O São Paulo conseguiu uma vitória convincente no Majestoso do fim de semana. Foi a segunda vez que Luis Zubeldía escalou o quarteto de ataque com Oscar, Luciano, Calleri e Lucas Moura. A grande expectativa no Morumbi é até que ponto, ao longo da temporada, Zubeldía conseguirá fazer funcionar um esquema com os quatro.
O clássico deu bons indícios de que sim, é possível que o quarteto atue junto. Principalmente pelo comportamento de Oscar e Lucas Moura na transição defensiva. Zubeldía conseguiu um time não apenas criativo no último terço, mas equilibrado e que deu pouco espaço para o rival jogar.
A recomposição defensiva do Tricolor foi feita em 4-4-2, com Luciano junto a Calleri na Frente e Oscar e Lucas recuando na mesma linha da dupla de volantes, formada por Pablo Maia e Alisson. O primeiro momento de pressão, na chamada reação pós perda, é feito com Oscar ou Lucas se juntando a Calleri ou Luciano (dependendo do lado do campo) para pressionar o portador da bola. O lateral daquele lado também adianta para ajudar a fechar linhas de passe.
Se o time não consegue a recuperação imediata, recua e, no campo defensivo, sempre se posiciona com lateral + volante + meia no mesmo setor, apertando o portador. O Corinthians jogou em uma espécie de 4-3-1-2 e criou poucos momentos de superioridade numérica.
Uma das melhores notícias para o São Paulo no Majestoso foi a boa recomposição defensiva da equipe em 4-4-2, com Lucas e Oscar comprometidos em ajudar na transição pelos corredores laterais. Será ótima notícia para o Tricolor se seguir assim ao longo da temporada... pic.twitter.com/4Yg8UIhbD7
— Carlos Ramos (@CarlosRamos93) January 27, 2025
Com a bola, não faltam soluções
Zubeldía usa o duplo-pivô para fazer uma saída de bola 2+2, com os zagueiros iniciando as jogadas com o auxílio de Alisson e Pablo Maia. Os laterais se posicionam bem abertos, para dar opção de um jogo direto para Rafael. Se você reparou, o goleiro optou, muitas vezes, por uma saída longa ou com os laterais, para sair para o jogo a partir dos flancos, ou uma ligação direta na frente para Calleri ou Lucas, para ganhar a segunda bola a partir do corredor central.
Na saída curta, Oscar, Lucas e Luciano aparecem em uma linha na frente do duplo-pivô para criar linhas de passe no corredor central. Quando a jogada evolui ao último terço, Luciano se adianta para jogar ao lado de Calleri.
O detalhe do trabalho de Zubeldía é que ele não é preso a nenhuma forma de sair jogando: o importante é ser direto. Se é por baixo, ou com troca de passes, só o campo vai conseguir dizer.
O dinamismo de Pablo Maia e Alisson é fundamental para a recomposição defensiva, mas também para o jogo fluir na fase ofensiva. Enzo Díaz, por sua vez, cria boas jogadas por dentro, conseguindo boas aproximações com Oscar. Se mostra, nesse início, um bom reforço, um jogador com boa qualidade no passe. Igor Vinícius, do outro lado, avança mais pelo fundo para atacar a profundidade.
No último terço, o Tricolor busca sempre aproximações entre um atacante, um lateral e um meia para criar "triângulos" nos corredores laterais. Por dentro, Pablo Maia e Alisson também aparecem como opções para criar superioridade numérica. No último terço, a inventividade de Lucas no 1 contra 1 e a criatividade de Oscar para achar companheiros em grandes condições sobressai.
Luciano e Calleri, por dentro, já criaram entrosamento de outros trabalhos. O argentino cria muito de costas para a meta, fazendo o pivô para as jogadas progredirem, além de ser o principal finalizador.
Até aqui, Oscar já soma um gol e uma assistência nesse retorno, mesmo número de Luciano na temporada. Lucas tem dois gols enquanto Calleri, até aqui, só foi garçom. O quarteto deu bons indícios. Agora só o tempo, e trabalho, serão capazes de mostrar aonde eles podem chegar juntos.