Brasileiro comemora volta para casa, mas ressalta drama no Kuwait: 'Parece uma prisão'

O Kuwait passou há alguns dias a meta de 10 mil casos de coronavírus. Mesmo antes disso, o país adotou severas medidas de isolamento. O meia brasileiro Bruno Arrabal ajuda a contar essa história. 

Arrabal, de 28 anos, disputava a temporada pelo Burgan quando a pandemia paralisou o futebol no país. O campeonato foi interrompido ainda em fevereiro. 

"Meu último jogo oficial foi dia 22 de fevereiro, no dia do meu aniversário. Depois disso treinamos mais uma semana e, em seguida, paramos tudo", conta o brasileiro. 

As rígidas medidas de lockdown no país afetaram principalmente os estrangeiros. Arrabal conta que os bairros onde moram estrangeiros foram fechados. 

"Já estava complicado, depois ficou muito difícil. Começaram a fechar os bairros onde moram os estrangeiros. Foi muito difícil, porque quem não tinha o vírus ia acabar pegando", relatou o meia. 

Arrabal chegou a ficar preso em casa durante mais de um mês. "Eu fiquei 45 dias trancado dentro de casa, sem poder sair por conta dessa pandemia". 

"Parecia uma prisão, cheio de polícia. Se alguém conseguisse sair (do bairro) e a polícia pegasse, era preso. As coisas lá são muito rígidas", revelou. 

Felizmente, Arrabal conseguiu voltar ao Brasil. O meia aproveitou um dos voos que o Kuwait mandou para a Alemanha para repatriar kuwaitianos e desembarcou em solo alemão. Logo em seguida, conseguiu, junto ao Consulado Brasileiro, a repatriação. 

"Foram os dias mais difíceis da minha vida", garantiu. Apesar de ter conseguido voltar para casa, Arrabal se preocupa com os brasileiros que não tiveram a mesma sorte e ainda estão no Kuwait. 

"Eu, graças a Deus, consegui vir embora. Mas alguns brasileiros não conseguiram. Eles têm falado que está muito mais difícil lá agora", contou. 

O campeonato no Kuwait foi dado como encerrado e o retorno do futebol é previsto apenas para agosto. O lockdown no país deve durar pelo menos até o fim de maio.