Siga o canal do youtube do ogol.com.br
bet365
Biografia
Biografia Jogadores

Jair da Rosa Pinto, o craque dos esquadrões inesquecíveis

Texto por Carlos Ramos
l0
E0

Jair da Rosa Pinto foi um dos grandes craques em seu tempo. Esteve nos maiores esquadrões do futebol brasileiro nas décadas de 1940 e 1950 e teve uma carreira recheada de títulos, que não pode ser manchada nem pelo Maracanazo de 1950. 

Jair é fluminense de Quatis. Nasceu em 21 de março de 1921 e ficou marcado como o Jajá de Barra Mansa (Quatis se emancipou de Barra Mansa, mas o apelido ficou). 

No futebol, Jair começou no Madureira e formou o trio de ataque conhecido como "Os Três Patetas" com Orlando Lelé e Isaias. Da Conselheiro Galvão, se mudou com os companheiros para São Januário. 

Jair era um meia habilidoso, o cérebro de todo o time que fez parte, com passes e lançamentos precisos e uma bola parada mortal. Na Colina, foi o cérebro do Expresso da Vitória

Foi, talvez, o primeiro grande esquadrão brasileiro a fazer sucesso internacionalmente. Em 1945, Jair foi campeão carioca invicto na primeira grande conquista do Expresso da Vitória.

O meia, porém, não ficou com o time para conquistar o Sul-Americano de 1948. Jair deixou a Zona Norte para a Zona Sul, onde vestiu a camisa rubro-negra. 

Jair vestiu a camisa 10 do Flamengo, mas não por muito tempo. Acabou culpado por uma goleada sofrida contra o Vasco, em 1949, e caiu em descrédito. 

O título e o fracasso 

1949, porém, não foi só de inglórias para Jair. Neste ano, o craque foi o grande nome da seleção brasileira da Copa América. Não só da seleção, inclusive: Jair foi o artilheiro da competição. 

Um meia cerebral, Jair, que tinha um chute potente, mostrou todo seu poder de fogo e marcou nove gols ao longo da campanha, dois deles na goleada na final sobre o Paraguai

 Jair, que já havia deixado o Flamengo rumo ao Palmeiras, se manteve protagonista na seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950. Fez parte do baile contra o México, marcando um gol,  e deixou sua marca também no "Olé" contra os espanhóis

O Brasil jogava livre, leve, e solto. A expectativa era de confirmação do título contra o Uruguai. Mas a história foi diferente: os uruguaios calaram o Maracanã e nos tiraram a taça. 

O capitão palmeirense

Depois da Copa, Jair voltou para o Palmeiras, e foi campeão paulista ainda em 1950, confirmando o título em clássico contra o São Paulo no qual a liderança do meia foi fundamental.

Jair não fez parte da Academia, mas foi o capitão do time que conquistou o primeiro grande troféu internacional alviverde. Em 1951, o Rio de Janeiro foi sede de um outro grande torneio internacional: a Copa Rio. A competição reunia campeões da América do Sul e da Europa. 

Na primeira fase, apesar de goleado pela Juventus, o Palmeiras venceu o Nice e o Estrela Vermelha e avançou para a semifinal. Jair enfrentou o Expresso da Vitória. 

A classificação no Maracanã foi sofrida, e veio depois de uma vitória por 2 a 1 e um empate por 0 a 0. A decisão foi contra a Juventus, de novo no palco do Maracanazo. 

O Palmeiras era o representante brasileiro e tinha o apoio da torcida, que queria diminuir os efeitos da derrota de 1950. Do choro de 1950 ao sorriso em 1951: Jair chegou ao topo do mundo. 

O Palmeiras venceu a primeira partida contra a Juventus por 1 a 0. No jogo da volta, por duas vezes os italianos estiveram na frente, mas os palmeirenses conseguiram responder sempre e o título ficou com o Verdão.

"Tive a chance em 51 de ser o que não consegui em 50: campeão do mundo", disse Jair após o triunfo diante da Juventus. Para muitos, esse time do Palmeiras, com Jair, foi melhor que as duas Academias do clube. 

O Santos de Pelé: mais um esquadrão 

Jair da Rosa Pinto ainda participou de mais um esquadrão histórico em sua carreira: o Santos de Pelé. Em 1956, ano em que fez seus últimos jogos pela seleção (no total foram 39 partidas e 22 gols), Jair trocou o Palmeiras pelo Santos. 

Já era experiente, com 35 anos, e ajudou muito com sua experiência. O próprio Pelé garantiu que aprendeu muito com Jair, assim como Pepe, o Canhão da Vila, que disse mais tarde que aprendeu a bater na boa com Jair. 

Jair fez parte de um ataque espetacular, com Dorval, Pagão, Pelé e Pepe. Foi campeão paulista logo em seu primeiro ano, em final vencida sobre o São Paulo. 

Em 1958, o Santos voltou a ser campeão paulista, e contou com um poder de fogo nunca antes (e nem depois) visto: marcou 143 gols em 38 partidas. 

Pelo Santos, Jair conquistou ainda o Rio-São Paulo de 1959. O meia, devido a sua categoria e inteligência, teve vida longa no futebol e jogou mesmo depois dos 40 anos, e em alto nível. 

Defendeu ainda o São Paulo em 1962 e 1963 e encerrou a carreira na Ponte Preta. Jair ainda tentou a carreira como técnico e voltou a clubes como Santos e São Paulo, mas sem muito sucesso. 

O craque inesquecível faleceu no dia 28 de julho de 2005, aos 84 anos de idade, vítima de embolia pulmonar.

D

Fotografias(1)

Comentários

Quer comentar? Basta registrar-se!
motivo:
EAinda não foram registrados comentários…
Links Relacionados