Siga oGol no facebook
      bet365
      Biografia
      Biografia Jogadores

      Gianluigi Buffon, o Superman do Calcio

      Texto por Carlos Ramos
      l0
      E0

      Gianluigi Buffon estava diante de uma cabeçada de Zinedine Zidane. A mesma cabeça, de gênio, que derrubou o Brasil em duas Copas. A mesma cabeça, de gênio, que conquistou a Europa e o mundo. A mesma que, pouco depois, derrubaria Materazzi em uma das cenas mais marcantes da história das Copas. Buffon foi um verdadeiro Superman para evitar que Zidane marcasse, na prorrogação, o que seria o gol do título mundial da França. O goleiro segurou o jogo, levou para os pênaltis e, depois, levantou a Copa do Mundo. O ápice de uma carreira memorável. Quase eterna. Porque Buffon, assim como o Superman não vive sem a capa, não consegue viver sem o futebol. 

      O começo de tudo foi em Parma, cidade universitária da Emilia-Romagna. Buffon jogava no meio. Thomas N'Kono, goleiro camaronês que brilhou na Copa de 1990, o inspirou a mudar de posição, como o próprio Buffon já confessou. A idolatria foi tamanha que um dos filhos de Buffon, em homenagem a N'Kono, se chama Thomas. 

      A estreia de Buffon como profissional foi no final de 1995, contra o Milan, pela Serie A. Na temporada seguinte, já conseguiu mais protagonismo e foi mostrando, aos poucos, que seria um goleiro fora de série, com duelos marcantes contra grandes atacantes da década de 1990. 

      Em 1997, com 19 anos, Buffon foi convocado pela primeira vez pela seleção italiana. Na fria Moscou, os italianos jogavam contra a seleção local quando o experiente Pagliuca se machucou. Ouviu, então, de Cesare Maldini: era a hora de estrear. O jogo acabou 1 a 1, com o gol russo sendo marcado contra por Fabio Cannavaro, que seria companheiro de Buffon durante muito tempo na seleção italiana. 

      Começo de protagonismo e títulos

      Os primeiros anos de Parma deram muito a Buffon. O goleiro, que celebrava grandes conquistas com a camisa do Superman, foi campeão da Copa Uefa, da Copa Itália e da Supercopa da Itália. Se tornou o goleiro mais desejado pelos grandes clubes italianos. 

      @Getty / Alex Livesey

      Cinco anos depois da estreia no Parma, Buffon foi comprado pela Juventus por pouco mais de 50 milhões de euros, se tornando o goleiro mais caro da história (só seria batido quase duas décadas depois). Chegou ao lado de Pavel Nedved, e viveu uma temporada de estreia marcante: foi campeão italiano, mas perdeu a Copa para seu ex-time. 

      Buffon se notabilizava por ser um goleiro decisivo nas cobranças de pênalti. Em sua segunda temporada em Turim, por ironia do destino, acabou perdendo a final da Liga dos Campeões diante do Milan justamente nas cobranças de penalidades. Ao final da temporada, porém, Buffon, além do segundo título italiano, faturou o prêmio de melhor jogador da Uefa, entregue pela primeira vez para um goleiro. 

      Buffon seguiu, nos anos seguintes, carreira vitoriosa com a Juve. Com Fabio Capello, conquistou os títulos italianos que seriam revogados anos mais tarde, no escândalo do Calciopoli. Antes da punição para a Velha Senhora, o goleiro chegou em alta para seu terceiro Mundial. 

      O topo do mundo 

      A seleção italiana estava longe de ser considerada favorita na Copa de 2006, a ser disputada na Alemanha. Buffon, titular em 2002 e presente no elenco em 1998, era um dos principais destaques de um time forte defensivamente, e que contava com o talento de jogadores como Totti e Del Piero na frente. 

      Azzurra avançou aos trancos e barrancos até as quartas. Nas oitavas, a vaga veio em um jogo polêmico, com decisão de arbitragem duvidosa a favor contra a Austrália. Nas quartas, uma atuação sólida contra a Ucrânia, e vitória por 3 a 0. 

      Nas semifinais, a Itália encarou a dona da casa, Alemanha. Por mais que também não tivessem o elenco de maior talento do torneio, os alemães conseguiram ganhar o apoio do público local, criando uma atmosfera favorável. Mais uma vez, a classificação foi sofrida. Lukas Podolski ainda teve tudo para dar a vaga aos alemães, ao receber bola na canhota da área. O atacante ajeitou o corpo e bateu forte de canhota, mas Buffon fez uma defesa de Superman. Com um final de loucos, os italianos conseguiram a classificação. 

      A final foi outro drama. Buffon, mais uma vez, foi decisivo, com a famosa defesa na cabeçada de Zidane. Nos pênaltis, a Itália conquistou o mundo, e Buffon viveu o ápice da carreira. "Ganhar a Copa vale o ingresso de uma vida, a certeza de morrer em paz", diria, anos depois. 

      Buffon foi eleito o melhor goleiro do Mundial, sofrendo apenas dois gols ao longo de toda a campanha. Foi, também, considerado o segundo melhor jogador do mundo, perdendo o troféu para o compatriota Fabio Cannavaro. 

      Amor à Juve, amor ao futebol

      Depois da Copa, Buffon voltou para Turim para uma outra realidade. Punida pelo escândalo do Calciopoli, a Juventus acabou rebaixada para a Serie B. Em prova de amor ao clube, Buffon seguiu, e recolocou a Velha Senhora na elite do futebol italiano. Na campanha, Buffon passou 21 jogos sem sofrer gol. 

      @Getty / GLYN KIRK

      O retorno para a elite não foi fácil, mas Buffon conseguiu viver o renascimento da Juve, anos mais tarde. Já de casa nova, e começando com Antonio Conte, a Velha Senhora engatou uma sequência de títulos na Velha Bota a partir de 2011, até 2018. 

      Em 2018, Buffon deu uma pausa em sua história em Turim para viver uma temporada no Paris Saint-Germain. Na França, porém, não conseguiu a grande ambição do clube, que era faturar a Liga dos Campeões. Após uma temporada que ficou marcada por eliminação nas oitavas da Champions, contra o United, o goleiro voltou para Turim. 

      Na Juve, com menos protagonismo, Buffon ainda voltou a ser campeão nacional. No dia 19 de maio de 2021, Buffon se despediu da Velha Senhora após 685 jogos. E com título, vencendo a Copa da Itália diante da Atalanta, por 2 a 1. 

      A despedida triunfal foi seguida de um retorno épico. Ídolo eterno em Turim, Buffon voltou para o Parma, já quarentão, para encerrar a carreira. E manteve o alto nível, fazendo 45 jogos em duas temporadas. Apesar de não ter conseguido o grande objetivo, de recolocar a equipe na Serie A, Buffon encerrou a carreira aos 45 anos como uma lenda, considerado um dos melhores goleiros do mundo. O Superman deixou a capa de lado, mas jamais perderá seus super poderes. 

      D

      Fotografias(50)

      Comentários

      Quer comentar? Basta registrar-se!
      motivo:
      EAinda não foram registrados comentários…
      Links Relacionados