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    1979: Imponente e ‘invencível’, o Colorado volta ao topo do Brasil

    Texto por Ryann Gomes
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    A década de 70, sem sombra de dúvidas, foi um dos períodos de maior glória da história do Internacional. Após um indiscutível bicampeonato em 1975 e 1976, o Colorado até enfrentou um ‘período sabático’ nos anos seguintes. Entretanto, no Campeonato Brasileiro de 1979, o Brasil voltou a se pintar de vermelho, pela terceira vez, de uma forma ainda mais impressionante: sem os colorados conhecerem o que é derrota.

    Ao todo, mais uma vez com o apoio da ditadura militar, o certame se fez de forma inchada, com a participação expressiva de 94 clubes. No entanto, entre eles não estavam Corithians, São Paulo, Santos e Portuguesa. O motivo? Esses clubes desejavam entrar apenas na terceira fase da competição, assim como fizeram Guarani e Palmeiras, campeão e vice da edição anterior. Sem a revindicação atendida, os clubes se recusaram a participar do campeonato. Em meio a esse contexto, dentro dos 583 jogos disputados na competição, 23 tiveram o Colorado de Porto Alegre em campo. E se tinha o Inter no gramado, a derrota passava longe do Sul do país: foram 16 vitórias e sete empates, com 40 gols marcados e apenas 13 sofridos.

    Numa edição de Brasileiro particularmente tumultuada pela desorganização, o Internacional se reinventou em poucos meses. Do vexame no Campeonato Gaúcho, a equipe recuperou o brio sob as ordens de “seu Ênio” e deixou seu melhor futebol aflorar.

    “Fomos mal no primeiro semestre, mas houve a troca de Claudio Duarte, que na época era o treinador, pelo seu Ênio Andrade, que chegou acompanhado de Gilberto Tim, revolucionário preparador físico. Foi uma grande guinada que deu o Inter sob este novo comando”, revelou Toninho Camarão, em entrevista ao oGol.

    Da desconfiança ao triunfo inquestionável

    Apesar da mudança de panorama que o Colorado apontava a partir da chegada de Ênio Andrade, o time gaúcho demorou para embalar e emplacar grandes apresentações. Mesmo terminando na primeira colocação nas duas primeiras fases, o Inter só mostrou sua verdadeira face nos jogos considerados "grandes".

    “O time era muito sólido. A grande consagração daquela equipe veio nos grandes jogos, porque nas primeiras fases, diante de equipes consideradas menores, nós encontramos muitas dificuldades. No entanto, nos grandes jogos, nós mostramos o nosso valor”, recordou Camarão, um dos mais utilizados pelo treinador na campanha.

    Ênio é um dos personagens lembrados com muito carinho por quem participou daquela campanha histórica. Sempre preocupado em manter a harmonia do grupo, além da sobriedade de seus atletas, o comandante colorado manteve a homogeneidade do grupo ao longo de toda campanha.

    Além da liderança na beira de campo, o Internacional contava com um grupo de grandes jogadores, que criou equilíbrio e ‘encaixou’ no decorrer da competição.

    “Nós tínhamos Falcão jogando em altíssimo nível, Batista voltando de uma Copa do Mundo como melhor volante, tínhamos Jair, Valdomiro, Bira Burro, Mário Sérgio, Mauro Pastor, Gasperín... um meio campo de seleção brasileira, enfim, um time poderoso que se firmou principalmente nas fases decisivas”, afirmou.

    “Durante a competição tivemos problemas de lesão com Batista e Valdomiro, por exemplo, e conseguimos com a minha entrada, Chico Spina, Valdir Lima, Tonho Gil, fazer com que o time mantivesse o equilíbrio”, disse o ex-meia.

    Apesar da campanha incontestável e eficiente nas fases anteriores, a grande confirmação daquela equipe, segundo Camarão, ocorreu em um momento bem específico, mais precisamente no duelo diante do todo poderoso Palmeiras.

    “No jogo do Palmeiras, no 3 a 2 em São Paulo, com os gols do Falcão, num jogo no Pacaembu. O time deles era considerado o grande favorito. Ali nós começamos a ter a certeza de que poderíamos ser campeões. A partir dali também começou a ser valorizada a nossa invencibilidade. Foi ali que fizemos um pacto para não perder mais e conquistar o campeonato invicto”, contou.

    Realizado pela invencibilidade e por poder jogar num Maracanã lotado, fato que aconteceu diante do Vasco na grande decisão, Toninho relembra com orgulho o feito realizado pelo time de 79 e enfatiza que a invencibilidade seguiu depois do título brasileiro. 

    “Muita gente não sabe, mas a nossa invencibilidade não foi só no Campeonato Brasileiro. Nós só fomos perder em julho do ano seguinte no final da Libertadores. Conseguimos ficar praticamente um ano e três meses invictos”, finalizou. 

    Números da edição

    Média de gols: 2,34 gol/jogo

    Melhor ataque: Cruzeiro - 43 gols

    Artilheiro: César (América RJ) - 13 gols

    Jogador com mais partidas: Cláudio Mineiro, Mauro Galvão, Mauro Pastor e José Benítez (Internacional) – 22 jogos

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