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    Corinthians

    Texto por Carlos Ramos
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    Em meio a um esporte até então elitista, trazido por ingleses para o Brasil, um grupo de operários, formado por  Anselmo Corrêa, Antônio Pereira, Carlos Silva, Joaquim Ambrósio e Raphael Perrone, à luz de um lampião, fundou, no bairro do Bom Retiro, São Paulo, o Sport Club Corinthians Paulista. O nome foi inspirado no Corinthians inglês, que excursionava pelo Brasil. O dia era o 1º de setembro de 1910. 

    Miguel Battaglia, alfaiate eleito o primeiro presidente da história do clube, teria afirmado que o Corinthians seria o time do povo. "O povo é quem vai fazer o time". As palavras, proféticas, disseram muito sobre a história do Timão. 

    Os primeiros jogos aconteceram na várzea. No registro do clube, a primeira vez que o time entrou em campo foi no dia 10 de setembro de 1910, na Várzea da Lapa, perdendo para o União da Lapa, por 1 a 0. O primeiro gol veio no dia 14 de setembro, em vitória por 2 a 0 sobre o Estrela Polar. Luís Fabi marcou o primeiro tento corintiano. 

    O Timão só deixou a Várzea para disputar o Paulista em 1913. Para entrar na competição, venceu o Minas Gerais e o São Paulo, do bairro da Bexiga. Naquela época, a elite do futebol paulista não queria a participação de clubes de origem popular, como o Corinthians. O Club Athletico Paulistano, então, formou uma liga paralela, a APEA, e se sagrou campeão por ela. O Timão se filiou a Liga Paulista de Futebol, e terminou com o quarto lugar entre seis participantes naquele ano. 

    No ano seguinte, porém, o time conseguiu uma grande reviravolta. Com dez vitórias em dez jogos, e 37 gols marcados, o Timão se sagrou, pela primeira vez, campeão paulista. Foi o primeiro dos considerados grandes no Estado a conseguir tal façanha. O título foi celebrado, por coincidência, no Parque Antártica, que seria depois a casa palmeirense, com vitória por 3 a 0 sobre o Lusitano. O time do povo voltou a ser campeão com 100% de aproveitamento em 1916. 

    O Timão cresce

    O Timão foi ficando cada vez maior em São Paulo. Na década de 1920, conquistou seis vezes o Paulista. Com o bom momento, comprou o terreno do Parque São Jorge para reinaugurar o estádio, que passou a ser a casa do clube. 

    Ainda naquela década, o Corinthians passou a ser conhecido como o Mosqueteiro. Após o tricampeonato de 1930, enfrentou o Vasco, campeão carioca no ano, e venceu, por 3 a 2, se sagrando "Campeão dos Campeões". 

    O time voltou a ser tricampeão entre 1937 e 1939. Teleco se transformou em um dos grandes ídolos do clube, marcando muitos gols. O atacante conseguiu cinco artilharias do Paulista e colocou fogo na rivalidade com o Palestra Itália, que mais tarde seria o Palmeiras. Em 1937, o goleador marcou na casa do rival o gol decisivo, que acabou sendo fundamental para o título. 

    Soberano no Estado, o Corinthians inaugurou o Pacaembu em 28 de abril de 1940, com vitória por 4 a 2 sobre o Atlético Mineiro. 

    Façanhas internacionais

    O Timão seguiu dominando São Paulo, e se caracterizando por ter sempre grandes artilheiros no time. Depois de Teleco vieram Hércules, Servílio e Baltazar. Com Baltazar, um dos grandes ídolos da história corintiana e nome presente também na seleção, o Alvinegro deu os primeiros passos fora do Brasil. 

    Disputou amistosos e torneios pela América do Sul e pela Europa. Com Baltazar e companhia, faturou, em 1953, o Rio-São Paulo e a chamada Pequena Copa do Mundo, em duelos contra Barcelona, Roma e um combinado venezuelano. Em 1955, venceu o poderoso Benfica, no Pacaembu. 

    O longo jejum 

    Depois do título paulista de 1954, o Corinthians viveu o maior jejum de conquistas da história do clube. Foram mais de duas décadas (22 anos) vendo os rivais faturarem o torneio. Ídolos como Luizinho, Rivellino e Zé Maria sucumbiam na seca de títulos. 

    Até que, em 1977, acabou o jejum. Diante do maior público do Morumbi, 146.072 pessoas, o Timão venceu a Ponte Preta, por 1 a 0, e voltou a ser campeão Paulista. Basílio marcou o histórico gol para o time do Parque São Jorge.

    Com a volta dos títulos, outros ídolos foram desembarcando no clube. Sócrates, Casagrande, Zenon, Biro-Brio e Wladimir fizeram parte da Democracia Corintiana. Neto chegou no fim dos anos 1980 e, com suas cobranças de falta venenosas, levou o time ao título brasileiro em 1990, primeiro do clube. 

    O campeão voltou

    Nos anos 1990, o Corinthians voltou ao topo do país, e alcançou o topo do mundo, com o time de Dida, Márcio Costa, Kléber, Rincón, Vampeta, Ricardinho, Edílson, Marcelinho Carioca, Luizão e companhia. Na final do primeiro Mundial de Clubes da Fifa, venceu o Vasco, no Maracanã, nos pênaltis. 

    O Time do Povo ainda tentou se elitizar com a MSI anos mais tarde e até viu Tevez carregar até o título Brasileiro, mas a coisa não correu bem dali em diante. O Timão só mudou de patamar no futebol que virou um negócio com Ronaldo, o Fenômeno. Ganhou a América e de novo o mundo comandado por Tite, mas nunca deixou de ser o Time do Povo. Afinal, é o povo que o carrega até hoje, em Itaquera. 

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