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    Histórias do Futebol
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    Allan Cole: O amigo de Bob Marley que jogou no Náutico

    Texto por Rodrigo de Brum
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    Um habilidoso atacante, amigo de Bob Marley e um dos mais jovens na história a vestir a camisa da seleção da jamaicana. Este foi Allan Aloysius Cole Junior.

    A sua história já seria interessante apenas por esses motivos. Mas a passagem dele pelo Náutico traz um contorno brasileiro à vida do ex-jogador, que fazia o esporte, a música e a religião caminharem juntos em sua vida.

    Allan Cole chega ao Brasil

    A Jamaica não é propriamente conhecida por exportar jogadores ao futebol brasileiro. Mas na década de 1970, um atacante talentoso desembarcou no país.

    Conhecido por Allan 'Skill' Cole, por sua habilidade com a bola nos pés, ele encantou os diretores do Náutico em uma excursão do Timbu pela América Central.

    Contra o Boys Town FC, o Náutico não passou de um empate por 0 a 0. Mas o duelo ficou marcado pela briga entre um atacante do time jamaicano e o zagueiro Ubirajara. Ambos trocaram socos e pontapés e acabaram expulsos.

    Diante da fúria dos torcedores do clube jamaicano, inconformados com a expulsão, o árbitro da partida se viu obrigado a chamar os atletas de volta ao gramado para a continuidade do duelo.

    Cole, que já havia atuado nos Estados Unidos, chegou sem custos ao Náutico em novembro de 1971. Na estreia, em amistoso diante do Esporte, atual Sport Club do Recife, Cole levou os oito mil presentes ao delírio com um gol marcado no empate por 1 a 1.

    A aventura quase chegou ao fim tão rápido quanto a sua chegada. Sem um acordo salarial com a diretoria do Náutico, Allan Cole decidia deixar o Brasil.

    Mas no início do ano seguinte, o jamaicano mudou de ideia. Através de uma carta, Cole expressou o desejo de atuar com a camisa do Náutico novamente. Algo que só foi possível graças à contribuição financeira dos torcedores do clube.

    "O centroavante jamaicano enviou uma carta na qual expressava sua vontade de regressar ao clube da Avenida Rosa e Silva, e inclusive provando que recusara uma proposta formulada pelo Arsenal de Londres, também interessado em seu concurso", publicou o Diário de Pernambuco.

    A estreia pelo Náutico

    Allan Cole chegou a tempo da disputa do Campeonato Pernambucano de 1972. Naquela edição, ele formaria uma interessante dupla de ataque com Edvaldo. No estadual, o atacante fechou a disputa com três gols marcados. Mas o mesmo não aconteceria a nível nacional.

    Por conta de uma sequência de lesões, o bom início acabou por ser rapidamente apagado. Ainda houve tempo de entrar em campo em três partidas do campeonato brasileiro, em uma delas, inclusive, contra o Santos.

    No entanto, nesses três duelos, o clube acabou por ficar no empate e 'Skill' Cole não marcou gols. O Náutico seria eliminado logo na primeira fase do nacional.

    A passagem de Allan Cole pelo Náutico chegou ao fim no ano seguinte, em 1973. Sem a simpatia do novo técnico, João Avelino, o jogador acabou dispensado do clube.

    A vida na música

    Durante sua passagem pelo futebol brasileiro, Allan Cole nunca escondeu suas origens e a importância da religião rastafári e da música em sua vida.

    Sobre seu corte de cabelo, uma das polêmicas na época de Náutico, o jogador declarou que não mudaria suas convicções e, que se fosse preciso, deixaria o esporte.

    "Os meus cabelos ninguém me obriga a cortá-los. É um costume de minha religião muçulmana, e que não posso deixar de desobedecê-la. Isso, eu nunca faria, nem mesmo que tivesse de deixar o futebol", declarou ao diário de Pernambuco.

    Além da religião, Cole também dava muita importância à música. Ele foi empresário de Bob Marley e a música War, uma das canções mais famosas do Rei do Reggae, foi escrita em conjunto com Skill Cole.

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