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Futebol Internacional
Ex-comandado de Felipão escuta até hoje piadas sobre o 7 a 1

Pedroso foge de zoações de técnico alemão e vai liderando na terra de Puskás

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Imagina como é para um brasileiro, ex-jogador de Luiz Felipe Scolari, ser comandado por um técnico alemão que chegou a marcar um gol no Maracanã... O fantasma do 7 a 1 persegue até quem não esteve em campo no Mineirão naquela tarde. Marquinhos Pedroso vive tal experiência no futebol da Hungria, a terra de Ferenc Puskás, e compartilhou a história em conversa com a reportagem de oGol.

O lateral-esquerdo brasileiro viveu seu melhor momento no Brasil no Figueirense. Florianópolis foi a casa de Marquinhos durante muitos anos e por lá o menino virou atleta, com mais de 100 jogos pelo Figueira.

"Ainda tenho contrato com o Figueirense. Estou lá desde os dez anos... Mais de dez anos no clube. Parte da minha família é de Florianópolis... Vivi minha adolescência lá e, sem dúvida nenhuma, tenho um carinho enorme. Acompanho o Figueirense daqui e continuo acompanhando, torcendo", confessa. 

©Getty / Heuler Andrey

No Brasil, Pedroso jogou ainda em Guarani e Grêmio. No Tricolor, com Luiz Felipe Scolari, o lateral teve pouco espaço e não ficou muito tempo. Mas o jogador guarda a passagem como um aprendizado. 

"Guardo como um grande aprendizado. Tive a oportunidade de jogar com atletas renomados, caras que inclusive disputaram Copa do Mundo, como o Zé Roberto... Eu também era muito novo, vinha do Figueirense e tinha feito um excelente Estadual. Só que é diferente, a gente chegou em um clube do tamanho do Grêmio, o time estava muito bem servido de jogadores. Guardo como uma época feliz da minha carreira, apesar de não ter conseguido ter uma boa sequência e pensar que hoje poderia estar em outro patamar se tivesse mais oportunidade. Porque cheguei a jogar e, quando joguei, acompanhei as críticas da imprensa. Acredito que tenha ido bem na partida, não tomamos gols. Mas na época teve aquela parada da Copa do Mundo, nisso saiu Enderson Moreira, eu acabei machucando, chegou o Luiz Felipe Scolari depois de ter sido eliminado da Copa... Eu era um jogador que não tinha nome, não havia jogado muito... Decidiu que não iria me utilizar e tive a oportunidade de voltar no Figueirense. Foi onde tive a sequência de três brasileiros jogando quase todos os jogos pelo Figueirense", recorda.

Depois da segunda passagem pelo Figueirense, Pedroso se destacou e conseguiu o primeiro contrato na Europa. A passagem pelo Gaziantepspor durou menos do que o esperado, mas, ainda assim, foi proveitosa.

"Acredito que tenha sido excelente para o desenvolvimento do meu futebol. Às vezes julgam um pouco, mas não é bem assim. Tive a oportunidade de enfrentar jogadores como Quaresma, van Persie, Sneijder... No Brasil tem jogadores também de excelente qualidade, mas esses caras estão sempre no topo... Você aprende muito, tem essa dinâmica de futebol europeu. Foi muito bom para minha carreira", analisa.

O brasileiro lembra de ter enfrentado muitas dificuldades com o Besiktas de Quaresma, Talisca, Babel e companhia. "Eles até foram campeões contra nós. Nenhum adversário chegou perto do Besiktas". Isso dentro de campo. Porque fora das quatro linhas, o grande adversário acabou sendo a falta de pagamento. Como alguns brasileiros que estiveram na Turquia, Marquinhos levou um "calote".

"Tinha um ano e meio (de contrato) e fiquei apenas seis meses. Recebi apenas um salário. Entrei na Fifa, mas o bom é que consegui quebrar esse vínculo. Aconteceu com outros atletas. É uma liga que paga muito bem, muito bem mesmo, mas só no papel. Alguns clubes, volta e meia, acabam não cumprindo. Comigo, aconteceu. Mas na parte profissional acredito que tenha valido muito a pena para mim", lamenta de uma parte, aproveita de outra.

7 a 1 que aparece até na Hungria

Marquinhos resolveu seguir na Europa depois da experiência na Turquia. Após não conseguir a transferência para uma equipe das principais ligas do continente, o brasileiro aceitou o desafio de jogar na Hungria.

"Eu queria continuar no mercado europeu. Tive outras oportunidades inclusive da Série A para voltar (ao Brasil) no meio do ano passado, mas, por ter passaporte italiano, isso chama bastante a atenção dos clubes daqui, porque acaba não comendo essa vaga de estrangeiro. Então quis continuar aqui. Apareceram outras sondagens de clubes da Itália, França também, mas, no fim das contas, apareceram outros jogadores para o meu lugar e não foi para frente o que eu realmente queria, que era jogar em uma liga dessas. Apareceu a oportunidade aqui (na Hungria), procurei pesquisar bastante, vi que é o maior clube do país, que me dá uma chance de disputar a Champions League. Na hora, o plano A não aconteceu, mas vi isso aqui como uma oportunidade muito boa e não me arrependo nem um pouco. A cidade, o clube, a estrutura é top, o estádio... Estou muito contente". 

©Divulgação/Ferencváros

Na terra de Ferenc Puskás, grande craque húngaro do passado, o lateral não demorou a se adaptar. Contou com a ajuda de Leandro de Almeida, meia brasileiro que já defendeu a seleção húngara, e com o bom domínio do inglês para se encaixar rápido no novo país.

"Tem um brasileiro que já está aqui há 15 anos e já jogou na seleção da Hungria. Ele me ajudou bastante. E tem um português e um uruguaio, que chegaram um pouco antes de mim, mas na mesma temporada. Acaba formando aquele grupo, por conta da língua. Com os outros atletas tenho a facilidade de falar inglês... Tem muitos estrangeiros, alguns africanos, alemães, o treinador é alemão e só fala em inglês. No clube, às vezes os húngaros falam em inglês porque estão convivendo no meio dos outros e acabam falando inglês para todo mundo entender", explica.

No Ferencváros, Marquinhos é treinado pelo alemão Thomas Doll, que já jogou pela seleção alemã e chegou a marcar contra o Brasil no Maracanã. Ex-comandado de Luiz Felipe Scolari, o jogador sofre com as brincadeiras do atual treinador sobre os 7 a 1 da Copa de 2014, quando Felipão comandava o Brasil e acabou destruído pela Alemanha.

"É um treinador alemão, era camisa 10 da seleção, já fez gol contra o Brasil no Maracanã. É um cara que gosta muito de jogar bonito. Isso aí (gozações pelo 7 a 1) não tem como escapar. Não foi só quando eu cheguei. Volta e meia tem aquele clássico '7 a 1'. Eu só respondo: 'Nós temos cinco títulos e vocês quatro', que é o que dá para dar uma quebrada. Mas esse 7 a 1 foi muito feio (risos). Vai ser eterno isso", brinca.

Liderança buscando a Champions

Brincadeiras à parte, o Ferencváros lidera o Campeonato Húngaro, e Marquinhos Pedroso é titular. O brasileiro aproveita o DNA ofensivo de Doll para evoluir na parte ofensiva, ao contrário do que havia feito na Turquia e no Brasil.

"A gente joga aqui como se fosse um Bayern na Alemanha, um Barcelona... Os adversários normalmente vêm nos esperando muito, e a gente tem muita posse de bola. É diferente do que estava acostumado a jogar no Brasil e na Turquia. Eu jogava contra os clubes maiores e defendia mais. Aqui, tenho mais a oportunidade de atacar. Estou procurando crescer nessa forma de jogo que não era como eu costumava jogar. Eu jogava mais defensivamente. Meus pontos fortes eram mais de tentar anular o ponta adversário, na força física... Agora é mais cadenciado, com posse de bola".

O Ferencváros soma 47 pontos, três a mais que o vice-líder Videoton. Marquinhos pede para o time ligar o alerta. "Agora é que vamos resolver a situação no campeonato. Se a gente começa a ir mal, é onde não dá mais tempo de correr atrás".

O grande objetivo do lateral é acabar campeão na Hungria para, na próxima temporada, disputar a Liga dos Campeões. Mas, se pintar uma proposta de uma equipe das grandes ligas da Europa...

"Eu vim para cá com o intuito de, de repente, disputar uma Champions League pelo clube. Meu objetivo é acabar sendo campeão e, consequentemente, conseguir vaga na Champions. O campeão, infelizmente, vai para os playoffs, Você tem que jogar duas partidas para entrar na fase de grupos. No caso, seriam adversários mais da Bulgária, Suécia, esses países que não têm tanta pontuação na Uefa. Pode ser também que na janela do verão apareça algo muito bom para eu acabar em uma liga forte, que é o grande objetivo na Europa".

Brasil
Marquinhos Pedroso
NomeMarcos Garbellotto Silveira Pedroso
Data de Nascimento/Idade1993-10-04(30 anos)
Nacionalidade
Brasil
Brasil
Dupla Nacionalidade
Itália
Itália
PosiçãoDefensor (Lateral Esquerdo)

Fotografias(7)

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