Flamengo 3 x 0 Liverpool: 'O dia em que o Samba calou o Heavy Metal'

A final do Mundial Interclubes de 1981, disputada por Flamengo e Liverpool, foi responsável pela comprovação de um dos maiores times da história do futebol brasileiro e mundial: o Esquadrão de Zico.

O Rubro-Negro, sob a batuta do Galinho de Quintino, com um sonoro 3 a 0, transformou Tóquio numa verdadeira Sapucaí, e tornou insosso o poderoso Heavy Metal inglês. 

Baile em vermelho e preto

No dia 13 de dezembro de 81, o Esquadrão de Zico entrou em campo para superar o Liverpool e provar que aquele time seria capaz de jogar em qualquer lugar do mundo. No entanto, os ingleses passavam por uma fase similar a do Flamengo, com uma sequência de grandes conquistas – inclusive na Liga dos Campeões, o principal torneio do continente europeu.

Com mais de 60 mil pessoas no Estádio Nacional, em Tóquio, o palco estava posto. E logo aos 13 minutos da inicial, Zico, sempre ele, encontrou Nunes, que aproveitou da saída errada do goleiro Grobbelaar e, da entrada da pequena área, deu um toque de categoria para encobrir o goleiro e abrir o placar

O talento Rubro-Negro surpreendeu os Reds, que pensaram que seria fácil se recuperar depois da infelicidade do goleiro sul-africano. 

O que eles não contavam era com o talento de um certo Galinho de Quintino. Aos 34 minutos , falta em Tita. Eis que o camisa 10 foi para a cobrança. Grobbelaar até que tentou, mas não conseguiu segurar o destino. Após rebatida, a bola chegou aos pés de Adílio, que escancarou a superioridade flamenguista no placar: 2 a 0.

A confiança/arrogância inglesa foi às ruínas diante da aula de futebol que recebera. Num primeiro tempo mágico, o Fla queria mais. E teve. Aos 41, a conexão primorosa entre Zico e Nunes funcionou novamente. O Galinhou assistiu o goleador, que avançou rapidamente e bateu cruzado para abrir 3 a 0, que seria o placar final da decisão.

Fla administra e decreta `Carnaval` em Tóquio

Já campeão do mundo, o Flamengo fez o favor de gastar ainda mais a bola no segundo tempo. Com toques de classe e brilhantismo, o time de Zico administrou o resultado diante de um Liverpool que sequer conseguiu ser mais incisivo na etapa complementar. O goleiro Raul foi mero espectador no gramado, tamanha a superioridade brasileira. 

Não teve jeito! O planeta bola era definitivamente vermelho e preto. Tóquio virou passarela e testemunhou um desfile de molejo e malemolência brasileira com a pelota nos pés.

Pior para o Heavy Metal britânico, que viveu um dia sabático diante da magia do samba rubro-negro.