Roger Machado faz no Inter o melhor trabalho da carreira. E o Inter, de Roger Machado, é uma das melhores notícias do futebol brasileiro em 2024. O time vem de quatro vitórias seguidas, 16 jogos sem perder. Como? Com a cara de seu treinador, e com o melhor futebol do país atualmente.
Talvez Roger tenha chegado tarde demais. O Inter está atrás na luta pelo título. Busca o G4 e, se depender da performance atual, terminará a temporada com a vaga direta na Libertadores. Com um trabalho sólido de um técnico com ideias muito interessantes.
O Inter, de Roger Machado
Roger Machado tentou aproveitar os poucos pontos positivos do trabalho de Coudet. O técnico aperfeiçoou a pressão alta do argentino, aproveitando o conceito de pressão pós-perda, o perde e pressiona, com uma marcação alta mais eficiente do que nos tempos do argentino no Colorado.
Na organização defensiva, o Inter se posiciona em um 4-1-3-2. Borré e Alan Patrick formam a primeira linha de pressão em cima dos zagueiros e direcionam a saída adversária para os lados do campo. Bernabei e Bruno Gomes têm liberdade para saltar pressão, fechando as linhas de passe e forçando o rival a um jogo direto. Com a presença de Fernando no meio, o Inter consegue também ter um ótimo aproveitamento nas segundas bolas. É um time que sobra fisicamente.
Quando recupera a bola já no campo de ataque, a equipe costuma ser muito direta nos ataques, resolvendo logo os lances. Mas quando tem a bola para construir desde a defesa, o Inter mostra muita paciência, virtude da personalidade de Roger que aparece com muita clareza em suas equipes.
Fase ofensiva
O Inter começa a se organizar ofensivamente em uma espécie de 4-2-3-1, apesar de Alan Patrick flutuar por todo o campo. O time usa uma saída 3+1, com Rômulo (ou Fernando) entre os zagueiros e Thiago Maia (ou Bruno Henrique) na linha de frente. Com excelente capacidade associativa, a equipe troca passes com muita paciência e geralmente avança com jogo apoiado, através de passes curtos ou médios.
Na medida que avança no campo, forma um 3-1-5-1. Bruno Gomes e Bernabei têm liberdade para avançar e ocupar os corredores laterais. Trocam muito de posição com os pontas: Gomes com Tabata, Bernabei com Wesley. Se em um primeiro momento Bernabei aparece mais por dentro, na primeira fase, quando a jogada é mais aguda o lateral deixa o meio com Wesley.
Improvisado na direita, Bruno Gomes conseguiu uma sintonia perfeita com Tabata, e o jogo de ambos cresceu a partir do momento que passaram a atuar juntos pela direita. Com Bernabei, lateral de profundidade, Wesley teve mais espaço para desequilibrar por dentro, como no gol da vitória sobre o Vasco.
O Colorado apresenta um jogo interior muito forte com Alan Patrick e Thiago Maia (ou Bruno Henrique). Os meias costumam aparecer muito nos meio-espaços para receber entrelinhas. Não falta criatividade para criar jogadas para Rafael Santos Borré. Melhor municiado, o atacante cresceu sob o comando de Roger: o colombiano marcou 73% dos gols dele no ano com o técnico.
Na sequência de quatro vitórias seguidas, o Inter sofrue apenas um gol, e marcou nove. O time já está em terceiro lugar na tabela do Brasileirão, e promete continuar a subir...