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      'King' Kahn, o titã do gol

      Texto por João Vitor Segura
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      Quem diria que um ser humano de 1,88 colocaria medo em quase todos os atacantes do futebol mundial entre os anos 90 e 2000. Pois bem, Oliver Kahn fez isso. O lendário goleiro alemão fez história pelo Bayern de Munique e pela seleção, com 24 títulos em toda a carreira profissional.

      Era apelidado de primata. Um verdadeiro monstro. O King Kahn. Mas, ao invés de escalar prédios, Oliver Kahn fechava o gol. Era uma muralha responsável por salvar as equipes que defendeu. Recordista por onde passou, o arqueiro alemão foi o primeiro goleiro a ser eleito o melhor jogador de uma Copa do Mundo, mas sucumbiu justamente na final.

      Um monstro por onde passou

      Oliver nasceu em Karlsruhe, no dia 5 de junho de 1969. Seguiu os exemplos do pai Rolf e, desde muito pequeno, se dedicou para viver do futebol. Mas, diferentemente do pai, o novo descendente da família Kahn decidiu ser goleiro. E foi no tradicional Karlsruher que ele começou e, posteriormente, marcou época.

      Começou na equipe juvenil e, com muito talento, estreou como profissional no fim do ano de 1987. Na primeira temporada, ele defendeu a meta da equipe em apenas duas partidas e na seguinte foram mais duas, mas as coisas mudaram um pouco mais tarde, em 1990/91.

      Kahn assumiu a meta de Alexander Famulla no meio da temporada e, aos 22 anos, não saiu mais dali. Foram quatro temporadas como salvador da equipe. O goleiro foi um dos grandes responsáveis por levar o time para a semifinal da Copa da UEFA em 1993/94, quando parou para o Austria Salzburg.

      Em 1993, foi convocado pela primeira vez para a seleção alemã, mesmo que já fosse apontado como um dos principais goleiros alemães no título da Copa do Mundo em 1990. Com grande destaque, Kahn sentiu que era a hora de despontar para o futebol mundial, não mais apenas no cenário alemão.

      Kahn disputou seu primeiro mundial em 1994, mas ainda era reserva. No torneio, a Alemanha caiu para a surpreendente Bulgária de Stoichkov, que, posteriormente, ficou com a quarta colocação daquele Mundial. Depois dali, chegou o chamado do Bayern de Munique.

      O Berni surgiu na vida do jovem de 26 anos e pagou cerca de 2 milhões de euros por Kahn. A titulo de curiosidade, a transferência mais cara do ano de 1994, quando Kahn se juntou ao Bayern, foi a de Gianluigi Lentini, que deixou o Torino e foi jogar no Milan por 13 milhões.

      Já no clube bávaro, Oliver assumiu a meta e seguiu como titular por 14 temporadas, até se aposentar no fim de 2007/08. Sofreu um baque no começo de sua trajetória em Munique, com uma grave lesão no joelho que o tirou dos gramados por seis meses.

      Apesar da dificuldade inicial, Kahn se recuperou rápido para fazer história. Dali em diante, não saiu mais. Foram 557 jogos, oito títulos da Bundesliga, seis Copas da Alemanha, um Mundial de Clubes e uma Liga dos Campeões. Um verdadeiro ídolo bávaro!

      A primeira taça que o jovem Kahn foi a Copa da UEFA em 1995/96, que tinha perdido pela antiga equipe duas temporadas antes. Ao lado de grandes jogadores como Matthäus e Papin, comandados pelo lendário ex-zagueiro Franz Beckenbauer, Oliver teve a coroação de um trabalho brilhante e seguro.

      Uma história cada vez mais brilhante

      Conquistou o primeiro Campeonato Alemão em 1996/97, cada vez mais adaptado e confortável na Baviera. Aos poucos, encantou a Alemanha e o mundo com sua frieza, garra e segurança, além, é claro, das numeráveis e incontáveis qualidades, como o posicionamento e o reflexo.

      O primeiro (e único) troféu pela seleção germânica veio em 1996. Naquela Eurocopa, Kahn ainda foi reserva, mas por pouco tempo. Foi saindo aos poucos ,,-,+.-+.,,da sombra de Andreas Kopke. A titularidade indiscutível só veio, porém, após a Copa de 1998, quando a Alemanha caiu para a Croácia de Suker, por 3 a 0.

      A partir do momento que se tornou o camisa 1, Kahn despontou. Na temporada 1998/99, Oliver brilhou e fez o Bayern chegar à final da Liga dos Campeões, mas o título acabou ficando com o Manchester United.

      Oliver deu a volta por cima após o revés. Em 2000/01, o Bayern reencontrou os Red Devils, agora nas quartas da mesma competição. Se vingou e despachou o clube inglês. Nas semis, eliminou o Real Madrid. E na final, diante do surpreendente Valencia de Cañizares, venceu por 5 a 4 nos pênaltis, com Kahn defendendo três cobranças.

      Depois, venceu o Mundial de Clubes contra o Boca Juniors, por 1 a 0. Foi eleito, ao fim da temporada, o melhor goleiro de todo o mundo, na premiação anterior ao Prêmio Lev Yashin, e o melhor jogador do Campeonato Alemão.

      O início do fim

      O ano de 2002 foi claramente marcante na vida de Oliver Kahn, que já era ídolo na Alemanha naquela época. No auge da sua carreira, Kahn já era absoluto na Alemanha. E não só no país, mas em todo o mundo. Como o maior nome da posição em todo o planeta, Oliver sentia a necessidade de só mais um troféu: a Copa do Mundo.

      O goleiro alemão foi impecável no Mundial, até a final. Liderou a seleção ao lado de Michael Ballack. Foi com a Alemanha até a final, após eliminar Paraguai, Estados Unidos e Coréia do Sul. Na final, contra o Brasil, Kahn caiu. Com falha marcante no segundo gol anotado por Ronaldo, o goleiro, que tinha sido eleito o craque do torneio, iniciou ali o declínio em sua carreira com o vice da Copa.

      Sem conseguir repetir as atuações dos anos anteriores na carreira, Kahn começou a sofrer gols bobos e parou de passar aquela segurança que era tradicional do goleiro. Foram mais cinco temporadas e ainda chegou a viver momentos felizes, com mais troféus conquistados (entre eles, três Bundesligas e três Copas da Alemanha).

      Entretanto, o declínio era notável e Kahn já não era mais o mesmo. Tanto que, na Copa de 2006, foi substituído e atuou apenas uma partida, na disputa de terceiro lugar, vencida pelos germânicos. Foi ali sua última partida como titular da seleção. A trajetória na, naquele momento, tricampeã do mundo, tinha chegado ao fim.

      O adeus aos gramados veio em 2008, em grande estilo. Com a conquista do Campeonato Alemão, o seu oitavo na carreira, Kahn teve, como seu último ato no clube, erguer o troféu. Aos 39 anos, Oliver pendurou as luvas e deu adeus ao futebol. O titã do gol parou, mas o legado foi construído.

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      Oliver Kahn (GER)
      Oliver Kahn (GER)

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