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      Pretinha: a primeira artilheira olímpica

      Texto por Gustavo Bica
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      Pioneira, longeva e lendária, Delma Gonçalves, conhecida nos gramados por Pretinha, fez parte de uma geração no futebol feminino que plantou o desenvolvimento na seleção brasileira. A atacante defendeu a Amarelinha por mais de duas décadas, se tornou a primeira artilheira de uma Olimpíada e a segunda mulher a colocar os seus pés na Calçada da Fama no Maracanã.

      Por clubes, Pretinha repetiu o protagonismo histórico. Maior goleadora da história do futebol feminino do Vasco, a craque desbravou o mundo e brilhou nos Estados Unidos e na Ásia.

      Onde tudo começou

      Pretinha nasceu no Rio de Janeiro, em 1975. A prodígio começou a jogar futebol aos sete anos de idade e não demorou para chamar a atenção nos campos e quadras no bairro do Realengo.

      Durante a preparação da seleção brasileira para o Mundial de 1991, Pretinha ganhou destaque como adversária da Amarelinha. Mesmo ainda sem atuar por um grande clube nacional, a atacante conquistou a oportunidade de estrear profissionalmente em uma Copa do Mundo.

      O talento de Pretinha não demorou para ficar reconhecido em todo o país. No início da década de 1990, a jogadora aceitou o convite do Vasco e iniciou a sua trajetória gloriosa no Cruz-Maltino.

      Maior artilheira história do Vasco 

      Antes de completar 18 anos, Pretinha já brilhava no Vasco da Gama. Na sua primeira passagem, a jogadora defendeu o time carioca por sete anos e liderou o time da Colina ao pentacampeonato carioca entre 1995 e 1999, e a três títulos da extinta Taça Brasil, hoje Copa do Brasil.

      Além de levar o Vasco ao ápice no cenário estadual e nacional, o protagonismo de Pretinha também ficou evidenciado nos feitos individuais. Destaque nos grandes títulos do clube, Pretinha marcou 62 gols com a camisa cruz-maltina e se tornou a maior artilheira da história do clube, até hoje.

      Do Brasil para o mundo

      A década gloriosa na Colina teve a primeira vírgula no início dos anos 2000. O destaque, principalmente pela seleção, abriu o caminho para a craque brasileira desembarcar no futebol estadunidense.

      O primeiro destino da atacante foi a Capital Americana. No Draft inaugural da primeira liga profissional feminina do país, Pretinha acabou escolhida pelo Washington Freedom. 

      A atacante atuou por uma temporada na equipe até se mudar para a Califórnia. Contratada pelo San Jose CyberRays, a brasileira permaneceu deslanchou no futebol estadunidense ao lado das compatriotas e ex-companheiras de Vasco, Sissi e Kátia Cilene.

      No melhor momento da carreira, Pretinha acabou castigada por uma grave lesão. Em amistoso pela seleção, a jogadora rompeu o ligamento do joelho e precisou ficar afastada dos gramados por um longo período.

      A lesão encerrou a passagem pelos Estados Unidos e oportunizou um retorno para casa. Entretanto, a falta de investimentos e as estruturas precárias no futebol feminino brasileiro, encerrou de forma rápida a sua segunda passagem pelo Vasco.

      Pretinha então aceitou um novo desafio na carreira e decidiu desbravar o futebol asiático. A atacante contribuiu no desenvolvimento do futebol feminino japonês e atuou por três anos no INAC Kobe Leonessa.

      A adaptação positiva e o ambiente propício ao crescimento do futebol feminino convidaram a jogadora a escrever a reta final da sua carreira no Oriente. Em 2009, Pretinha assinou com Icheon Daekyo WFC, da Coréia do Sul.

      No seu último clube da carreira, a brasileira repetiu a passagem longeva e defendeu o clube por oito anos até colocar um ponto final na sua carreira em 2017.

      Primeira artilheira olímpica e lenda da seleção

      A história de Pretinha na seleção começou antes mesmo da sua carreira profissional por clubes. O começo precoce e a longevidade na sua carreira fizeram a jogadora se tornar uma das atletas com mais partidas na história da seleção.

      Na primeira Copa do Mundo Feminina, na China em 1991, Pretinha fez a sua estreia na Canarinho contra os Estados Unidos. A atacante ainda voltou a atuar na partida seguinte contra a Suécia.

      Além do primeiro Mundial da história, Pretinha voltaria a defender a seleção em Copas mais três vezes: em 1995, 1999 e no vice-campeonato em 2007.

      Longeva em Mundiais, a brasileira também escreveu o seu nome na história das Olimpíadas. Presente em quatro edições dos jogos (1996, 2000, 2004 e 2008), Pretinha se tornou pioneira na artilheira da primeira participação da modalidade no programa olímpico.

      Em Atlanta, a atacante anotou quatro gols em cinco jogos e dividiu o posto de goleadora com a norueguesa Linda Medalen. Embora sem conquistar a medalha de ouro, o brasileira participou das campanhas de prata em Atenas e Pequim, além de outras duas semifinais.

      Apesar de ficar no quase em Olimpíadas e Copas do Mundo, Pretinha contribuiu para a hegemonia da seleção brasileira no continente. A atacante atuou nos títulos da Copa América em 1995, 1998 e 2003 e chegou ao sonho dourado no Pan-Americano Rio 2007.

      A história de Pretinha com a seleção chegou ao fim em 2014. Depois de seis anos sem convocações, enquanto atuava na Coréia do Sul, a lenda se despediu da Amarelinha, aos 40 anos, em amistoso contra a França.

      O legado da atacante permaneceu até os dias atuais. Valente, combatente e habilidosa, a craque  da seleção brasileira começou escondida no subúrbio carioca e terminou com a histórica Pretinha.

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      Fotografias(2)

      Pretinha (BRA)

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