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    Ladislao Mazurkiewicz: o goleiro que quase levou o 'gol mais bonito' das Copas

    Texto por Ryann Gomes
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    Filho de pai polonês e mãe espanhola, Mazurkiewicz é considerado até hoje um dos maiores goleiros da história, e o maior da posição na seleção uruguaia de Futebol. Na década de 70, foi considerado o melhor arqueiro da época, mas um lance genial de Pelé marcou sua trajetória mais que os seus feitos. 'Mazurka', como ficou conhecido no Brasil, protagonizou um dos lances mais icônicos da história das Copas.

    Era semifinal da Copa do Mundo de 1970, no México. O Brasil tinha pela frente o seu rival histórico, e a chance de dar o troco pelo derrota no Mundial de 50, no famigerado "Maracanazo". Do lado canarinho tinha um certo Pelé, o melhor jogador da história, que deixou sua marca na vida de um grande goleiro: Ladislao Mazurkiewicz.

    A partida já entrava nos acréscimos da segunda etapa quando aconteceu um lance mágico. Um lançamento primoroso de Tostão deixou Pelé cara a cara com o goleiro. Com apenas um drible de corpo, o Rei deixou a bola passar por dentro e correu por fora, como se fosse uma meia-lua sem tocar na bola. Com Mazurkiewicz vendido, Pelé foi para bola e, já desequilibrado, chutou cruzado. Por um grandiosíssimo pecado, a pelota foi para fora. Seria indiscutivelmente um dos gols mais bonitos da história das Copas.

    Longe do Pelé, há uma história

    Filho de pai polonês e mãe espanhola, Ladislao Mazurkiewicz Iglesias nasceu no dia 14 de fevereiro de 1945 ,na cidade-balneário de Piriápolis, no litoral sul do Uruguai. Começou a carreira aos 13 anos, no Racing Club Montevideo.

    Após a profissionalização, o goleiro se transferiu para o gigante Peñarol. Logo em seu primeiro ano no Aurinegro, Mazurkiewicz era reserva de seu ídolo Luis Maidana. Até que uma grande oportunidade se abriu para o jovem. Nas semifinais da Taça Libertadores da América de 1965, em confronto do aurinegro uruguaio contra o poderoso Santos de Pelé, o titular se contundiu. 

    Restou ao “Polaco” a missão de defender a meta dos uruguaios no jogo desempate da série. Resultado? Mazurkiewicz fechou o gol e o Peñarol bateu o Peixe por 2 a 1. Era o início de sua afirmação e consagração dentre os grandes goleiros do futebol. Tudo isso com apenas 20 anos de idade.

    E foi esse justamente o seu auge precoce. Se a máxima do futebol indica que "todo grande time começa com um grande goleiro", o melhor Peñarol de todos os tempos tinha o Ladislau como seu paredão. Nesta fase mágica, os aurinegros venceram com muita autoridade a Libertadores e o Mundial de 1966, batendo River Plate e Real Madrid, respectivamente.

    "Mazurka" chega ao Brasil

    Após anos de glórias e muitos títulos em sua terra natal, chegava a hora de Mazurkiewicz se aventurar em uma experiência internacional.

    Em 1972, desejado por grandes clubes europeus como Ajax, da Holanda, acabou optando pelo Brasil, mais especificamente pelo Atlético Mineiro, que à época era o atual campeão nacional.

    Apesar de não conquistar nenhum título em seus três anos no Brasil, se tornou ídolo da parte alvinegra de Minas Gerais. Devido ao nome estrangeiro de difícil pronúncia, se tornou “Mazurka”, apelido criado pelo narrador esportivo Hélio Câmara, que distribuía alcunhas aos craques de todas as origens.

    Peregrinação no fim de carreira e o legado na Celeste Olímpica

    Já aos 30 anos, o Polaco partiu para sua primeira experiência em clubes na Europa. Mazurkiewicz se transferiu para o Granada, da Espanha, após disputar a Copa do Mundo de 1974.

    Após dois anos na Europa, passou rapidamente pelo Cobreloa, do Chile, em 1979, e pelo América de Cali, da Colômbia, no ano seguinte. Tudo isso até voltar ao seu Peñarol, onde encerrara a carreira como campeão uruguaio em 1981.

    Vestiu a camisa da seleção uruguaia em 36 oportunidades, entre 1965 e 1974, onde disputou três Copas do Mundo como titular 1966, 1970 e 1974. Na de 70, a mais famosa, Mazurkiewicz foi eleito o melhor goleiro do Mundial. Incluso na lista dos 15 maiores arqueiros do Século XX pela IFFHS, o Polaco é, até os dias de hoje, uma das maiores referências da história do futebol do Uruguai.

    Após pendurar as chuteiras e as luvas, o Polaco virou treinador de goleiros do Peñarol entre 1988 e 1989 e depois entre 2002 e 2012. Infelizmente, por conta de uma insuficiência respiratória, Mazurkiewicz veio a falece no dia 2 de janeiro de 2013.

    Eis a história de um dos grandes goleiros do futebol mundial, que acabou tendo sua trajetória marcada pela genialidade de uma certo Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé.

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    Fotografias(1)

    Ladislao Mazurkiewicz (URU)

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