'Pior Real' vence Barça e expõe queda de nível dos gigantes

Desolado após a derrota para o Real Madrid, Gerard Piqué reconheceu ter perdido com o Barcelona a oportunidade de vencer um dos "piores" times do Real Madrid que enfrentou no Santiago Bernabéu. De fato, os dois clássicos entre os gigantes em 2019/20 no Espanhol deixaram a desejar em qualidade, com ambas as equipes deixando a impressão de que os tempos de hegemonia na Europa ficaram mesmo no passado.

Aguardado com grande expectativa, como natural, o maior clássico da Espanha, e para alguns o maior do mundo, teve muita correria, mas um nível técnico muito aquém de outros tempos recentes. Os três pontos conquistados foram um dos poucos aspectos positivos na atuação do Real Madrid, e do lado catalão o cenário foi ainda mais negativo. Afinal, o time foi incapaz de fazer frente ao que Piqué considerou uma das piores atuações do adversário em seu já longo histórico de clássicos.

O nome dos protagonistas do duelo não deixa de ser um sinal do momento do clássico: Vinícius Júnior e Mariano Díaz. A atuação de Vinícius foi talvez a melhor notícia para o Real (fora a habitual segurança de Casemiro) e o brasileiro ser tornou no mais jovem a marcar no confronto neste século, superando Lionel Messi. No entanto, o ex-jogador do Flamengo é ainda um atleta jovem e em formação, e o fato de o maior campeão europeu depender tanto de seus lampejos preocupa. Já Mariano fez sua estreia na temporada pelo Espanhol e entrou no fim para definir a vitória com um belo gol. Zidane simplesmente não confiou o suficiente no talento do atacante antes para dar mais oportunidades, mesmo com crise de opções no elenco.

Messi apagado, estrelas sem brilho e Barça sem gols em dois jogos

E Lionel Messi, o que fez no clássico? A resposta é: muito pouco. Aliás, há bastante tempo: Nos últimos cinco encontros entre os clubes, o argentino não marcou gols ou distribuiu assistências. Curiosamente, desde que Cristiano Ronaldo saiu. Faltaria alguma motivação extra para o gênio do Barça, maior artilheiro da história do confronto?

Messi não foi a única estrela apagada da partida. Poucos dos principais atletas dos dois lados brilharam. Casemiro foi um dos principais nomes do jogo e os goleiros Courtois e Ter Stegen fizeram grandes defesas, mas foi pouco. Do outro lado, assim como o argentino, o Real parece sentir ainda falta de CR7.

O Barcelona, aliás, terminou os dois confrontos de 2019/20 sem conseguir marcar gols, algo que não acontecia desde 74/75.

Favoritismo na Liga dos Campeões já não é o mesmo

Antes do título do Liverpool em 2018/19, a dupla Barça-Real vinha de uma sequência de sete títulos em 10 temporadas na Europa: três do Barça e quatro do Real. E mesmo quando não venceram, pelo menos um dos dois esteve na briga pelo troféu, com vaga entre os quatro. O favoritismo dos últimos tempos não parece mais o mesmo.

Real e Barça correm risco de caírem nas oitavas de final na atual Liga dos Campeões. O time da capital espanhola foi derrotado em pleno Santiago Bernabéu pelo Manchester City e terá de se recuperar na Inglaterra. Já o Barcelona não passou de um empate em 1 a 1 na Itália contra o Napoli, embora tenha a vantagem de definir a vaga em casa.

As possibilidades seguem em aberto para Real e Barça, e é impossível descartar para já os dois gigantes da luta pelo troféu mais cobiçado da Europa. Mas é inegável que a dupla já não passa aos adversários o mesmo respeito de anos recentes, quando eram tratados como favoritos absolutos ao título temporada após temporada.