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      Carli Lloyd: A 'Golden Goal'

      Texto por Paulo Mangerotti
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      Camisa 10 estampada nas costas, braçadeira de capitão no braço direito, um chute potente com o pé direito de fora da área e uma rara presença dentro dela. Gols de cabeça, de pancadas de longe, com categoria e carinho para deixar a bola morrer no fundo da rede. Mais do que muitos gols, gols decisivos. Carli Lloyd, duas vezes Melhor Jogadora do Mundo pela Fifa e uma Bola de Ouro, não é por acaso uma das atletas mais laureadas do futebol feminino. É, sem dúvidas, uma das personagens mais decisivas da história.

      Carli Ann Lloyd nasceu em 16 de julho de 1982, nos Estados Unidos, o berço do futebol feminino. Crescida nos anos 1980, a jovem Carli bebeu desde cedo da fonte efervescente que era o futebol nos EUA, naquele tempo muito mais forte entre as mulheres do que entre os homens. E o início de Carli foi logo aos cinco anos, após vencer a resistência dos pais que desejavam vê-la em alguma aula de dança.

      Como é de praxe entre os estadunidenses, o começo efetivo de Carli no esporte foi aquele que faz parte do roteiro básico dos atletas de topo do país. Carli ingressou na universidade e logo se encontrou no futebol universitário. De 2001 a 2005, a jogadora se dividiu entre as responsabiidades acadêmicas, se graduando em Estudos Esportivos, e ao futebol universitário.

      Provavelmente, naqueles tempos como universitária na Rutgers University, já era possível notar algo (muito) diferente em Carli - não por acaso, ela acabou por ser de forma inédita eleita quatro vezes seguida para o All Big-East First Team, que é uma conferência atlética da região leste dos Estados Unidos, compreendendo 11 estados.

      Da universidade para o mundo

      Depois de se graduar, Carli Lloyd ainda levou certo tempo até se profissionalizar. O primeiro clube da jogadora na Liga Americana Feminina, a extinta WPS, foi o Chicago Red Stars, o que aconteceu apenas em 2009, quando Lloyd já caminhava para seus 26 anos. No clube, a jogadora se encontraria com outros grandes nomes do futebol feminino, como sua companheira de seleção Megan Rapinoe e a brasileira Cristiane.

      Pode soar bastante estranho, mas antes de jogar em seu primeiro clube profissional, Lloyd já vinha fazendo história com a seleção dos Estados Unidos, onde começou a cravar sua imagem de jogadora decisiva. A primeira das quatro Copas do Mundo que a jogadora disputou foi em 2007, dois anos antes de chegar ao Red Stars. No ano seguinte veio a primeira Olimpíada, infelizmente para o Brasil.

      Nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, a decisão da medalha de ouro foi entre Estados Unidos e Brasil. A seleção brasileira tinha uma de suas grandes gerações com Cristiane, que viria a ser companheira de Lloyd, além de Marta, Formiga, Erika e companhia. O confronto foi equilibrado e só acabou na prorrogação, em que Lloyd mostrou que estava talhada para os grandes palcos e marcou o gol da vitória - foi a primeira grande conquista da carreira.

      A veia resolutiva de Lloyd voltaria a se repetir outras vezes. Lloyd foi uma jogadora viciada em decidir, e assim o fez na Olimpíada seguinte, de 2012, em que marcou os dois gols da vitória na final sobre o Japão. Pela segunda vez, a medalha de ouro dos EUA veio pelos gols da craque. 

      O Japão, por sinal, é quem certamente tem mais pesadelos com Lloyd. Se o Brasil perdeu um ouro para a jogadora, o país da Terra do Sol Nascente também viu escapar o ouro e mais um título de Copa do Mundo. Em 2015, Lloyd, simplesmente, marcou um hat-trick na final vencida por 5 a 2 pelos Estados Unidos.

      A grande marca da carreira de Lloyd foi, sem dúvidas, com a camisa da seleção dos Estados Unidos, em que ainda venceu a Copa do Mundo de 2019, já sem o mesmo protagonismo, e outras inúmeras competições de importância menor. A nível de clubes, depois daquela passagem pelo Chicago, ainda vestiu as camisas do Sky Blue e Atlanta Beat. A National Women's Soccer League (NWSL), equivalente a Major League Soccer (MSL), só veio a nascer em 2013, e é claro que Lloyd fez parte desse movimento.

      Fora dos Estados Unidos, Lloyd ainda teve uma passagem curta pelo Manchester City. Lá, a camisa 10 disputou a final da Copa da Inglaterra na temporada 2016/17. A decisão com o Birmingham terminou em 4 a 1, com título para o City, e nem é preciso dizer se Lloyd também tratou de deixar seu nome nesta final.

      Carli Lloyd é daquelas jogadoras que serão para sempre atemporais, parte da história do esporte. No passado, no presente e no futuro será impossível não lembrar da camisa 10, porque sempre que se percorrer os registros dos momentos mais importantes do futebol feminino, em algum, invariavelmente, ela aparecerá.

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