Siga oGol no facebook
    bet365
    Biografia
    Biografia Jogadores

    Mesut Özil: O mágico do encanto que aos poucos se quebrou

    Texto por Leonardo Parrela
    l0
    E0

    Campeão mundial com a Alemanha, destaque no Real Madrid e no Arsenal. A história de Mesut Özil é repleta de grandes feitos. Mas também de frustrações. O meia alemão ganhou o apelido de "Mágico de Oz" por sua qualidade no último passe, mas deixou a sensação de que poderia ter conquistado mais, e por mais tempo.

    Não que Özil não tenha entregado bastante ao longo da sua carreira. As 228 assistências estão lá para provar o quanto o alemão foi decisivo em seu tempo. Mas seja pelo azar, ou pelo resultado de suas escolhas, o meia viveu altos e baixos em seus 17 anos como profissional, e conviveu com o declínio por longas temporadas antes de encerrar (oficialmente) a carreira em 2023.

    Começo em casa

    Mesut Özil nasceu em Gelsenkirchen em 1988, filho de pais imigrantes. Perambulou por clubes menores da região entre 1995 até 2005 quando teve a oportunidade de ir para o Schalke 04. Fez sua estreia aos 17 anos, substituindo o brasileiro Lincoln, num jogo da extinta Copa da Liga Alemã. A partir disso, passou a ser presença frequente na equipe até 2008. Após rejeitar uma proposta de renovação dos Azuis foi negociado com o Werder Bremen. Encerrou sua passagem com 39 jogos e um gol marcado. 

    Na equipe verde despontou como o talento que era projetado. Chegou em janeiro de 2008 e ajudou a equipe a conquistar uma Copa da Alemanha e ser vice-campeã da Copa da Uefa. Jogando na armação de jogadas e, por vezes utilizado como meia-direita, Özil se destacava pela privilegiada visão de jogo. Sempre acertando o passe difícil e criando jogadas, terminaria a temporada com 16 assistências em 47 jogos. 

    O nível se manteve na temporada 2009/10 e Özil passou a ser chamado para a seleção alemã. Estreou em fevereiro de 2009 e, na primeira partida como titular, marcou um gol e anotou uma assistência, na vitória por 2 a 0 da Alemanha diante da África do Sul. Seguiu com bom nível de atuações no clube e foi convocado para a Copa do Mundo em 2010.

    Destaque na África do Sul e ida para o Real Madrid

    Özil demonstrou toda sua habilidade no maior palco do futebol mundial. Era titular numa equipe que mesclava juventude e experiência. Junto de Khedira e Schweinsteiger formou um dos melhores trios de meio-campistas daquela edição. Marcou um gol e distribuiu três assistências na equipe que conquistou o terceiro lugar do torneio sob o incansável som das vuvuzelas. 

    Estava pronto para dar o próximo passo na carreira. Foi cortejado por Barcelona, Arsenal e pedido por Wayne Rooney no Manchester United. No fim das contas, assinou com o Real Madrid. "Quando chega uma oferta para se juntar ao Real Madrid, não há o que pensar. Você não rejeita esse clube", disse na coletiva de apresentação. 

    A primeira temporada defendendo os merengues, em 2010/2011 foi a que teve o maior número de jogos: 53. Ele marcou 10 gols e somou 19 assistências dividindo o meio-campo com Xabi Alonso, Kaká e servindo os atacantes Karim Benzema e Cristiano Ronaldo. Não conquistou La Liga, parando no Barcelona de Pep Guardiola, mas venceu o adversário na final da Copa do Rei.

    O troco veio na temporada seguinte e, após mais uma excelente temporada, o Real Madrid conquistou a La Liga. Novamente com amplo espaço no time: foram 52 partidas sendo 40 como titular. Ele terminou o ano com incríveis 24 assistências e 7 gols marcados. O triunfo de La Liga não se repetiu nas outras competições: foi eliminado nas semifinais da Champions para o Bayern e parou nas quartas de final da Copa do Rei ante o Barcelona. 

    A temporada 2012/13 começou com rumores de insatisfação do alemão com a chegada de Luka Modric. Ele rechaçou as especulações e seguiu a trajetória como titular na equipe merengue. Foi mais um ano que liderou La Liga em número de assistências, com 15. Somando todas as competições, terminaria com 24 passes para gol. Marcou outros 10, mas o Real nada conquistou além da Supercopa. 

    Ida ao Arsenal e título no Brasil

    No início da temporada de 2013, Özil se transferiu de Madrid para Londres. O Arsenal fez dele o jogador alemão mais caro do mundo à época, tirando o jogador da equipe espanhola por 47 milhões de euros. "Eu percebi que não tinha mais a confiança do treinador e dos diretores (no Real Madrid). Sou um jogador que precisa dessa confiança e isso é o que senti no Arsenal e por isso vim", disse na coletiva de apresentação. 

    Özil foi peça importante numa época que o Arsenal sofria sem títulos, com os Gunners sem levantar um troféu desde a temporada 2004/05. Com Ozil no meio-campo e sendo decisivo no caminho até a final, a equipe londrina venceu a Copa da Inglaterra em 2013/2014, encerrando a seca. 

    Chegando na Copa em alta, Özil foi titular em todos os sete jogos em 2014, no Brasil. Depois da lesão de Reus, foi deslocado para a meia-esquerda, mas nada que abalasse seu nível de atuações. Marcou o gol decisivo de um duríssimo jogo contra a Argélia nas oitavas de final - seu único no torneio. Deu apenas uma assistência na histórica vitória de 7 a 1. Jogou os 120 minutos da final diante da Argentina e celebrou o título no Maracanã. 

    Seguiu como parte importante do Arsenal nos anos seguintes e ainda somou mais três títulos da Copa da Inglaterra. Fez parte da equipe que conquistou a Supercopa em 2015 e os vices da Copa da Liga (2017/2018) e Liga Europa (2018/19). Na temporada 2015/16, inclusive, somou 19 assistências - uma a menos que o recorde de Thierry Henry (que depois seria igualado por Kevin De Bruyne). 

    A reta final no Arsenal foi de tempo limitado. Após perder o título da Europa League, Özil não escondeu a insatisfação e, de acordo com relatos da imprensa inglesa, teria brigado com o então treinador Unai Emery. A partir de 2019, passou a jogar muito menos que o habitual - foram 23 partidas. Na temporada 2020/21, não foi inscrito para o elenco principal da equipe. Finalizou o período no Arsenal com 254 jogos e 44 gols.

    Aposentadoria da seleção e reta final na Turquia 

    Em 2018, Özil fez parte da equipe que foi eliminada na fase de grupos da Copa do Mundo - o que nunca havia acontecido com a Alemanha. Após o torneio, anunciou a aposentadoria do futebol internacional. 

    Chegou no país de origem dos pais para defender o clube do coração em 2020. Porém, a aventura no Fenerbahçe foi curta. Apenas duas temporadas com o rendimento e comprometimento questionados com frequência. Fez mais manchetes quando tirou foto com o controverso presidente Recep Erdogan do que com suas atuações em campo. Finalizou sua carreira defendendo o Istanbul Basaksehir, clube ligado ao presidente. 

    Mesmo com uma carreira vitoriosa, fica a impressão que faltou foco para Özil. Foi campeão do mundo com a Alemanha, mas poderia ter dado mais na reta final da sua carreira e estendido o tempo de futebol. A aposentadoria precoce chegou aos 34 anos já depois de temporadas em baixa.

    D

    Fotografias(50)

    Mesut Ozil (GER)
    Mesut Ozil (GER)

    Comentários

    Quer comentar? Basta registrar-se!
    motivo:
    EAinda não foram registrados comentários…
    Links Relacionados
    Jogador