Tá doido... Lisca amarga coleção de saídas relâmpago e repete o passado

Depois de apenas sete jogos, chegou ao fim a passagem de Lisca à frente do Avaí. Uma situação recorrente na temporada 2022, depois do treinador demonstrar trabalho sólido há pouco tempo, quando recolocou o América Mineiro na primeira divisão e foi semifinalista da Copa do Brasil.

De lá para cá, Lisca comandou quatro equipes: Vasco da Gama, Sport, Santos e por último o Leão da Ilha catarinense. Em comum, o término precoce dos projetos em uma verdadeira espiral de saídas relâmpago.

O Vasco foi o clube onde Lisca permaneceu por mais tempo, com somente 12 jogos. No Sport foram só quatro, com direito a saída polêmica para o Santos e protesto da torcida do Leão. No Peixe foram oito partidas e, menos de 24 horas depois da saída, o técnico já estava acertado com o Avaí.

A onda de interrupções nos trabalhos de Lisca vêm justamente depois do momento mais sólido da carreira do treinador. No América Mineiro, entre 2020 e 2021, o técnico montou uma equipe extremamente competitiva que, não só conquistou o acesso à primeira divisão, como incomodou os times da Série A na Copa do Brasil.

Em uma sequência mágica, o Coelho eliminou o Corinthians nas oitavas de final, passou pelo Internacional nas quartas, em duelo decidido nos pênaltis, e se despediu da disputa somente nas semifinais, quando caiu para o Palmeiras, campeão da Copa do Brasil de 2020. Lisca parecia finalmente por fim ao rótulo de "doido"...

A mudança de rota

Depois do grande momento, Lisca e América fizeram bom início de temporada seguinte no Campeonato Mineiro. A equipe foi derrotada pelo Atlético Mineiro, depois de duplo empate sem gols na final, por ter feito campanha pior na primeira fase da disputa.

A realidade bateu à porta, e o início ruim no Brasileirão de 2021, somado à eliminação diante do Criciúma, na Copa, fizeram Lisca rever a rota no meio do caminho. 

"É um momento ruim. O principal motivo é falta de resultados, a falta de rendimento da equipe, na minha concepção, precisamos de um fato novo, principalmente no comando da equipe, reagrupar, achar uma maneira diferente de jogar. Faltou pouco para gente ser campeão, tanto da Copa do Brasil, Série B, Mineiro, mas conseguimos levar o nome do América muito alto. Mas, infelizmente nesse início não estamos conseguindo o objetivo, eu principalmente, tenho essa liberdade e procurei o Salum (presidente) hoje porque na minha avaliação é o melhor para todos nós, uma nova energia, uma nova maneira", declarou Lisca à época.

Enquanto estava no Coelhão, o treinador teria recusado propostas para assumir clubes como Cruzeiro, Botafogo e Coritiba, todos em reestruturação. Lisca, naquele momento, apostou na continuidade para, tempos depois, voltar à roda gigante de assinar por clube atrás de clube.

Com tantas mudanças e decisões erradas em um ano, vai ser difícil deixar a pecha de "doido" para trás... E não pela parte positiva do folclore.