Artilheiro do Brasil, Orobó tem melhor início de ano da carreira e treina em casa para não perder o ritmo

Em 2020, ninguém mandou a bola para o fundo da rede mais vezes no Brasil que Tiago Orobó, atacante do América de Natal. A paralisação do futebol no país veio a interromper o melhor início de ano da carreira do jogador, de 26 anos. Porém, no que depender de Orobó, não há pandemia que vá cessar sua fome de gols.

Sem a possibilidade de treinar, neste momento, junto dos demais companheiros no centro de treinamentos, o jogador recebe ajuda do preparador físico e do fisiologista do América para manter a forma.

"Procuro fazer ao pé da letra para quando tudo voltar ao normal eu não sentir muito essa pausa", declarou o atacante, em entrevista ao oGol.

Tudo isso, para não perder um início de ano em grande forma. Até o momento da paralisação de todos os campeonatos disputados no país, Tiago era o artilheiro entre aqueles que disputam a elite dos estaduais. São 14 gols em 20 jogos, artilheiro isolado do Campeonato Potiguar e também na artilharia da Copa do Nordeste dividida hoje com Gilberto, do Bahia, e Rafael Longuine, do CRB.

"O ano apensas começou e tenho certeza que tem muita coisa boa para acontecer, mas sem dúvidas é o melhor início de ano. Estou muito feliz com meu momento", afirmou o jogador, citando que possui grande inspiração em Ricardo Oliveira, atacante do Atlético Mineiro.

Orobó lembra que o sucesso atual pelo América de Natal só chegou depois de muito trabalho, superando o desemprego e um início sem grande infraestrutura no interior de Pernambuco. O jogador, inclusive, sequer era atacante quando deu os primeiros passos da carreira, pelo Araripina

"As condições não eram boas, mas era meu sonho ser um jogador profissional. Apesar de chorar muitas vezes com saudade de casa, de muitas vezes não ter dinheiro para lanchar, eu continuei firme. Quando acabou o campeonato, tinha feito 7 gols. Acabei assinando contrato profissional com o clube de por três anos. E o engraçado é que na época eu era meia", relembra, aos risos. 

Depois do Araripina, Orobó viria a rodar pelo futebol nordestino. Passou pela Bahia, Sergipe, Paraíba e Alagoas, até chegar em um destino desafiador. A transferência para o Kuwait, onde defendeu Qadsia SC, serviu como um aprendizado. Sem falar inglês ou árabe, ele passou dificuldades até em se adaptar com a culinária local para obter sucesso.

"Fui campeão da Copa do Príncipe e fui vice artilheiro do time na temporada. No final, acabei não renovando, mas serviu de experiência já que foi minha primeira oportunidade fora do país", afirmou.

Dentro do natural assédio devido ao grande momento que vive, Orobó ressalta que está feliz no América de Natal. Ainda assim, ele nutre o sonho de jogar um dia na elite do futebol brasileiro. 

"Nada me fez desistir e hoje posso dizer que realizei meu sonho de criança com muito trabalho e força de vontade", declarou.

Além da Copa do Nordeste e do Campeonato Potiguar, Orobó deve disputar neste ano a Série D do Campeonato Brasileiro pelo América.