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Treinador projetou futuro em BH

Dudamel fala em trabalho integrado com a base e quer Atlético 'com fome de vitória'

2020/01/08 14:35
E2

O Atlético Mineiro apresentou o técnico venezuelano Rafael Dudamel nesta quarta-feira. O treinador teve longa conversa com a imprensa no CT do Galo, e falou do projeto que tem para o clube, usando muito as divisões de base. 

Dudamel ficou conhecido pelo grande trabalho que fez na seleção venezuelana, justamente usando muitos jovens. Depois de duas campanhas de eliminação nas quartas de final da Copa América, o treinador explicou a escolha por deixar a seleção de seu país para mudar para Belo Horizonte. 

"Nenhuma saída, ou poucas finalizações de contrato de treinadores, são fáceis. Sempre existem algumas dificuldades para terminar. Ou por relação com os dirigentes, ou por algum resultado ruim. Na história do futebol, poucos treinadores podem terminar um ciclo de maneira tranquila. O fim do meu ciclo na seleção venezuelana não foi como eu queria. Mas entendi que houve uma ruptura com os dirigentes no respeito que entendi que não seria conveniente seguir. Não havia tranquilidade para trabalhar. E recebi a ligação do Atlético. Me gerou muita alegria, satisfação, e comecei a escutar. Logo podemos nos conhecer pessoalmente e sentir o valor, o respeito ao ser humano, ao profissional. Ali, eu fiquei sabendo que o Atlético era o lugar certo", garantiu Dudamel. 

Como o esperado, o treinador falou em trabalhar com "um plantel jovem", mas de qualidade. Garantiu que os atletas da base terão de "trabalhar o triplo" para ganharem espaço no time e ressaltou que procura, acima de tudo, um grupo de jogadores com "fome de vitória". 

"O que posso dizer é que vamos ter um plantel mais jovem, com muito talento que, com muito trabalho, poderemos levar a um nível superior. Temos muito trabalho adiante. E o mais importante te tudo é que, ao talento de nosso elenco, possamos recuperar o desejo, a fome pelo triunfo. Que os jogadores que cheguem correspondam com a grandeza de defender o Atlético. Sem fome de vitória, nenhum treinador vai estar tranquilo no Atlético". 

Dudamel garantiu que seu estilo de jogo foi moldado nos anos em que atuou como goleiro no futebol venezuelano, e contou com influências de várias escolas de futebol, da sul-americana até a europeia. 

"Na minha carreira de jogador, levei alguns gols do Brasil (risos), mas como goleiro aprendi muito dos meus treinadores. Venezuelanos, colombianos, argentinos, iugoslavos. Isso me permitiu ter uma cultura tática muito ampla. E quando decide deixar de jogar, todas as experiências são boas, mas tem que definir uma linha. No tático, tenho muito da escola colombiana. Uma escola que deu muitos resultados. No lado europeu, trabalho permanente de campo, a bola, a intensidade, o profissionalismo... Naquela época, quando jogávamos, não éramos muito profissionais. E com treinadores estrangeiros, aprendi que a disciplina é a base de tudo. É o primeiro fundamento que o jogador tem que ter. Então sou uma combinação, sem imitar. Tenho uma identidade própria". 

O venezuelano garantiu ainda que "seria uma falta de respeito dizer que os técnicos brasileiros estão ultrapassados", e garantiu ser mais um estrangeiro que chega para somar com o futebol brasileiro. "A competição é sempre saudável". 

Confira mais trechos da coletiva:

Como foi a chegada a BH?

"O mais importante para a gente é a grande recepção que tivemos da parte de nossos dirigentes, da imprensa, dos nossos torcedores, da Massa do Galo, que nos fez sentir muito carinho. Estamos seguros que vamos contar com todos eles nesse lindo, porém duro, trabalho que temos adiante. Não entendo outra maneira de poder alcançar triunfos se não com muito trabalho. Estamos ansiosos por começar a trabalhar com nossos jogadores para começar a conhecê-los e prepará-los, porque vem um ano exigente, de muitas partidas e de muito sucesso. Temos metas bem definidas e, para alcançá-las, vamos ter que trabalhar com muita intensidade. Por pelo menos dois anos, vamos estar aqui na casa do Atlético, aproveitando todos esses espaços maravilhosos que tem o clube. Tem uma estrutura fantástica e vamos aproveitar da melhor forma. Conhecemos a dimensão de chegar ao Atlético e nos sentimos muito preparados. Vamos ser muito felizes no trabalho.

Como vai ser a análise para busca de reforços?

"Desde o primeiro momento que começamos a conversar com o preside te e com Rui (costa, diretor), fizemos avaliações e análises profundas para poder conversar com o Rui. Observamos partidas da equipe para poder ter uma ideia muito clara de cada jogador. Não queremos gerar faltas expectativas. Sabemos que a imprensa e os torcedores estão desejando conhecer os nomes (de reforços), mas o mais importante, e por respeito a todos, é poder definir os novos nomes e ir entregantes. O que posso dizer é que vamos ter um plantel mais jovem, com muito talento que, com muito trabalho, poderemos levar a um nível superior. Temos muito trabalho adiante. E o mais importante te tudo é que, ao talento de nosso elenco, possamos recuperar o desejo, a fome pelo triunfo. Que os jogadores que cheguem correspondam com a grandeza de defender o Atlético. Sem fome de vitória, nenhum treinador vai estar tranquilo no Atlético. 

Como foi a escolha por deixar a Venezuela para treinar o Galo?

Nenhuma saída, ou poucas finalizações de contrato de treinadores, são fáceis. Sempre existem algumas dificuldades para terminar. Ou por relação com os dirigentes, ou por algum resultado ruim. Na história do futebol, poucos treinadores podem terminar um ciclo de maneira tranquila. O fim do meu ciclo na seleção venezuelana não foi como eu queria. Mas entendi que houve uma ruptura com os dirigentes no respeito que entendi que não seria conveniente seguir. Não havia tranquilidade para trabalhar. E recebi a ligação do Atlético. Me gerou muita alegria, satisfação, e comecei a escutar. Logo podemos nos conhecer pessoalmente e sentir o valor, o respeito ao ser humano, ao profissional. Ali, eu fiquei sabendo que o Atlético era o lugar certo. 

Qual seu estilo de jogo?

Uma mescla, uma combinação. Na minha carreira de jogador, levei alguns gols do Brasil (risos), mas como goleiro aprendi muito dos meus treinadores. Venezuelanos, colombianos, argentinos, iugoslavos. Isso me permitiu ter uma cultura tática muito ampla. E quando decide deixar de jogar, todas as experiências são boas, mas tem que definir uma linha. No tático, tenho muito da escola colombiana. Uma escola que deu muitos resultados. No lado europeu, trabalho permanente de campo, a bola, a intensidade, o profissionalismo... Naquela época, quando jogávamos, não éramos muito profissionais. E com treinadores estrangeiros, aprendi que a disciplina é a base de tudo. É o primeiro fundamento que o jogador tem que ter. Então sou uma combinação, sem imitar. Tenho uma identidade própria. 

No Brasil, os treinadores não costumam ter muito tempo para trabalhar, a cobrança por resultados é imediata. Se preparou para isso?

O importante foi que o perfil do treinador que o Atlético escolheu foi um perfil que pudemos satisfazer pelo trabalho que realizamos. Há uma ideia do clube, e o clube escolheu com tranquilidade o técnico para dar sequência a esse trabalho. No Brasil, há clubes que ganharam tudo. E temos que admirar, reconhecer e aplaudir. Mas o pior que podemos fazer aqui é comparar. As comparações têm que partir pelo pressuposto que existem realidades diferentes. Econômicas, de alcance de contratações... Então vamos admirar o trabalho de outras equipes que ganharam muito, mas vamos trabalhar com nosso projeto. Jogadores de experiência, líderes, a base... É um plantel jovem, com muito talento. Nós treinadores vivemos com a mala atrás da porta. Espero que não seja o caso aqui. Viemos com muito otimismo. Que o dia que terminar o meu ciclo no Atlético, possamos ir com satisfação e deixar as portas abertas. 

Como vai ser o trabalho integrado com a base?

Vamos observar permanentemente a evolução dos mais jovens. Vão ter muito espaço na equipe principal, mas tem que mostrar mérito para isso. Hoje, o jovem chega muito fácil ao profissional, ganha muito dinheiro. E a formação não é a correta. Nem tudo é dinheiro. O jogador do Atlético tem que ser vendido para a Europa com uma formação completa, para que não tenha que voltar, que possa sair e triunfar. Temos que trabalhar junto para fazer eles trabalhar com os maiores, mas têm que ganhar (a confiança). O jogador jovem tem que trabalhar o triplo do renomado. 

Você é mais um treinador estrangeiro que chega no Brasil. Acha que chega para suprir alguma deficiência dos técnicos brasileiros?

Seria uma falta de respeito da minha parte dizer que os treinadores brasileiros estão atrasados. O Brasil tem o melhor futebol do mundo. Mas estou seguro que o tempo todo devemos estar nos atualizando, nos preparando, evoluindo, crescendo. E a chegada de treinadores estrangeiros não significa que o técnico brasileiro esteja atrasado. São ciclos que geram uma maior competição. Os técnicos brasileiros ganharam quantas Copas do Mundo? Em seleção, clubes... Não se pode esquecer isso. O importante é que possamos entender a chegada dos estrangeiros com uma competição, e a competição é sempre saudável.

A pressão pelos resultados te incomoda?

Chegar ao futebol brasileiro gera uma experiência diferente. Os jogadores, treinadores de alta performance vivem todos os dias sob estresse. O jogador ou o treinador que não saiba viver diante disso não pode estar na alta performance, não pode ser um jogador ou treinador top. Aproveitamos o estresse. Quando estamos em casa de férias, minha esposa me expulsa de casa. Já penso sobre futebol, fico distraído, e minha esposa diz: 'Tchau, vai trabalhar'. Porque geramos ideias todos os dias e necessitamos esse estresse, precisamos do campo. Minha mensagem aos torcedores é que Dudamel veio ao Atlético para ganhar. Mas o tempo para alcançar os triunfos não têm que ser definidos pelos fãs: Tem que ser definidos pela razão, não pela emoção. Porque há exemplos onde demostraram que o dinheiro não é a melhor opção para alcançar os triunfos. Às vezes, o triunfo pode ser alcançado com dinheiro. Mas são alegrias curtas. Logo, fica um vazio enorme no clube. Há pouco tempo, o Atlético viveu de momentos de muita alegria. E hoje, há uma estrutura fantástica que o jogador tem que aproveitar e valorizar para seguir no clube. O jogador do Atlético tem que demonstrar a vontade de triunfar. Ou então tem a porta aberta para mudar de lugar... 

Já foram definidos nomes para reforçar a equipe?

Conversamos com o Rui sobre alguns nomes em algumas posições pontuais, mas não queremos dar nomes porque podem existir algumas transações. Mas há nomes de vários países. Na construção da equipe, o mais importante é a paciência. 

Quais jogadores mais importantes para o elenco?

Todos os jogadores vão ser importantes. Sempre. Todos os jogadores que fiquem no Atlético é porque, de acordo com alguma decisão em conjunto com a diretoria, queremos que fiquem. Nenhum jogador foi imposto para a gente. Tomamos decisões através de convicções. E quando digo que todos vão ser importantes, é dentro e fora do campo. 

Qual será a importância do Otero para o time?

Estou feliz de ter o Otero. Quando Rui me perguntou se quero que ele siga, disse que sim, claro. é um jogador que já está consolidado no Atlético. Mas é o jogador que mais vou exigir. Porque sei da sua capacidade, conheço o que pode dar a equipe e porque tem que cumprir seu papel como Cazares, Di Santos... Tem que fazer a diferença. 

Assista a coletiva completa de Dudamel: 

Venezuela
Rafael Dudamel
NomeRafael Edgar Dudamel Ochoa
Data de Nascimento/Idade1973-01-07(51 anos)
Nacionalidade
Venezuela
Venezuela
FunçãoTécnico

Fotografias(4)

Comentários

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motivo:
E Diniz. . .
2020-01-09 02h33m por LukyMax_Santiago
Nada promissor e controverso.
O modismo do futebol brasileiro
2020-01-08 15h48m por ScPKoHx
O futebol brasileiro vem seguindo uma moda em relação à técnicos, mas é um histórico estranho.

Teve uma época em que treinadores gringos sul-americanos eram a moda, com São Paulo e Palmeiras apostando em alguns nomes que não deram certo, mas deixaram os clubes com dificuldades de se livrarem dos jogadores trazidos pelos mesmos.

Depois houve um período em que treinadores brasileiros modernos eram a moda, com nomes como: Carille, Jair Ventura, Zé Ricardo, Rog...ler comentário completo »
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