Força, técnica e uma consciência tática pouco vista. Claudio Maldonado, um dos chilenos mais brasileiros do século, foi considerado, por muitos, um dos melhores volantes de sua geração. Por onde passou foi titular e contribuiu para títulos importantes para suas equipes.
Claudio Andrés del Tránsito Maldonado Rivera nasceu no dia 03 de janeiro de 1980, na cidade de Curicó, na região central do Chile. Começou sua carreira no Colo-Colo, onde se profissionalizou aos 18 anos. Foi campeão chileno pelo clube logo na primeira temporada, em 1998.
Primeira ida ao Brasil
Após se destacar no Pré-Olímpico de 2000, quando fez parte do elenco que levou o futebol do Chile às Olimpíadas de Sidney, Cláudio Maldonado teve seu primeiro desafio em terras tupiniquins: assinou com o São Paulo. O defensor chileno foi destaque no Tricolor Paulista por três anos, conquistando um título por temporada: dois Paulistas e uma Copa Rio-São Paulo.
Maldonado sempre foi reconhecido por sua polivalência nas quatro linhas. No Colo-Colo era um zagueiro promissor e na seleção sub-23 era lateral direito, mas no Brasil foi escalado como volante, se destacando pela segurança, técnica apurada e a lealdade nas roubadas de bola.
Em abril de 2003, depois de deixar sua marca no futebol paulista, rumou para Belo Horizonte, onde fora jogar no Cruzeiro, treinado por Vanderlei Luxemburgo, seu futuro sogro, já que Maldonado era namorado de uma das filhas do "pofexô".
Naquele ano, a Raposa já tinha conquistado o Campeonato Mineiro, ainda sem a presença do chilena, e viria a vencer a Copa do Brasil e o Brasileirão, conquistando a inédita “Tríplice Coroa”, um ano marcado na história da equipe celeste. Após o grande feito na temporada, Maldonado ainda viria ainda a ser campeão estadual em 2004.
Em 2006, foi para o Santos, que naquela altura tinha Luxemburgo, mais uma vez, como técnico. O Luxa que tinha acabado de retornar de uma grande experiência no Real Madrid. No Peixe, ajudou a quebrar um jejum de 22 anos sem títulos estaduais e emendou logo um bicampeonato, vencendo também o Paulista de 2007.
Aventura turca, retorno ao Brasil e o fim em casa
Apesar de ter tido propostas anteriores de gigantes do futebol europeu, como Ajax, Real Madrid e Milan, todas rejeitadas pelo Alvinegro Praiano, em janeiro de 2008 Maldonado foi atuar no Fenerbahçe, da Turquia, onde teve Zico como seu treinador.
Recheado de brasileiros, Maldonado estava “em casa”, mas o Fener não conquistou nenhum título relevante, embora tenha feito uma excelente campanha na Liga dos Campeões, chegando às quartas de final na temporada 2008/09. Na Europa, porém, o chileno iniciou uma fase difícil da sua carreira, onde sofreu com constantes lesões.
Ao fim de seu contrato, no meio de 2009, Maldonado estava decidido a retornar para o futebol brasileiro. Foi aí que surgiu uma proposta do Flamengo. Mais uma vez importante no esquema tático, desta vez do técnico Andrade, Maldonado foi peça fundamental no equilíbrio rubro-negro na incrível arrancada que culminou no título brasileiro, quebrando um jejum de 17 anos do time da Gávea sem vencer a competição.
Apesar de um ano de estreia incrível na equipe carioca, Maldonado voltou a ser acometido por uma série de lesões. Mais fora do que dentro dos gramados, o chileno passou três anos representando o Rubro-Negro.
No ano de 2013, após um tempo afastado dos gramados, usou o CT Joaquim Grava, centro de treinamento do Corinthians, para se tratar de outra lesão no joelho. No meio da temporada, o Timão resolveu dar uma oportunidade de recomeço para o volante, que até tentou, mas também não conseguiu nada além de oito partidas pelo Alvinegro.
No ano seguinte, ainda em declínio físico e sem muitas perspectivas, voltou para onde tudo começou, e, após 22 partidas em 2015, representando o Colo-Colo, Claudio Maldonado optou por encerrar sua vitoriosa carreira.
A serviço da seleção chilena, Maldonado foi convocado entre 2000 e 2010, atuando em 41 partidas e anotando um único gol, em um amistoso contra o Equador em 2005.