Salvador Cabañas deixou sua marca em seu tempo no futebol, mas o sucesso foi mais breve que o esperado. Ídolo no Paraguai e no México e conhecido no Brasil como algoz do Flamengo em 2008, Cabañas teve a carreira interrompida por um tiro na cabeça. Sobreviveu por pouco e, nesta quarta-feira, o ex-atacante completa 40 anos.
O atacante estava no auge de sua carreira quando se envolveu em uma briga de bar e acabou baleado. Cabañas lutou pela vida, atravessou operações delicadas e venceu. Ainda tentou retornar aos gramados, mas as sequelas eram graves demais para manter-se em alto nível.
No Brasil, Cabañas ganhou fama em 2008 como carrasco do Flamengo. O Rubro-Negro havia vencido o América do México por 4 a 2 fora de casa, e recebeu os mexicanos no Maracanã como franco favoritos. Ninguém esperava o que estava por vir. O "gordinho" paraguaio marcou dois gols e comandou a vitória por 3 a 0, eliminando o time carioca da Libertadores.
Naquele dia, o Maracanã estava em clima de festa: o jogo marcava a despedida do técnico Joel Santana, que iria dirigir a seleção da África do Sul. Sem o foco necessário no jogo, como os próprios jogadores confirmaram, Joel acabou derrubado por Cabañas.
Naquela altura, Cabañas não era um completo desconhecido mesmo no Brasil. Tinha sido destaque na Libertadores anterior, e vivia seu auge com o América do México. Tornou-se ídolo por lá e, segundo ele, chegou a receber proposta do Manchester United.
Em janeiro de 2010, Cabañas gozava de uma noite de folga e decidiu sair para uma boate com sua esposa, Maria Lorgia, e seu cunhado, Amancio Rojas. Uma discussão com José Jorge Balderas, mais tarde preso por tráfico de drogas, acabou de forma trágica: um tiro na cabeça do atacante.
Cabañas acabou por sobreviver ao evento, mas sua vida desmoronou e sua carreira chegou a um fim antes da hora. O craque da seleção paraguaia e do América comemora hoje a vida, mas sem saber que histórias mais poderia ter escrito com as bolas nos pés.