No dia 16 de outubro de 2004, o antigo estádio do Espanyol, Olímpic Lluís Companys, foi o palco da estréia de um jovem garoto argentino, de 17 anos, três meses e 22 dias. Era Lionel Messi, que se tornaria, ao longo dos anos, um dos maiores jogadores da história do futebol.
Mais de 30 mil pessoas se apertavam no estádio para acompanhar o clássico da Catalunha. O jogo valia pela sétima rodada do Campeonato Espanhol, liderado na época pelos Culés.
Os ídolos, até então, eram outros. O time que o holandês Frank Rijkaard escalou no dia tinha Victor Valdés na meta, Rafa Márquez, Oleguer e Puyol na defesa, Belletti e Giovanni van Bronckhorst nas alas, Deco e Xavi organizando as jogadas e Ronaldinho Gaúcho, Samuel Eto´o e Henrik Larsson na frente.
Deco marcou o gol da vitória logo cedo, aos dez minutos. Rijkaard fizera duas mudanças e, coincidentemente, entraram dois futuros ídolos. Aos 22 minutos, foi a campo Andrés Iniesta. Aos 38, Lionel Messi, com a camisa 30.
O primeiro jogo na Liga dos Campeões foi no dia sete de dezembro de 2004, na Ucrânia, contra o Shakhtar Donetsk. Iniesta, que encaixava aos poucos no time, também jogou e, como Messi, foi titular. Só que o nigeriano Julius Aghahowa marcou duas vezes e deu a vitória aos donos da casa.
Durante as primeiras temporadas de Barcelona, o argentino caia pelos lados do campo e tinha seu brilho ofuscado por Ronaldinho Gaúcho, melhor jogador do mundo em 2004, 2005, e terceiro em 2006.
Já era possível prever o futuro brilhante do pequeno argentino, Na temporada 2006/2007, ainda amadurecendo, Messi repetiu Maradona com gol brilhante, pela Copa do Rey, contra o Getafe, passando por cinco marcadores e pelo goleiro. Foi nesta temporada também que o garoto começou a brilhar contra o Real Madrid, anotando três gols em um jogo.Ao fim da temporada 2007/08, o clube resolveu mudar. Pep Guardiola, que então dirigia a equipe B, passou a ser o treinador principal do Barça. Foi, possivelmente, um dos fatores a fazer Dinho deixar a Catalunha, rumo a Milão. Outro protagonista se formaria: o Messi, que passaria a usar a dez.
Os poucos minutos da temporada 2004/05 vinham aumentando gradativamente. Na temporada seguinte, foram 25 jogos e oito gols, depois 36 e 17, na seguinte 40 e 16. Mas foi na temporada 2008/09 que a Pulga ganharia espaço de vez.
2005/06 já havia sido uma temporada de glórias para o Barça, com título europeu e nacional, mas a figura principal era Ronaldinho. Em 2008/09, o protagonista dessas mesmas conquistas, além da Copa do Rei e do Mundial, fora Messi, que passou a jogar como falso nove.
O argentino fez 51 partidas e marcou 38 gols naquele período, média de 0,75 por jogo. Os números começaram a ser assustadores. Apenas começaram.
Na temporada seguinte, os números foram ainda mais assustadores. Na verdade, deixaram de ser números de um grande atacante para ser de um fora de série.
Messi fez 53 jogos e marcou 47 gols, média de 0,89 por partida. No final de 2009, ou seja, no meio da temporada europeia, o prêmio de melhor jogador do mundo passou a ser do argentino. Era o primeiro dos seis já conquistados até o presente momento.