O assunto da nossa primeira coluna ainda era dúvida na véspera do jogo da Inglaterra pelas eliminatórias para a Euro 2024 contra a Itália, na noite de terça-feira, mas o desempenho de Jude Bellingham na vitória dos Three Lions por 3 a 1, em Wembley, rapidamente colocou um ponto final na discussão.
Sem sair do banco na final da Euro 2020, com derrota da Inglaterra, nos pênaltis, contra a Itália, também em Wembley, Bellingham passou por uma ascensão meteórica e deslumbrante. De garoto-prodígio do Birmingham City a estrela do Real Madrid. E seu desempenho como titular no meio-campo dos Three Lions na noite de terça colocou a máquina de hype, já desenfreada, em ação.
Desejando rotular o jovem de 20 anos como o atual “melhor jogador do mundo”, a mídia inglesa bombardeou o técnico Gareth Southgate e seus jogadores com perguntas pós-jogo sobre Bellingham e é fácil entender por quê.
Com os anfitriões perdendo por 1 a 0, graças a um gol de Gianluca Scamacca marcado contra a corrente do jogo, Bellingham foi o catalisador para uma recuperação impressionante da Inglaterra: o meia ganhou um pênalti no primeiro tempo, convertido por Harry Kane, antes de desempenhar um papel decisivo na jogada fluida que Marcus Rashford finalizou para colocar a Inglaterra à frente por 2 a 1.
Mais tarde, Kane marcou um belo terceiro gol para encerrar a disputa... E ainda assim toda a conversa pós-partida ainda teve foco no prodigioso Bellingham.
Ele estava em todo lugar. Ganhando divididas, deixando companheiros na cara do gol (um passe particularmente memorável para Phil Foden ainda no 1 a 1), recebendo bolas sob pressão e quebrando linhas italianas com facilidade.
Mais que isso, ele foi um líder: inspirando companheiros de equipe, intimidando adversários, animando uma multidão em Wembley que beirava a inquietação depois que o ex-atacante do West Ham, Scamacca, ameaçou arruinar a festa de qualificação.
Depois de um início de carreira emocionante em Madrid, Bellingham está na melhor forma da sua vida: os seus dez gols (e quatro assistências) em 12 jogos por clube e seleção esta temporada sublinham o quão bem ele se adaptou a um ajuste posicional, dando-lhe maior liberdade para percorrer o setor de ataque.
Embora a maioria de seus companheiros de equipe tenha optado sensatamente por evitar questões sobre as credenciais de Bellingham para ser o GOAT, e seu status atual como herdeiro dos tronos de Messi e Cristiano Ronaldo, o zagueiro inglês Harry Maguire não resistiu em alimentar a mídia com o que eles tão desesperadamente queriam. Afirmando que “não há chance” de haver um meia melhor no mundo, o zagueiro do Manchester United falou com entusiasmo sobre Bellingham.
“Desde que ele veio e treinou com o grupo, dava para ver que sua mentalidade e sua fisicalidade eram incríveis para um garoto tão jovem... ele parecia enorme”, elogiou.
Maguire pode ser apelidado de ‘Slabhead’ (N.R: algo como Cabeção), mas ele estava certo. Bellingham parecia enorme, seu potencial é gigantesco e a seleção da Inglaterra, que perdeu na última final da Euro, está decididamente mais forte agora que o garoto-prodígio passou do banco para os titulares.
Com Bellingham agora um Galáctico de pleno direito, a busca será pelo próximo prodígio doméstico.
Poderia ser literalmente outro Bellingham?
Texto por Stephen Gillet