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    Leônidas, o Diamante Negro

    Texto por Carlos Ramos
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    Do bairro imperial, São Cristóvão, saiu um imperador da bola. Leônidas da Silva foi um dos maiores jogadores do futebol brasileiro. Inovador, é considerado o criador da bicicleta no futebol (apesar de, para ele, ter sido apenas quem a popularizou). Foi um craque de multidões, e levou o futebol brasileiro a um outro patamar. 

    Muitas vezes, quando Leônidas marcava um gol, o goleiro ia até a rede pegar a bola com sentimentos contraditórios: tristeza por ver sua equipe sofrendo, mas admiração pelo que teve a chance de admirar (e apenas isso). 

    Leônidas enfrentou certa resistência em casa para jogar bola. Sua mãe, dna Maria da Silva, queria que o menino estudasse. E preocupada com isso, acabou deixando Leônidas com pais mais favorecidos financeiramente. 

    Leônidas frequentou boas escolas, mas também jogou bola. O menino começou a treinar no São Cristóvão quando tinha 13 anos. E o clube, ainda sem Leônidas entre os profissionais, conseguiu sua maior glória em 1926: foi campeão do Rio de Janeiro. 

    Mesmo campeão, o São Cristóvão não dava dinheiro a Leônidas, que foi jogar no Sírio-Libanês e, depois, no Bonsucesso, onde começou a chamar mais a atenção. 

    Foi convocado para a seleção carioca e campeão brasileiro sobre São Paulo, de Friedenreich, com apenas 18 anos. Passou também a jogar na seleção brasileira, e estreou logo contra o Uruguai.

    Com a segurança de um de seus grandes companheiros da carreira, Domingos da Guia, que também começava trajetória no Brasil na época, Leônidas fez os dois gols sobre os então campeões do mundo, e na casa deles! 

    Como seu parceiro Domingos, Leônidas foi ao futebol uruguaio, mas sofreu com uma lesão no joelho e retornou ao Brasil sem muito sucesso. Foi campeão carioca pelo Vasco em 1934 antes de disputar sua primeira Copa do Mundo. 

    A Copa de 1934 durou apenas um jogo para o Brasil, eliminado pela Espanha. Leônidas, porém, conseguiu deixar sua marcar na derrota por 3 a 1

    Leônidas voltou a ser campeão carioca no ano seguinte, pelo Botafogo, e no outro foi jogar no Flamengo, reencontrando Domingos. E foi na Gávea que viveu os melhores momentos da carreira. 

    O Diamante Negro

    Em alta no Fla, chegou brilhando para a Copa de 1938, e foi o grande nome da campanha brasileira. Logo na estreia, marcou três gols contra a Polônia. Marcou também contra a Tchecoslováquia (um em cada jogo -  e foram dois), mas não evitou a eliminação sobre a Itália. 

    Terminou como artilheiro, com sete gols, pelos dois que marcou na disputa pelo terceiro lugar, conquistado pelo Brasil com vitória sobre a Suécia. Um dos tentos, contra a Polônia, foi marcado até sem chuteira, como o atacante contou anos depois. 

    "No segundo tempo, com campo pesado, com a chuva que caiu, a chuteira ficou uma boca de jacaré: descolou a sola da parte superior. Joguei fora a chuteira e pedi ao técnico para arrumar outra chuteira. Mas eu calço 36, então não foi fácil arrumar o tamanho. Pediram os gandulas, e até encontramos uma 38 e joguei com ela. Ia ser cobrada uma falta contra a Polônia e eu fiquei sem chuteira. As chuteiras não eram claras, eram escuras, tinha muita lama. O juiz não percebeu. A bola bateu na barreira, voltou para mim e eu aproveitei o lance e fiz o gol. Naturalmente se o juiz tivesse percebido, teria invalidado o tento. Mas ele não percebeu", contou para a TV Cultura já na década de 1970. 

    Leônidas era, então, a figura mais popular do futebol brasileiro. Voltou ao Rio com o apelido de Diamante Negro dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagen, foi campeão pelo Flamengo e assinou um dos grandes contratos do país até então. 

    Recorde também foi o que o São Paulo pagou para tirá-lo do Flamengo em 1942: 200 contos pelo passe e 80 de luvas ao atleta, em números da época. 

    Foram mais de 70 mil pessoas no Pacaembu para ver sua estreia, em um empate de 3 a 3 contra o Corinthians. O time foi engrenando aos poucos e só em 1943 conseguiu ser campeão paulista. Foi, naquele ano e posteriormente, conhecido como um dos grandes times do futebol brasileiro. 

    Com aquele time, Leônidas foi campeão até 1949. Em 1950, se despediu do futebol. Foi ainda comentarista de rádio e seguiu vivendo em São Paulo até 2004, quando faleceu aos 90 anos de idade. 

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    Leônidas (BRA)

    Comentários

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    motivo:
    Saudoso Leônidas
    2020-04-24 11h46m por LukyMax_Santiago
    Esse deixou sua marca na história do São Paulo e do futebol mundial!
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