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    A dura batalha de Amandinha

    Eleita três vezes melhor do mundo, Amandinha luta pelo futsal feminino no Brasil

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    Se o futsal masculino no Brasil ainda vai lutando por uma profissionalização, sendo amador na maior parte do país, o futsal feminino ainda encontra mais dificuldades. Afinal, para as mulheres, tratando-se de bola rolando, as coisas sempre foram mais difíceis. 

    A jovem Amandinha vem sendo a bandeira da modalidade para as meninas. Ou melhor, mulheres. Mesmo com 22 anos, Amandinha vem lutando duro por mais incentivo para o esporte. Se no campo as coisas parecem caminhar melhor agora, com leis de incentivo e canais televisivos dispostos a divulgar o futebol feminino, nas quadras tudo ainda é muito complicado. 

    "Nós vemos as grandes dificuldades do futebol feminino, mas agora está tendo um espaço maior. Está passando na TV fechada, agora todo time que joga a Libertadores tem que ter futebol feminino. Isso é muito bom, leis que incentivem o esporte. O futsal feminino é mais complicado, por não ter leis assim, não ter o mundial chancelado pela Fifa, por não ser olímpico... A gente caminha devagar... A gente luta muito por reconhecimento, e vamos continuar a lutar", disse a atleta, em conversa com a reportagem de oGol

    Se no futebol os clubes estão dando mais espaço para as mulheres, no futsal, assim como no masculino, o esporte é guiado pelas empresas privadas. Amandinha não gosta do modelo. 

    "Não é à toa que grandes equipes acabam no Brasil, tanto no futsal masculino como no feminino. Os patrocinadores acabam saindo dos projetos. Isso entristece bastante. A gente talvez não devesse depender dessas empresas, mas da nossa confederação em si, do nosso país. A gente espera que, um dia, todo esporte brasileiro seja valorizado", sonha. 

    O sonho de Amandinha

    Um sonho que não vem de hoje. Vem de mais de uma década atrás. Quando criança, Amandinha já jogava futsal. Com os meninos, como reza a lenda de toda jogadora no Brasil. 

    ©divulgação/CBFS

    "Comecei desde criança, nas ruas de Fortaleza, no Bairro Conjunto Ceará. Na pracinha tinha espaço de lazer para as crianças brincarem. Na minha época, não tinham meninas que jogavam, eu jogava sempre com meninos, acompanhava meu pai e meu tio quando iam jogar. Tive apoio da família. No início, meu pai ficou: ´Ah, não sei se eu vou deixar minha filha jogar´. Mas ele via que era realmente o que eu queria e me apoiou. Hoje, minha família fica louca quando eu vou jogar. Sempre me apoia", conta. 

    Normalmente, as meninas que começam a jogar futsal acabam optando pelo campo quando mais velhas. Com Amandinha, não foi assim. 

    "A gente balança, pelo fato de o campo ser olímpico e de estar sendo mais valorizado, mas eu amo futsal, gosto de estar sempre com a bola. Sempre pensei que, no campo, ia demorar mais para a bola chegar no meu pé. Preferi continuar em quadra e vou continuar batalhando para que o futsal seja mais valorizado", revela. 

    Campeã de tudo desde muito jovem, tanto em clubes como pela seleção brasileira, Amandinha não sente pressão. Pensa, por outro lado, em seguir no topo por mais tempo. 

    "Sou uma menina que já conquistou todos os títulos e estou sempre treinando muito forte para poder continuar a ganhar títulos e poder estar representando futsal feminino. Apesar de muito jovem, tenho apenas 22 anos, tento manter sempre o pensamento maduro para que essas pessoas que se espelham em mim possam ver eu transmitir coisas boas, certas, para que elas possam também lutar pelos sonhos delas".

    A batalha pelo futsal feminino

    Mais importante que mais títulos para Amandinha é a batalha pelo desenvolvimento do futsal feminino no Brasil e no mundo. A camisa 10 do Leoas da Serra, de Lages, referência no esporte, carrega o desafio consigo sem medo, mas com esperança. 

    "Acredito que o futsal feminino pode se tornar olímpico e passar na TV. Mas tem que vir de forças maiores, do próprio COI. A nossa confederação se mover mais, as TV´s abrirem mais espaço para nós, como fazem para o masculino. Espero que, um dia, todos possam incentivar e ver como esse esporte é bom. Parar com esse negócio de gênero, de achar que só o futsal masculino é bom. A gente continua nessa luta e espera que, um dia, se torne olímpico e passe na TV", torce, lutando para que viva esse sonho no futuro.

    "Meu grande sonho é que o futsal seja mais valorizado, que a gente possa receber melhor no Brasil. Que jogadoras brasileiras de talento não precisassem sair do país para ganhar bem e sustentar a família.  E que o futsal se torne olímpico", finaliza. 

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