O Real Madrid é, disparado, o time com mais títulos da Liga dos Campeões. Mas os Merengues amargaram, no passado, um longo período sem conquistar o torneio. O ex-meia Sávio fez parte do time que recolocou os Merengues no topo do continente.
Após mais de três décadas sem conquistar o torneio, Sávio fez parte do time campeão contra a Juventus, em 1998. Em conversa com a reportagem de oGol, o brasileiro evita comparar a geração em que atuou com o time atual, comandado por Cristiano Ronaldo. Para Sávio, o time da década de 1990 recolocou o Real no topo, e o de agora confirmou a hegemonia.
"Sou muito reticente em comparações de épocas diferentes. Cada época é uma época realmente diferente. Teve a primeira hegemonia daquele timaço do Di Stéfano; a minha chegada em 1997/98 foi em um momento muito difícil, porque o Real Madrid estava há 32 anos sem ganhar a Liga dos Campeões. Foi uma pressão a mais. E na temporada que cheguei, nós conquistamos e eliminamos esse fantasma. Foi uma época de recolocar o Real Madrid no cenário do esporte europeu. Em cinco anos, três Ligas dos Campeões. E a gente pega essa época de agora e é, novamente, uma época vitoriosa, de muitas conquistas importantes. Foi a afirmação da hegemonia do Real Madrid no futebol europeu", comentou.
Em desafio proposto pela reportagem, Sávio, que achou difícil escolher entre Marcelo e Roberto Carlos, escalou uma seleção, juntando as duras gerações, com Casillas; Carvajal, Hierro, Sérgio Ramos, Roberto Carlos (Marcelo); Redondo, Casemiro, Modric e Zidane; Cristiano Ronaldo e Raúl.
Projetando a nova final, ex-jogador não esconde que Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah são os dois grandes destaques individuais do encontro, embora prefira ressaltar o coletivo das duas equipes, que são times "de camisas muito fortes".
"É um duelo individual, pelo que os dois fizeram ao longo da temporada, mas é um duelo muito maior de duas camisas muito fortes no futebol europeu, de muita história... Eu coloco mais um duelo mais coletivo, que muita gente esperava. Claro que, individualmente, os dois são espetaculares. Mas é difícil colocar só lado individual", analisa.
Analisando os craques individualmente, Sávio ainda é reticente. O antigo jogador merengue garante que a final da Champions e a Copa do Mundo ainda poderão contribuir para a escolha do melhor jogador do mundo na temporada. Mas o ex-atleta é só elogios a CR7. Para o antigo jogador merengue, o atacante português pode ser o diferencial do duelo.
"Atletas como ele, Messi... São atletas que você pode esperar tudo. Capacidade técnica, tática, individualismo, gols, assistências... Falando do Cristiano, o que esse jogador vem fazendo nos últimos anos é algo extraordinário. Os números individuais e coletivos, de conquistas... Quando você tem um jogador assim, você pode esperar tudo. Como aconteceu ano passado, contra a Juventus. E, claro, o Real Madrid não é só Cristiano Ronaldo. O Real Madrid tem um time muito forte, acostumado com decisões. Mas, com certeza, jogadores como o Cristiano Ronaldo, em jogos como esse, aparecem e podem decidir".
Sávio preferiu não dar um palpite sobre o placar da decisão, mas não escondeu que a torcida será para que os Merengues conquistem mais um título europeu. Como analista, porém, aguarda um duelo equilibrado.
"De torcedor, espero mais um título do Real, que ganhe o 13º título, que seria fabuloso. E você ganhar três títulos seguidos na atual Liga dos Campeões não é fácil. Mas, tecnicamente falando, não vejo favorito. São dois times muito fortes, e pode acontecer tudo. É difícil colocar um favorito. Falando friamente, é 50% de cada lado e, se alguém tiver algum favoritismo, vai ser conquistado dentro de campo, como o Real conquistou ano passado contra a Juventus. Tudo pode acontecer nessa final, é meio a meio".