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Tucho Méndez, o goleador que dorme no Panteão dos craques argentinos

Texto por Paulo Mangerotti
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Quando em dúvida sobre se um jogador argentino foi craque, busque por um tango em seu nome. Segundo nossos hermanos, Norberto Doroteo Méndez, ou simplesmente Tucho, era tango, habilidade, engenhosidade e, sobretudo, gol.

Não é difícil que, caso você não seja um aficionado por seleções ou torcedor de Racing e Huracán, nunca tenha ouvido falar sobre Tucho. O artilheiro até é lembrado por periódicos a cada edição de Copa América. E não por acaso. Norberto Méndez é o maior goleador da história da competição, ao lado do lendário Zizinho. Todo argentino, porém, faz questão de lembrar que o brasileiro "precisou de 16 jogos a mais para marcar os mesmos 17 gols".

Nascido em 5 de janeiro de 1923, Tucho viveu numa outra época do futebol, na passagem do esporte amador para o profissionalismo, entre as décadas de 1940 e 1950. Naqueles tempos mais românticos, o artilheiro liderou as principais potências do futebol sul-americano, em um intervalo sem disputa da Copa do Mundo e de inexistência da Libertadores ou de outros torneios entre clubes do continente. Naquela época, a Argentina estava um passo à frente dos principais rivais da América do Sul, enquanto o Racing era absoluto no país.

Amor e idolatria

A história de Norberto Méndez passa longe de se resumir ao tempo de seleção. O craque é uma figura inquestionável também por Huracán e Racing, suas eternas "namorada" e "mulher", conforme o próprio definira anos após aposentar-se.

A carreira do jogador teve início em 1941, quando estreou com a camisa do Globo. No Huracán, Norberto permaneceu até 1947, e chegou a jogar no clube ao lado de ninguém menos que Alfredo Di Stéfano, em um dos grandes esquadrões já montados pelo clube - ainda que não tenha sido de grandes conquistas.

A década de 1940 para o Huracán não chegou a ser a "época de ouro", a que todo clube gaba-se de ter em sua história. Para o Globo, esse tempo remonta a década de 1920, o que não quer dizer que Norberto não tenha sido vitorioso. No contexto daquela época, Tucho e seus companheiros levantaram algumas taças, que seguem até hoje na memória dos torcedores.

Reconhecimento celeste

As grandes atuação de Norberto Méndez pelo Huracán não passavam despercebidas na Argentina. Na verdade, foi justamente o período no clube de coração que o levou a ser imortalizado.

Em 1945, aos 22 anos, foi convocado para a sua primeira Copa América, e assim começou uma história de amor e sucesso. Tucho guiou a Argentina no título daquele ano, foi artilheiro ao lado do brasileiro Heleno de Freitas, com seis gols marcados em apenas cinco jogos disputados. A boa média de gols cresceu graças a um hat-trick marcado diante da seleção brasileira.

Craque de 1945, Norberto voltaria para a disputa das Copas América de 1946 e 1947, novamente com o êxito de sair campeão. Na seleção de 1947, inclusive, reencontrou o ex-companheiro de Huracán Di Stéfano, então jogador do River Plate. Aquela Copa América foi a única competição oficial disputada por Di Stéfano pela seleção argentina, uma vez que depois optaria por defender a Espanha, nos tempos de Real Madrid.

Um autêntico ídolo

Depois do terceiro título de Copa América, Tucho passou para um novo desafio na carreira. Aos 25 transferiu-se para o Racing, num movimento que não poderia ter sido mais acertado.

Em Avellaneda, Norberto Méndez se tornou um dos maiores ídolos da história do clube, formado uma infernal linha de frente junto a Salvini, Simes, BravoSued. Junto dos companheiros de ataque, Tucho foi figura essencial na histórica conquista do tricampeonato argentino, entre 1949 e 1951. Em sete anos pelo Racing, o atacante deixou 48 gols marcados em 129 partidas disputadas.

Conhecido em seu tempo também como um boêmio, pelo sucesso que fazia fora dos gramados com o icônico bigode, Norberto Méndez é mesmo o resumo perfeito do que um ídolo argentino pode precisar. Reuniu a paixão, o drible, o talento e o apetite implacável pelo gol. Ah, é claro, Tucho também tem o seu tango.

"Ayer Tucho Mendez vino a visitarme
y en un fuerte abrazo me insto a meditar,
así poco a poco mi mente poblaron
sus dulces recuerdos que no he de olvidar.
Soñaba en aquellos lejanos momentos
cuando era un purrete con sed de vivir
tejer en el césped muy lindas gambetas
y haciendo golazos sentirse feliz..."
(Manuel Pose/Victorio Papini)

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