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      Barcelona 2008-2012: A revolução Guardiola

      Texto por ogol.com.br
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      Grandes esquadrões ao longo da história do futebol marcaram época com suas conquistas. Poucas deles, no entanto, podem se gabar de ter mudado o jogo. O Barcelona de Pep Guardiola promoveu uma grande revolução, sem fugir da tradição holandesa trazida por Johan Cruijff, e com a mais talentosa geração saída da base de La Masia como motor.

      O sucesso do Barcelona de Guardiola serviu como referência por todo o globo. A base da equipe liderou também a Espanha ao seu momento mais vitorioso na história, com o bicampeonato europeu em 2008 e 2012 e o título mundial de 2010.

      Mas a revolução Guardiola não seria possível sem a "tempestade perfeita". Todos os fatores coincidiram para dar lugar naquela que, para muitos, foi a maior equipe da história do futebol.

      Legado Ronaldinho, experiência e geração de ouro de La Masia

      Antes de falar do Barcelona de Guardiola, é preciso recordar a importância do time de Frank Rijkaard, que em campo contou com a magia de Ronaldinho Gaúcho. Coube ao genial e irreverente brasileiro trazer a campo a memória de um Barça espetacular, como nos tempos do Dream Team da década de 90, que elevou o patamar do clube com outros atletas fora de série, como Michael Laudrup, Stoichkov, Romário e... Pep Guardiola.

      Com Ronaldinho, o Barcelona voltou a vencer a Liga dos Campeões em 2005/06, 14 anos depois da primeira conquista com o Dream Team. O craque brasileiro, já sem a mesma motivação para se manter no topo (e por consequência manter o Barça por lá) deixou o time antes de Pep Guardiola assumir o comando em 2008. No entanto, o seu legado foi um clube respeitado novamente por todo o mundo, tornando o futebol do Barça em sinônimo de espetáculo. Mais que isso, o gaúcho foi referência ideal para um promissor argentino, que viria a fazer o improvável: superar a magia de seu antecessor e adicionando ainda um toque especial de eficiência em seu jogo.

      Falar do Barcelona de Guardiola é falar de Lionel Messi. E não precisamos dizer muito sobre o pequenino gênio além de que seu nome está no panteão do futebol ao lado de outros, como Pelé. E se um clube tem a sorte de revelar um destes atletas que nascem de cem em cem anos, qual a probabilidade dele vir acompanhado de outros craques? Pois bem foi o que aconteceu.

      Messi compartilhou o campo com a "geração de ouro" do Barcelona. Na verdade, foram gerações em sequência de revelações. As duas maiores, separadas por quatro anos de diferença, Xavi e Iniesta. Dois dos maiores jogadores da história da Espanha, a mesma dupla que comandaria a Fúria com seu talento aos títulos mais importantes entre 2008 e 2012. E não eram os únicos. No gol, Victor Valdés. Na zaga, o experiente Puyol. No meio-campo, um jovem Sergio Busquets. No ataque, o coadjuvante Pedro. E Gerard Piqué ainda foi trazido de volta depois de passar pelo Manchester United. Todos crias de La Masia.

      E se falamos de contratações, não podemos esquecer a chegada de Dani Alves. O lateral direito, com seu estilo ofensivo, se tornaria rapidamente no parceiro ideal de Messi. Aliado a isso, a experiência de nomes como Rafa Márquez, Abidal e Henry, e os talentos de Yaya Touré e Samuel Eto'o, em seus auges.

      Com todas essas peças, seria muito difícil falhar. Mas ninguém Guardiola adicionou o seu toque de genialidade para formar um time quase imbatível.

      Barça campeão de tudo em 2008/09

      O início foi titubeante. Pep Guardiola trabalhou para implantar rapidamente o seu estilo de jogo de posse de bola, com linhas avançadas, compactação e marcação sobre pressão. A marca registrada seria a incessante troca de passes curtos, que rendeu o apelido de "Tiki-Taka". Guardiola nunca gostou do apelido e sempre defendeu o toque apenas como forma de estratégia para se chegar ao gol, irritando-se quando o domínio se tornava improdutivo. Não foi de imediato que seus comandados entenderam o conceito.

      A primeira derrota veio na pré-Liga dos Campeões, para o modesto Wisla Cracóvia, mas a vitória por 4 a 0 no jogo de ida tornou o fracasso relativo. Mas seguiram-se dois resultados ruins pelo Espanhol, com derrota para o Numancia e empate para o Racing Santander. Já havia quem contasse os dias do novo e inexperiente treinador, vindo do time B. O engano não poderia ser maior.

      Aos poucos o Barcelona encontrou um futebol exuberante, com goleadas em curto espaço de tempo sobre Sporting Gijón e Atlético de Madrid (ambas por 6 a 1), Basel e Almería (ambas por 5 a 0), em uma lista que só crescia. Nem o arquirrival escaparia da sede de gols do Barça.

      Talvez o momento mais marcante da temporada tenha sido justamente na casa do Real Madrid, o Santiago Bernabéu, no dia 2 de maio de 2009. Diz a lenda que ali, como que em um passe de magia, surgiu a figura de Messi como falso 9. Na realidade, o argentino já havia sido testado na função, mas em ocasiões excepcionais. A afirmação viria naquele jogo histórico, com Eto'o, em temporada também fantástica, deslocado para a ponta para abrir espaço para o seu companheiro, que deitou e rolou. O placar final foi 6 a 2, com dois gols e uma assistência de Messi.

      Nenhum rival estava preparado para a revolução do Barça. No Espanhol, campeão com nove pontos de vantagem sobre o Real. Na Copa do Rei, título com goleada de 4 a 1 sobre o Athletic na final. Na Liga dos Campeões, Eto'o e Messi selaram a vitória por 2 a 0 sobre o Manchester United na grande decisão em Roma. O Barça ainda ganharia a Supercopa da Espanha e da Europa, e o Mundial de Clubes... Enfim, todos os títulos disputados.

      Um novo auge em 2011

      O sucesso da primeira temporada seria difícil de ser repetido, e um erro de cálculo de Guardiola comprometeu o funcionamento quase mágico da equipe de 2008/09. O choque de personalidades com Samuel Eto'o, que vivia grande fase, fez o técnico envolver o atacante em uma troca com a Internazionale por Zlatan Ibrahimovic. Mas se Eto'o já havia criado problemas por seu temperamento mais forte, Ibra seria muito pior. A dificuldade de se relacionar com este tipo de atleta acabou por se provar como o ponto franco de Guardiola: o sueco nunca perdoou a forma como foi ignorado por seu comandante na época.

      Eto'o acabou por ajudar a Inter de José Mourinho a derrubar o Barcelona na semifinal da Liga dos Campeões, sagrando-se campeão na sequência. Na Copa do Rei, a queda veio nas oitavas pelo Sevilla. Mas a temporada não foi um fracasso, pelo contrário, o Barça foi campeão espanhol com incríveis 99 pontos e com apenas uma derrota, para o Atlético.

      Em 2010/11, um novo no inesquecível. Já sem Ibra, coube a David Villa fazer o bom papel de coadjuvante no ataque. Nem mesmo a temporada espetacular de Cristiano Ronaldo, com 40 gols no Espanhol, impediu mais um título nacional para o Barça, que foi derrotado pelo rival na Copa, mas levaria a melhor também na semifinal da Liga dos Campeões. No fim, mais um título europeu sobre o Manchester United. Para coroar o ano, nova conquista do Mundial de Clubes, com 4 a 0 sobre o Santos de Neymar.

      Dando sinais de desgaste e cansaço, Guardiola se despediu do Barcelona no fim da temporada 2011/12 depois de perder o Espanhol pela primeira vez. Mas não ficou sem um título importante, com nova conquista da Copa do Rei. O técnico venceu 14 troféus dos 19 troféus possíveis em sua passagem como técnico do clube.

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