Brasil de Tite termina 2019 em baixa, apesar da Copa América

A última sexta-feira foi de "Superclássico das Américas", o encontro sempre aguardado entre as duas maiores potências do continente, Brasil e Argentina. Em outros tempos, motivo para muita expectativa em todo o país. Nos principais jornais brasileiros, no entanto, o duelo de arquirrivais teve pouco destaque. O torcedor em geral pareceu desinteressado com o clássico. Tite, que assumiu a seleção quase como unanimidade, termina 2019 no comando de uma equipe incapaz de cativar o brasileiro.

O cargo de Tite no momento não chega a estar ameaçado. Em grande parte pelo sucesso relativo na Copa América. O título foi um alívio para o técnico e para a CBF, em um torneio disputado em casa. No entanto, mesmo durante a campanha campeã, o Brasil mostrou algumas dificuldades, como nos empates com Venezuela e Paraguai. Houve pouco encanto.

Pressionado e com o objetivo de promover a renovação na seleção, já pensando na Copa do Mundo de 2022, Tite aproveitou o segundo semestre para realizar experiências. O técnico tentou integrar os jovens com nomes mais experientes, para não perder o entrosamento. Não deu certo. O resultado beirou o desastre, com apenas um vitória, na última partida, contra a Coreia do Sul.

A sensação de Tite após a vitória desta terça-feira sobre a Coreia foi novamente de alívio, não de prazer ou alegria, ou de satisfação pelo trabalho realizado. O técnico sabe que não conseguiu atingir o seu objetivo, e não apenas por conta dos resultados - foram empates contra Colômbia, Senegal e Nigéria, além de derrotas para Peru e Argentina. Com exceção do clássico sul-americano, todos jogos em que a nossa seleção era franca favorita. A qualidade do futebol apresentado é a principal preocupação.

Entre os novos nomes, Tite deixou elogios principalmente a Renan Lodi, Lucas Paquetá e Eder Militão. No entanto, Paquetá está longe de ser unanimidade e Militão, ainda sem espaço no Real Madrid, tem a dura missão de substituir no futuro Thiago Silva. Lodi foi quem mais ganhou espaço pelo desempenho na seleção, apesar da forte concorrência na lateral esquerda.

No futebol brasileiro, os estrangeiros Jorge Jesus, do Flamengo, e Jorge Sampaoli, do Santos, têm roubado a cena. Até mesmo Renato Gaúcho viu seu prestígio crescer nos últimos anos no Grêmio e há quem defenda sua escolha como futuro técnico da seleção. Os três tem em comum o apreço por um futebol ofensivo. Tite, por outro lado, nunca esteve tão em baixa e com dificuldade até para promover até um Brasil x Argentina.

Mesmo com o título da Copa América, 2019 não foi um bom ano para a seleção.