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Inter de Milão

Texto por ogol.com.br
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O Football Club Internazionale Milano nasceu em 9 de março 1908, oriundo de uma cisão do Milan Cricket and Football Club, que mais tarde ficou conhecido como AC Milan.  Um grupo de italianos e suíços, no total quarenta e quatro pessoas, insatisfeitos com a expulsão dos jogadores estrangeiros do Milan, saíram e fundaram um novo clube.

Entre eles encontravam-se Giorgio Muggiani (pintor que desenhou o emblema do novo clube), Bossard, Lana, Bertoloni, De Olma, Enrico Hintermann, Arturo Hintermann, Carlo Hintermann, Pietro Dell'Oro, Hugo e Hans Rietmann, Voelkel, Maner , Wipf, e Carlo Ardussi, que, fazendo jus ao nome Internazionale, desde o primeiro momento defenderam que a Inter estava aberta a todas nacionalidades.

Os dissidentes do Milan que resolveram sair para fundar o novo clube.
Para as cores, Muggiani escolheu o preto e o azul. O azul porque nesses tempos usavam-se matizes de duas cores para pintar, vermelho e azul, e como o azul era o oposto do vermelho, e o vermelho era a cor do Milan, foi prontamente aceito com entusiasmo pelos quarenta e quatro sócios. Nasciam os Nerazzurri.

Os pioneiros e as primeiras conquistas

Giovanni Paramithiotti foi nomeado o primeiro presidente da instituição, enquanto Virgilio Fossat foi o primeiro técnico, líder da conquista do primeiro scudetto. O comandante viria a falecer nos combates da Primeira Guerra Mundial.

A nova società começou a disputar o campeonato nacional em 1909, inserida na série da Lombardia, onde defrontava o rival Milan e o Milanese. Em 10 de janeiro de 1909, aconteceu o primeiro Derby della Madonnina oficial. A Os Rossoneri acabaram vencendo, por 3 a 2.

Na época seguinte, surpreendendo toda a concorrência, o Inter conquistou o primeiro scudetto da sua história. O primeiro time campeão tinha: Campelli, Fronte, Zoller; Jenny, Fossati, Stebler; Capra, Payer, Peterlj, Aebi, Schuler. O segundo título chegaria dez anos depois, iniciando uma estranha tradição interista de aguardar por norma dez anos para voltar a conquistar novo campeonato. 

A sombra do fascismo

Em outubro de 1922, Benito Mussolini encabeçara a famosa marcha de mais de 20 mil camisas negras em Roma. O Rei Vitor Emanuel III, temendo a guerra civil, chamou-o para formar governo, o que Mussolini prontamente aceitou. De um dia para o outro o fascismo tomava o poder na Itália. Nos anos seguintes, as diversas áreas da sociedade italiana sofreriam modificações em alguns casos, e o futebol também não seria poupado.

Após reorganizar várias áreas da sociedade e da economia, a partir da segunda metade da década de vinte, o regime virou os seus olhos para o fenômeno esportivo. Uma das primeiras medidas tomadas foi começar a convencer os clubes a "naturalizarem" o nome, deixando cair os termos ingleses.

Muitos deixaram cair os Football Club ou denominações em inglês como o Internaples que passou a ser o Napoli. Outra medida, considerada um eixo vital da nova política esportiva do país, foi reduzir o número de clubes por cidade, fomentando a fusão de diversos clubes, para formar equipes de dimensão por todo o país. 

Angelo Moratti (1909-1918), presidente do clube entre 1955 e 1968, a primeira era dourada da Inter.
Assim, a Palestra Ginnastica Fiorentina Libertas e o Club Sportivo Firenze fundiram-se na A.C. Fiorentina; o Ideale e o FC Bari deram lugar ao US Bari; o FBC Juventus e o Gladiator tornaram-se o Lecce, e a AS Roma nasceu depois da fusão do Alba, Roman e Fortitudo, escapando apenas a Lazio, considerado o time do regime.

Em Milão, os dirigentes da Inter viram-se confrontados com a obrigação de se fundirem com o Milanese, para formarem um nove clube chamado Ambrosiana, em honra de Santo Ambrósio, o padroeiro da cidade. O clube perdeu o uniforme azul e negro, passando a atuar de branco com uma cruz vermelha, tal qual o símbolo da cidade de Milão. 

Ambrosiana-Inter

Em 1929-30, já com a nova denominação, a Inter conquista o seu terceiro scudetto, precisamente dez anos depois do segundo e vinte do primeiro. A vitória seria festejada com os fãs saudando a Inter e simplesmente ignorando o nome Ambrosiana.

Dois anos depois da mudança de nome, e por pressão dos sócios e dirigentes, o presidente conseguiu convencer as autoridades a mudar o nome do clube para Associazione Sportiva Ambrosiana-Inter. A Internazionale continuava vetada, para não apelar ao internacionalismo, mas o que na realidade incomodava o regime é que Internazionale era também o nome da Internacional Comunista (Internazionale Comunista em italiano), e como tal, era um nome muito mal visto pelas autoridades em Roma. 

A era Meazza

Giuseppe "Peppino" Meazza, herói nerazzurri, estrela maior e o grande ídolo da história interista, autor de 241 gols em 348 jogos, que fora fundamental na conquista do scudetto de 1929-30, brilhou durante a década, tanto com a camisa interista, como com a camisa da seleção, com a qual foi bicampeão do mundo em 1934 e 1938.

A Grande Inter, bicampeã europeu (1965).
Durante o seu reinado em Milão, Meazza arrastava multidões para vê-lo jogar na Arena Cívica de Milão e em outros campos do país. Peça fundamental nos segundos lugares no campeonato conseguidos em 1933, 1934 e 1935, na chegada da Inter na final da Copa Mitropa em 1933, perdida para o Austria de Viena. Acabou por atingir a glória com as vitórias nos campeonatos de 1937-38 e 1939-40 e na Copa da Itália (a primeira do clube) em 1938-39.

Depois de ter estado lesionado grande parte da temporada de 1938-39, parecia demorar a recuperar a antiga forma, e o clube não renovou com ele, provocando a sua saída para o rival AC Milan em novembro de 1940.

A volta da Internazionale

Com fim da Segunda Guerra Mundial, o futebol italiano, que fora entretanto suspenso, voltava debaixo do domínio avassalador do Torino, a grande equipe italiana da década de quarenta. Esse domínio seria abruptamente interrompido em 1949, depois de toda a equipe de Turim perder a vida num acidente aéreo.

Em Milão, a Inter já não precisava usar o Ambrosiana no nome e passava a ser somente FC Internazionale. Apesar da mudança de nome, o clube atravessou uma seca de conquistas que só terminou com a vitória na Serie A na temporada 1952-53. Um ano depois, a Inter festejava o seu primeiro bicampeonato para enorme felicidade dos seus tiffosi. 

A Grande Inter

Em 1960, Helenio Herrera chegava proveniente de Barcelona para mudar para sempre a história da Inter. O "Mago", como ficou conhecido na Itália, trouxe consigo o astro espanhol Luis Suárez, à volta do qual criou uma equipe fortíssima que dominou o futebol italiano e o europeu.

Para a história, a equipe de Herrera ficou conhecida como "A Grande Inter", uma grande equipe, onde além de Suárez, brilhavam "gigantes" do calcio como Facchetti, Burgnich e Mazzola. Herrera adaptou o Catenaccio, muito em voga na Itália, colocando no eixo da defesa um homem mais recuado que os zagueiro, posição conhecida na gíria como líbero. O capitão Armando Picchi era o escolhido, jogando por norma atrás de Burgnich, Guarneri, Bedin e Facchetti. 

Se somou ao time também um brasileiro: Jair da Costa, o Jair. O ponta direita, campeão do mundo em 1962, deixou a Portuguesa para se aventurar na Itália e caiu como uma luva na equipe montada por Helenio Herrera. 

Campeão em 1989, a Inter colocava fim a mais um jejum de nove anos
Com a segurança defensiva, a maestria de Suárez, o virtuosismo de Jair e o faro de Mazzola, a Inter tomou de assalto o topo do futebol italiano e europeu. Campeão italiano em 1963, 1965 e 1966, subiu ao topo da Europa, derrotando o mítico Real Madrid - que atingia a sua sétima final em nove anos - por 3-1 no Prater em Viena. Um ano depois, jogando em casa, a Inter bateu o Benfica por 1 a 0 para conquistar o bicampeonato. Voltaria à final dois anos depois, perdida em Lisboa para o surpreendente Celtic por 2 a 1. 

A Grande Inter ficou na história como uma era dourada. Sob a presidência de Angelo Moratti e a liderança visionária de Helenio Herrera, a Inter conquistaria ainda dois Mundiais de Clubes, batendo os argentinos do Independiente em ambas as ocasiões. 

Os jejuns 

Herrera saíra em 1968 para a Roma, seguido depois pelo brasileiro Jair, e a Inter foi aos poucos perdendo a aura gloriosa dos anos 60. Conquistou mais um título em 1971 e um ano depois chegaria mais uma vez à final da Liga dos Campeões, perdida para o Ajax de Cruijff.

A geração de estrelas que conquistara a Europa aos poucos saía do clube. Suárez em 1970, Jair em 1972, Corso em 1973, Burgnich e Bedin em 1974, Mazzola em 1977 e o capitão Facchetti em 1978. Curiosamente, seria um ano depois da saída de Facchetti que a Inter colocaria fim a mais um longo jejum, conquistando o scudetto de 1979-80.

Vencedor da Copa da Itália em 1978 e 1982, só voltaria a ser campeã italiana outros nove anos depois, desta vez pela mão de outro mestre, Giovanni Trapattoni, o responsável pelo fim do jejum.

O Penta

Para desespero dos interistas, o título seguinte só chegaria em 2006, em sequência do caso Calciopolis, que condenou a Juventus ao rebaixamento e retirou pontos à Vecchia Signora e ao Milan, que tinham terminado à frente da Inter na classificação final. 

Moratti filho foi buscar José Mourinho e o Special One voltou a levar o Inter à glória europeia..
Com a Juventus rebaixada, Milan, Lazio e Fiorentina castigados com a perda de pontos, a Roma não foi adversário capaz de travar a Inter, que assim se tornou bicampeã. 

2007-08 marcou a histórica conquista do tri, mas a Inter queria mais, o que levou o presidente Moratti a ir buscar o português José Mourinho para o lugar de Roberto Mancini. Com o Special One, a Inter conquistou mais dois títulos e, como cereja no topo do bolo, chegou ao topo da Europa. 

Em 2010, uma grande equipe, que contava com grandes artistas da bola como Júlio César, Javier Zanetti, Lúcio, Samuel Eto´o, Wesley Sneijder, Maicon e Cambiasso, viu o não menos grande atacante argentino Diego Milito marcar os dois gols da final disputada no Bérnabeu, em Madri, contra o Bayern de Munique. 

O título da Liga dos Campeões fechou uma temporada que teve a conquista da tríplice coroa, com o título italiano, da Copa e da Champions. Júlio César, na época, era o grande goleiro do futebol mundial e Lúcio foi um grande líder para a defesa. Ainda naquele ano, os Nerazzurri foram até Abu Dhabi e venceram na final do Mundial o Mazembe, que havia deixado pelo caminho na semifinal o Inter de Porto Alegre. 

Desde então, a Inter sofreu com a ascensão da Juventus, que virou soberana no futebol italiano, mas, mesmo após um novo jejum de títulos, não deixou de ser uma das grandes potências do futebol na Velha Bota. 

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