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    Lateral está na Polônia

    Do início em Porto Alegre ao campeão europeu conturbado, Guilherme Sityá repassa a carreira

    2019/12/13 21:07
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    O lateral-esquerdo Guilherme Sityá é mais um daqueles casos de jogadores brasileiros que deixam o país cedo, sem ter passado por um grande clube no cenário nacional e rumam para o exterior, onde constroem suas carreiras. 

    O gaúcho de 29 anos passou pela base do Porto Alegre, clube que na época era administrado por Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho. Depois de tanto tempo longe da capital do Rio Grande do Sul, o jogador revela que o contato mais próximo é com outro integrante da família. 

    ''Hoje eu não tenho contato com o Assis, mas quando eu jogava, ele ia aos treinos. O Ronaldinho foi apenas umas duas ou três vezes. A nossa concentração era no sítio dele. Eu sou amigo do filho do Assis.''   

    O atleta subiu para os profissionais com o técnico Argel Fucks, na época, no Caxias. De lá, surgiu o convite para jogar na Romênia, país que Guilherme Sityá não tinha muitas informações, mas ele garantiu que a adaptação foi tranquila.

    ''Foi uma baita surpresa. Eu só conhecia o Gheorghe Hagi (maior ídolo do futebol local), porque o meu pai falava bastante dele. Eu tive sorte porque o Concordia Chiajna tinha brasileiros e um português. Eu cheguei no inverno, a temperatura estava em -25 graus. Foi a primeira vez que vi neve. Então, tirando o clima, a adaptação foi tranquila até porque o romeno deriva do latim e não foi tão difícil de aprender. Eu falo bem o idioma, consigo ler e escrever.''

    O frio sempre foi um dos mais duros adversários na carreira de Sityá. O rigoroso inverno romeno obrigou o lateral a criar novos hábitos.

    ''Eles têm cremes para colocar nos dedos porque realmente congela. Eu tinha que ficar um tempo com os pés na água quente após o jogo. Qualquer batida na bola doía muito.''  

    Na Romênia, além do Concordia Chiajna, o jogador atuou pelo Petrolul Ploiesti e retornou ao pais para defender as cores do Steaua Bucareste, equipe de maior expressão e que foi campeã da Liga dos Campeões da Europa em 1986. Entretanto, Sityá chegou ao gigante romeno em um momento de tensão, marcado por uma briga por conta do nome e escudo do Steaua, envolvendo o dono do clube, George Becali, com o exército local. Nem mesmo os títulos apaziguaram a situação. 

    ''Eu cheguei bem no momento dessa briga. No passado, o Dínamo, era o time da polícia, o Steaua, do exército, e o Rapid, dos ciganos, da parte mais trabalhadora. A maior parte dos clubes europeus tem donos e o do Steaua teve problema com o exército, que queria pegar o nome de novo para eles. O dono disse que o nome ele iria mudar, mas a história foi ele que construiu. A torcida ficou dividida. Nós fomos campeões da tríplice coroa nessa temporada e mesmo assim não tínhamos todo o apoio dos torcedores. Alguns diziam que o símbolo e o nome representavam mais do que o títulos conquistados com o George Becali.'' 

    A briga continua. O campeão europeu mudou o escudo e joga como FSCB (antigas iniciais que significam Fotbal Club Steaua Bucareste) e um novo Steaua Bucareste foi fundado pelo exército e começou na quarta divisão sob o comando do ex-jogador e ídolo do clube, Marius Lacatus. 

    Entre Petrolul Ploiesti e Steaua Bucareste, Sityá teve uma rápida passagem pelo Greuther Furth, da segunda divisão alemã. O jogador atuou em apenas cinco jogos e considera esse o período de amadurecimento em sua carreira.

    ''Eu era titular absoluto na Romênia. Lá na Alemanha, a parte física é muito forte e eu estava há um mês sem jogar e quando cheguei, fiquei mais um mês treinando. Foi cabeça. Eu não estava maduro o suficiente para aquele momento, de ficar no banco e ter que aguardar. O futebol é muito psicológico. Não foi um período feliz, mas foi um amadurecimento.''

    ©Divulgação
    Há quatro temporadas, Guilherme Sityá atua na Polônia, mas apesar do tempo no país, o complicado idioma ainda não está na ponta da língua.

    ''Já aprendi algumas coisas, mas o polonês não tem como falar (risos). Eu consigo entender o que falam, mas para falar é difícil. Por exemplo, eles têm 14 formas de dizer o número dois. Muda se é antes ou depois do verbo, de acordo com o nome da pessoa. É meio bizarro. Eu fiz umas aulas antes, o clube me colocou. Mas agora o treinador disse que eu já não preciso mais ir.''   

    No país, está em seu segundo clube. Depois de começar no Termalica Nieciecza, o jogador acertou com Jagiellonia Bialystok. Com boa experiência no futebol local, o lateral analisou o estilo de jogo polonês, que nos últimos anos revelou atacantes goleadores como Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, Arkadiusz Milik, do Napoli, e Krzysztof Piatek, do Milan.

    ''Eles priorizam atacantes fortes e rápidos, aquele de área, um 9. O trabalho de preparação física é muito bom aqui. Eu joguei contra o Piatek e ele não era aquele jogador que chamava atenção. É uma liga difícil de jogar, porque tem muita ligação direta. A parte tática é para fechar bem as linhas. Comparando com a Romênia, é um futebol meio feio. Um estilo mais Leste Europeu, futebol truncado.''

    Por fim, o jogador falou sobre a hipótese de uma naturalização para defender a bandeira polonesa. Atualmente, o zagueiro Thiago Cionek, nascido no Brasil, é naturalizado e defendeu a Polônia nas últimas Copa do Mundo e Eurocopa.

    ''Bato na questão da idade, que complica. Se eu chegasse um pouco antes, poderia pensar em algo ligado a isso.''

    O próximo desafio de Guilherme Sityá e do Jagiellonia Bialystok é no domingo, dia 15, em casa, contra o Lechia Gdansk, pela décima nona rodada do Campeonato Polonês. A equipe do brasileiro ocupa a nona colocação da competição que conta com 16 times. 

    Brasil
    Guilherme Sitya
    NomeGuilherme Haubert Sitya
    Data de Nascimento/Idade1990-04-01(34 anos)
    Nacionalidade
    Brasil
    Brasil
    Dupla Nacionalidade
    Portugal
    Portugal
    PosiçãoDefensor (Lateral Esquerdo)

    Fotografias(3)

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