Philippe Coutinho vem tendo dificuldade para se adaptar ao Barcelona e uma das grandes discussões é sobre qual sua melhor posição em campo. No clube catalão, o brasileiro já foi utilizado como ponta e como meia. Tite acha que o mais importante é dar espaço para a criatividade do jogador.
O próprio Tite já utilizou Philippe Coutinho nas duas funções. Na seleção, como Neymar atua no seu espaço favorito, pela esquerda, Coutinho chegou a fazer o lado oposto, pela ponta direita. Na Copa do Mundo, no entanto, Willian ocupou o espaço e Coutinho passou a ser utilizado como meia. O jogador funcionou no setor criativo, porém a seleção perdeu na marcação e acabou por sofrer contra a Bélgica.
Embora pense em Coutinho mais como um ponta hoje, Tite ainda acredita que o jogador deve ter liberdade para criar e que pode funcionar também mais centralizado, dependendo da cobertura na marcação.
"A área de atuação do Coutinho tem que ser mais ampla. Na seleção como externo (ponta), mas com liberdade para ir ao centro. É como eu penso, sinto o futebol e como eu treino futebol. Futebol é pensar, sentir e metodologia. É como eu sinto, de ter uma equipe com média de 60% de posse de bola e 16 finalizações por jogo. Ou por dentro, ou por fora, mas para ter essa liberdade criativa para o Coutinho, porque ele tem um diferencial muito grande", explicou.
Tite lembrou que Coutinho era muito querido por Jürgen Klopp no Liverpool, e por lá, na maior parte do tempo, atuou centralizado. O treinador comparou a situação com a de Lucas Paquetá, ex-Flamengo e atualmente no Milan.
"Quando nós conversamos com o Klopp e almoçamos com diretor-executivo do Liverpool, eles colocaram uma situação importante. Disseram que lutaram até o final para que Coutinho ficasse lá. Trabalhou no meio-campo com uma liberdade maior, parecido com o Paquetá, com aquelas variações que ele fazia dentro do Flamengo. Que agora ele joga no Milan como articulador no lado esquerdo. O Couto pode fazer essa possibilidade", observou.
"Lá o Klopp utilizou ele mais numa função central e depois para o lado. A ideia é ampliar um espaço de participação dele, dar vazão à criatividade, porque ele é diferente", continuou.
"Ele pode fazer as duas. Se ele estiver do lado, abrir essa área de ação para não sobrecarregá-lo demais. Esse ajuste, temos essa condição. O Coutinho é diferente. E lá (no Barcelona) é um processo de adaptação. Daqui a pouco ele está em melhores condições", defendeu.