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      Histórias do Futebol

      Kléberson, a surpresa do penta

      Texto por Eduardo Massa
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      A história de Kléberson se confunde com a do pentacampeonato brasileiro. O seu sucesso surpreendente em 2002 foi ao mesmo tempo o grande momento de sua carreira e um peso a ser carregado. Afinal, seria difícil para o meia atender as expectativas depois de suas atuações decisivas na Copa da Coreia e do Japão.

      Na realidade, Kléberson foi protagonista quase por acaso. Aposta de última hora de Luiz Felipe Scolari, o jovem meia já ficaria contente com um lugar entre gigantes como Rivaldo, Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu, e entre promessas como Ronaldinho Gaúcho e Kaká, mas acabou por ser muito mais que um coadjuvante.

      Bélgica muda o destino de Kléberson

      Antes de falar da Copa, é preciso destacar que a convocação de Kléberson foi uma surpresa, mas não foi sem méritos. Embora tenha atuado pouco pela seleção antes do torneio, o meia foi um dos destaques do histórico título brasileiro do Athletico em 2001. Fora isso, ninguém esperava o ver muito em campo durante a Copa.

      A primeira participação de Kléberson na Copa foi já na terceira partida da fase de grupos, no segundo tempo, quando o Brasil vencia a Costa Rica por 3 a 2 e já estava confortável pensando nas oitavas de final. Ali, o meia parecia ter sido chamado a campo apenas para ganhar minutos e justificar sua presença no grupo.

      Kléberson deixou boa impressão em Felipão e acabou por brilhar no jogo seguinte, talvez o mais difícil da Copa para o Brasil. A Bélgica não tinha um timaço, como o que eliminou a seleção em 2018, porém contava com uma equipe bem-organizada e com o goleador Marc Wilmots. Não fosse um gol mal-anulado do atacante belga, talvez a história do penta não fosse a mesma, com o time de Felipão nervoso e sem exibir seu melhor futebol.

      Rivaldo colocou o Brasil na frente no meio do segundo tempo. Mas o alívio mesmo só veio no fim, quando Ronaldo marcou o segundo com passe de Kléberson, que tinha acabado de entrar. Ali, o meia ganhou a titularidade para a reta final e um lugar cativo na história do penta.

      Destaque na final contra a Alemanha

      Kléberson esteve em boa forma contra Inglaterra e Turquia, nas quartas e nas semifinais, mas a sua grande exibição seria na final, contra a Alemanha. Motor do meio-campo brasileiro, o jogador foi responsável diretamente pela vitória por 2 a 0.

      Durante a partida, Kléberson mostrou disposição invejável. Deixou os rivais alemães tontos e fez Kahn sofrer em duas finalizações perigosas, uma delas no travessão. Mas o lance determinante foi na reta final, com arrancada do meio para a direita, com passe rasteiro em direção a meia-lua, que terminaria com o segundo gol de Ronaldo, depois de corta-luz brilhante de Rivaldo.

      Rivaldo foi genial no penta. Ronaldo decisivo e artilheiro. E Kléberson a mais grata surpresa, com uma importância difícil de mensurar, destaque entre gênios, em um time com quatro jogadores premiados com o título de melhores do mundo (Ronaldo e Rivaldo já o eram e Ronaldinho e Kaká seriam depois). Um patamar alto demais para ser mantido...

      O dia em que 'ofuscou' Cristiano Ronaldo

      Kléberson ainda voltou para o Athletico Paranaense depois da Copa, mas já com a cabeça em novos desafios. Não faltavam pretendentes na Europa e, em meados de 2003, o meia assinou pelo Manchester United.

      Um fato curioso e lembrado com frequência é que, no dia de sua apresentação, o United recebia também outro reforço. Um jovem promissor, mas ainda não tão conhecido: Cristiano Ronaldo. Kléberson era já pentacampeão com o Brasil e poucos poderiam prever que ao seu lado estaria um futuro melhor do mundo, um dos maiores da história do esporte.

      Embora tenha se destacado entre gigantes pelo Brasil, Kléberson não encantou em Old Trafford, marcado também por lesões. Defendeu ainda o Besiktas na Europa, porém deixou o clube brigado para retornar ao Brasil em 2008 com a camisa do Flamengo. Na Gávea, seria novamente campeão brasileiro.

      Muitos lembram da carreira de Kléberson como um fracasso. Uma análise muitas vezes atrapalhada pelo seu sucesso em 2002. Embora não tenha sido genial como muitos de seus companheiros de penta, o paranaense se despediu do futebol com dois títulos brasileiros e mais troféus conquistados na Turquia e Inglaterra, além de ter vencido ainda uma Copa América e uma Copa das Confederações com a seleção.

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      Kléberson (BRA)
      Kléberson (BRA)

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