23 de novembro de 2019 é um dia que nunca mais irá sair da memória dos torcedores rubro-negros. Dos que foram até Lima, dos que torceram pelo Rio, pelo Brasil e pelo mundo. Foi quando o Flamengo, de Jorge Jesus, conseguiu uma virada histórica sobre o River Plate para conquistar a América uma vez mais.
A primeira final da Libertadores em jogo único e campo neutro foi um duelo de muita emoção, que acabou com o atual campeão derrubado com dois gols de Gabriel Barbosa já perto do fim.
River quer seguir no topo
O duelo começou com cara de decisão: muito estudo, tensão e poucos riscos. Mas, quando as falhas aparecem, não tem jeito. O Flamengo errou primeiro, o River Plate aproveitou e abriu vantagem na decisão ainda aos 15 minutos.
A jogada foi nas costas de Filipe Luís, canhota de defesa rubro-negra. O cruzamento passou por toda a área, mesmo com chances claras para corte. Rafael Santos Borré aproveitou o cochilo da zaga flamenguista e bateu rasteiro, sem muitas chances para Diego Alves.
O Rubro-Negro já se mostrava tenso antes do gol, e ficou ainda mais depois. O jogo não fluía como de costume, com muita dificuldade na saída de jogo. Os passes de Mari e Filipe Luís não apareciam e nem Gerson, anulado pela marcação argentina.
Éverton Ribeiro foi tentar fazer a saída de jogo, mas perdeu bola e Matías Suárez tentou o segundo de fora da área. Desviada, a bola saiu por cima da meta de Diego Alves. Jorge Jesus não via seus comandados reagirem.
Só lá pelos 30 minutos que os cariocas passaram a atuar de forma mais consciente, com mais tranquilidade com a posse de bola. Foi quando a intensidade argentina diminuiu e o time de Galhardo, que marcava alto, recuou.
Só que o recuo se mostrou estratégico aos 36, quando os Millionarios conseguiram um contragolpe quase fatal. Suárez fez bem o pivô para Palacios, que bateu forte de fora da área e viu a bola passar raspando a trave de Diego Alves. O Fla estava irreconhecível. Nesse momento da partida, uma reação parecia improvável. E ela seguiu difícil por muito tempo...
A virada no "Ai, Jesus!"
Na volta do intervalo, depois de conversa com o técnico Jorge Jesus, o Flamengo conseguiu, enfim, seu primeiro chute no gol. Gabigol recebeu na direita da área, levou para a perna canhota e bateu, mas fraco, e Armani fez a defesa. O time de Jorge Jesus mostrou um melhor futebol na segunda parte.
Aos 12 minutos, o empate ficou muito perto. Gabigol conseguiu grande bola para Bruno Henrique, que avançou para a área. O passe, para trás, passou por De Arrascaeta, que furou, e terminou em chute de Gabigol que pegou na defesa. Na sobra, Éverton Ribeiro completou de perna direita e Armani fez boa defesa.
Uma alteração também ajudou a mudar a cara do jogo. Gerson sentiu e teve de ser substituído por Diego, que atuou de segundo volante. Jesus foi feliz na escolha.
O treinador tentou também Vitinho, tirando Arão e abrindo de vez o time. Era tudo ou nada nos minutos finais. A reação ficou mesmo para os últimos minutos, e foi épica.
Aos 43 minutos, veio o empate. Bruno Henrique abriu para De Arrascaeta na área, e o uruguaio conseguiu mandar na segunda trave para Gabigol. E teve, sim, gol do Gabigol. Sozinho, e com gol aberto, o artilheiro empurrou para a rede.
Nenhum torcedor do Flamengo poderia imaginar o final do filme. Até o rubro-negro mais otimista já estava esperando a prorrogação quando um chutão para frente acabou em Gabigol. O atacante ganhou no corpo de dois zagueiros e bateu forte, de canhota: foi um "Ai, Jesus!" O Flamengo, com cara de Flamengo, voltou ao topo da América em um jogo épico e inesquecível na memória dos torcedores rubro-negros.
1-2 | ||
Santos Borré 14' | Gabriel Barbosa 89' 90' |