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      Dirceu Lopes, o Príncipe de Minas Gerais

      Texto por Leonardo Parrela
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      Na monarquia do futebol brasileiro, Pelé sempre foi Rei soberano. Melhor jogador de todos os tempos, o eterno camisa 10 santista, no entanto, não escondeu admiração por um outro jogador, de mesmo número, que atuava nas montanhas mineiras. Dirceu Lopes, camisa 10 do Cruzeiro, foi então batizado de 'Príncipe'.

      Natural de Pedro Leopoldo, cidade que integra a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Dirceu Lopes Mendes chegou ao Cruzeiro em 1962, com 16 anos. Foi o início da formação de um dos times mais importantes da história do clube estrelado.

      O craque regicida

      Felicio Brandi, então presidente do Cruzeiro, queria um time forte para jogar no Mineirão - estádio que seria inaugurado em setembro de 1965. Junto do então desconhecido Dirceu, chegaram nomes como Natal, Piazza e Tostão. Eles formaram a espinha dorsal de uma equipe que assombrou o Brasil.

      O ano era 1966 e o Santos, de Pelé e outros craques, era tido como um dos melhores times do mundo. O Cruzeiro tinha uma boa equipe e Dirceu Lopes, camisa 10 e maestro daquela equipe. Mais, com seus dribles rápidos e excelente controle de bola, também era um dos  artilheiros. Encantava com a simplicidade para resolver jogos e achar caminhos dentro das quatro linhas.

      A promessa de Felicio Brandi se concretizou. O Mineirão foi inaugurado e quando chegou a final da Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro era o atual bicampeão estadual. Na grande final, um duelo contra o time do Rei.

      Pelo caminho ficaram Americano, Grêmio e Fluminense - com o Cruzeiro marcando gols em quase todos os jogos. No primeiro jogo da final, os mineiros impuseram uma das derrotas mais duras de Pelé com a camisa santista: no Mineirão, 6 a 2 para a Raposa.

      Dirceu foi dono da partida. Marcou três gols, deu uma assistência e ainda sofreu um pênalti. O camisa 10 não se intimidou ao ver Carlos Alberto Torres, Oberdan, Zito, Lima e outros  grandes nomes. Dominou o jogo e se apresentou para o mundo do futebol.

      No jogo da volta, liderou a virada celeste que resultou na vitória por 3 a 2, depois de sair perdendo por 2 a 0. Marcou o gol de empate e viu a equipe, que jogou de branco naquela noite, calar um Pacaembu lotado.

      Os louros do Príncipe

      Em campo, Dirceu Lopes liderou uma das equipes mais vencedoras da história celeste. Foram nove títulos estaduais, a grande conquista da Taça Brasil diante do Santos de Pelé e a primeira Libertadores da história do Cruzeiro, em 1976. Foi artilheiro de duas edições do campeonato mineiro (1966 e 1969), além de ter três Bolas de Prata (1970, 1971 e 1973) e também uma Bola de Ouro (1971) da revista Placar.

      Dirceu nunca escondeu que tinha dois ídolos no futebol: Garrincha e Pelé. Quando pequeno, em Pedro Leopoldo, imitava os movimentos de ambos brincando com a bola pelas ruas e campinhos da cidade. O tempo passou e ele ganhou a admiração do Rei - tanto que virou o Príncipe.

      Histórico, ele também foi responsável por engrandecer o mito da camisa 10. Elegante, inteligente e fatal. Mesmo jogando no meio-campo, marcou 223 jogos e é o segundo jogador com mais gols na história do clube. A longevidade também é algo digno de nota: foram 610 partidas defendendo o manto azul celeste. Uma referência gigantesca para a história do clube.

      A história na Seleção foi curta: apenas 19 partidas, mas com 12 vitórias, seis empates e apenas uma derrota. Há um consenso que o jogador deveria ter mais espaço e, quem sabe, integrar o grupo que foi tricampeão mundial, em 1970. Depois de passar 13 anos no Cruzeiro (1964-1977), se aventurou por Fluminense, Uberlândia e Democrata.

      Depois de se aposentar, Dirceu virou nome de rua e de bairro na cidade natal de Pedro Leopoldo. Recebe homenagens do Cruzeiro, de torcedores e de admiradores do futebol.

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      Dirceu Lopes (BRA)
      Dirceu Lopes (BRA)

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