém, a dificuldade foi maior. O Fla trabalhou a bola e exigiu muito do setor defensivo. Ainda assim, a marcação atleticana não cessou em um único minuto.
Sem um jogador fixo na referência ofensiva, o time mineiro agora é leve e veloz, diferente do que foi no início de temporada. Marquinhos pela esquerda e Savarino pela esquerda foram responsáveis por impedir os avanços de uma das principais armas do Fla: os laterais. Rafinha e Filipe Luís pouco fizeram durante o jogo.
A saída de bola, porém, ainda é uma característica de Sampaoli que precisa de aprimoramento. Principalmente na etapa inicial, o time errou muito na defesa e ofereceu oportunidades ao Flamengo que poderiam mudar o destino do confronto.
Ainda antes do intervalo, o técnico argentino sacou o zagueiro Gabriel e colocou o volante Jair, o que fez o Galo mudar de esquema e estratégia, agora com uma linha de quatro na defesa, justamente para corrigir estes problemas na construção do jogo. Essa mudança trouxe o melhor para a segunda etapa. Aproveitando o declínio físico do Flamengo, o Atlético simplesmente 'atropelou' o adversário.
Com o meio campo mais povoado, o Alvinegro não permitiu o jogo do atual campeão brasileiro. Após as alterações, o panorama ficou ainda melhor. A força do elenco montado por Sampaoli o permitiu deixar no banco jogadores como Keno e Marrony, que trouxeram ainda mais intensidade à equipe na etapa complementar.
É chover no molhado afirmar que ainda é cedo para cravar projeções para o futuro do Atlético de Sampaoli na temporada. Porém, o sinal de mudança neste retorno da paralisação do futebol, sob o comando e as ideias do técnico argentino, é cada vez mais cristalino
0-1 | ||
Filipe Luís 24' (g.c.) |