Se Nilton Santos se tornou referência na lateral esquerda do futebol, Djalma Santos fez isso do outro lado. Um dos grandes laterais pela direita da história do futebol mundial, escreveu história vitoriosa por clubes e na seleção brasileira.
Djalma começou a carreira na Portuguesa, e foi um dos grandes jogadores da história do clube. Quando começou, ainda na década de 1940, a Lusa tinha a sua força. Tanto que, em duas ocasiões, Djalma acabou campeão do Rio-São Paulo com a equipe do Canindé.
Ainda quando vestia a camisa da Portuguesa, Djalma passou a ser chamado para a seleção brasileira. Em 1953, foi titular da Copa América no Peru. Na final, porém, os brasileiros acabaram derrotados pelo Paraguai, por 3 a 2.
No ano seguinte, o lateral foi convocado para a primeira Copa do Mundo. O Brasil não fez grande campanha, caindo nas quartas de final para a Hungria, apesar do gol de Djalma contra os húngaros.
O tento ressaltava a qualidade do jogador não só na defesa. Djalma tinha técnica apurada para jogar com a bola nos pés e, sem ela, não usava da violência para roubá-la. Seguindo a linha de Nilton Santos, foi um dos pioneiros em termos de laterais com boa técnica.
Titular em outras duas Copas América, em 1956 e 1957, Djalma foi convocado para a Copa do Mundo de 1958. No Mundial, era preterido por Vicente Feola, dando lugar a De Sordi. A campanha brasileira era das melhores, e Djalma via tudo do banco.
Pelé, Zagallo, Vavá, Garrincha, Didi, Zito, Nilton, Bellini... Que time! Mas na final, quem jogou na lateral direita foi Djalma. E o lateral conseguiu grande destaque na partida decisiva, contra os suecos, donos da casa. O jogo do Rasunda acabou com goleada brasileira e grande exibição de Djalma, escolhido o melhor lateral do torneio mesmo tendo jogado "apenas" a final.
Ídolo palmeirense
Djalma seria premiado pelo jogo limpo em seu próximo clube. No Palmeiras, ganhou o Troféu Belfort Duarte por nunca ter sido expulso pelo clube. E foram quase dez anos defendendo as cores do Alviverde, com uma grande idolatria por lá.
Marcado pelo bom físico e habilidade, Djalma comandou o Palmeiras em grandes conquistas. O jogador chegou ao clube já campeão mundial, em 1959, e logo ganhou o carinho da torcida. No primeiro ano, celebrou o título paulista.
Djalma fez parte da Academia palmeirense, ao lado de nomes como Valdir, Dudu, Ademir da Guia, Tupãzinho e companhia. Títulos não faltaram na passagem: duas Taças Brasil, o Roberto Gomes Pedrosa, três Paulistas e um Rio-São Paulo.
O bi mundial
Enquanto conquistava títulos no Palmeiras, Djalma seguia carreira na seleção, não saindo mais do time. Em 1962, chegou na Copa do Chile como titular incontestável, e foi mais uma vez protagonista, com a seleção conquistando o bicampeonato. Em 1963, foi o único brasileiro em uma seleção da Fifa que realizou embate com a Inglaterra, em Wembley.
O lateral ainda jogaria a Copa de 1966, em um time já envelhecido, e que fez campanha ruim na Inglaterra. No total, Djalma somou 111 jogos e 11 gols com a camisa da seleção brasileira, sendo considerado um dos maiores laterais da história da seleção e também do futebol.
Djalma ainda jogou quatro anos no Atlético Paranaense, onde foi campeão paranaense e encerrou a carreira, em 1972. Chegou a tentar, sem sucesso, carreira de técnico, e nos deixou no dia 23 de julho de 2013, em decorrência de parada cardiorrespiratória.