Siga o canal do youtube do ogol.com.br
bet365
jogos marcantes
Jogos marcantes

Show contra a Itália: o Tri veio no México

Texto por Rodrigo de Brum
l0
E0

90 milhões em ação. Esse era o clima no Brasil para a disputa da Copa de 1970, a primeira transmitida pela TV em cores no país. E, depois do vexame em 66, quando fomos eliminados na primeira fase, a seleção chegou ao México com vontade de apagar a edição anterior e com um elenco recheado de craques.

Foram seis jogos e seis vitórias. Na estreia, 4 a 1 na Tchecoslováquia. A seguir, dois jogos duros. 1 a 0 em cima da Inglaterra, e 3 a 2 diante da Romênia. À partir das quartas de final, o futebol envolvente do Brasil chegou a um novo patamar. O Peru foi o primeiro rival na fase de mata-mata e foi derrotado por 4 a 2. A seguir, foi a vez dos nossos vizinhos uruguaios sucumbirem ao poderio da seleção canarinho. 

A final dos sonhos

Era chegada a grande final. O técnico Mario Jorge "Lobo" Zagallo apostava no talento brasileiro do meio-campo para a frente, com Clodoaldo, Gerson, Rivellino, Tostão, Jairzinho e Pelé. Mas o time brasileiro não era só isso. No gol, Félix fez copa segura. A linha de defesa formada por Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo proporcionava a segurança que o time tão ofensivo necessitava.

E a adversária na decisão da Copa de 70 seria a Itália, que avançou à final com vitória na prorrogação diante da Alemanha Ocidental. O estádio Azteca, com mais de 100 mil espectadores, foi o palco de um dos maiores espetáculos da história do futebol. 

O duelo começou truncado no meio-campo, mas logo o Brasil impôs seu jogo. Aos 18 minutos, Tostão cobrou o lateral, Rivellino se antecipou ao defensor e mandou para a área. Pelé, bem posicionado, testou firme para abrir o marcador na decisão. Brasil 1 a 0. Ainda na etapa inicial, o excesso de confiança brasileiro se transformou em susto. Clodoaldo tentou um passe de letra, errou, e os italianos puxaram o contragolpe. A defensiva brasileira se atrapalhou, e Boninsegna deixou tudo igual. O pragmatismo italiano agradecia.

Brasil dá show no 2ª tempo

Com o duelo novamente empatado, a Itália ficou bem postada e à espera de mais um erro brasileiro para virar o jogo. Foi preciso um lampejo individual para tirar o Brasil dessa armadilha. Com 21 minutos do segundo tempo, Gerson, o Canhotinha de Ouro, fez das suas. A defesa italiana impediu o avanço de Jairzinho e, na sobra, o meia ajeitou e soltou a bomba de perna esquerda. Um golaço. O gol que o Brasil precisava para voltar a jogar mais solto.

E foi isso que aconteceu. Daí em diante, vem o baile. O canhotinha deu início ao terceiro gol em lançamento magistral. Pelé ajeitou e Jairzinho, meio de canela, mandou para o fundo das redes. A Azurra estava entregue. E tinha espaço para mais.

A síntese do futebol arte viria a seguir. Clodoaldo se redimiu do erro no gol do rival com uma enfileirada em cima dos italianos no campo de defesa. Ele deixou a bola com Rivellino. Riva lançou para Jairzinho. Que deixou para Pelé. Que rolou com açúcar para Carlos Alberto afundar a Itália com um chute certeiro de perna direita. Na repetição ainda foi possível notar o quique da bola antes do chute.

A taça Jules Rimet era definitivamente nossa. Brasil tricampeão do mundo de futebol. Um mundial que ficou marcado por alguns dos mais belos lances da história do futebol. O quase gol do Rei do Futebol em chute do meio-campo diante da Tchecoslováquia... a cabeçada defendida por Gordon Banks, na talvez maior defesa de todos os tempos... o drible de corpo no goleiro Mazurkiewicz, do Uruguai. 

O Brasil mostrou ao mundo que era possível ser campeão mundial e dar espetáculo. E que espetáculo.

Comentários (0)
Quer comentar? Basta registrar-se!
motivo:
EAinda não foram registrados comentários…
jogos históricos
U Domingo, 21 Junho 1970 - 15:00
Estadio Azteca
Rudi Glöckner
4-1
Pelé 18'
Gerson 66'
Jairzinho 71'
Carlos Alberto 86'
Roberto Boninsegna 37'
Estádio
Estadio Azteca
Estadio Azteca
México
Cidade do México
Lotação99250
Medidas105x68
Ano de Inauguração1966