O céu e o inferno: os discursos de JJ e Renato após o 5 a 0 histórico

Flamengo 5 x 0 Grêmio. O jogo de quarta-feira (23), no Maracanã, entrou para a história como uma das grandes exibições de um clube brasileiro na Libertadores. O céu para os rubro-negros, o inferno aos gremistas. Renato Gaúcho esbravejou que "até uma mulher grávida faria gol no Grêmio". 

"Tomamos cinco gols em cinco falhas nossas. Jogamos muito abaixo do que a gente sabe e pode. Se bobear, uma mulher grávida faria gol no Grêmio. O Flamengo mereceu, sim. Mas todas as chances fomos nós que demos. E eles souberam aproveitar. No momento que você enfrenta uma equipe com jogadores de nível de seleção brasileira, eles não perdoam. Quando tiver oportunidade, vão matar. E foi o que fizeram com o Grêmio", reclamou o treinador após a partida. 

O treinador gaúcho, que chegou a dizer que o Grêmio apresentava o melhor futebol do país, reconheceu que sua equipe é inferior ao adversário carioca. Especificamente no jogo do Maraca, o Tricolor jogou "muito abaixo do que poderia", analisou Renato. 

"O Grêmio é inferior um pouco ao Flamengo. Jogar diferente contra o Flamengo no Maracanã é jogar com medo. Agora, toda equipe que joga retrancada contra o Flamengo vai acabar apanhando. Eles vão te massacrar no teu campo. E a gente precisa incomodar o Flamengo. Tivemos uma grande chance. Tomamos gol no finalzinho do primeiro tempo e outro com 30 segundos no segundo", disse. 

O lado da festa 

O discurso cabisbaixo do lado gaúcho é contrastado por um Jorge Jesus "rouco" na outra sala de entrevistas. O português ressaltou a torcida flamenguista, que fez do Maracanã "um ambiente único no mundo", e confessou que não esperava tamanho resultado, apesar da confiança na classificação. 

"Claro que não imaginava 5 a 0. Tenho muito respeito pelo Grêmio. Não esperava que seria fácil. Em Porto Alegre, o VAR salvou o Grêmio. Sabia que íamos ganhar a eliminatória. A equipe é muito confiante. Em quatro meses, essa equipe já está jogando praticamente de olhos fechados. Temos muita confiança. Temos uma nuance muito mais importante que a responsabilidade do jogo, que é o prazer de jogar. Isso faz com que meus jogadores não sintam a pressão", destacou. 

JJ explicou também o duelo tático entre as equipes. Sem Luan e Jean Pyerre, Renato Gaúcho optou por mandar Michel a campo, fechando o meio-campo gremista. O português explicou como mudou sua estratégia de jogo em função disso. 

"A equipe do Grêmio até entrou bem no jogo. Nós projetamos que a equipe deles ia jogar com um sistema diferente, uma vez que o Luan e o Jean Pyerre estavam de fora. Projetei que iam jogar em um 4-3-3. O treinador do Grêmio já havia feito isso na semifinal com o River, no ano passado. Se fosse assim, já sabíamos como seria a ideia de jogo. Mas contra nossa dinâmica... Joga com três, joga com cinco, não é fácil parar a nossa equipe quando ela entra na zona ofensiva. Logo entendi a ideia do treinador deles, que era fechar o corredor central, e logo procuramos fazer outras coisas para que isso não pudesse condicionar nossa mobilidade", analisou. 

Ao longo da entrevista coletiva, Jesus destacou também a bola parada flamenguista. O técnico ressaltou que as jogadas são treinadas exaustivamente durante a semana e são, sim, uma arma letal de seus comandados. Quatro dos cinco gols contra os gaúchos saíram na bola parada. 

"Também é verdade que a maior parte dos gols foram de bola parada. Mas, na minha opinião, é um momento de jogo muito importante. Hoje, os jogos no mundo todo estão sendo definidos com estratégia de jogo, bola parada. Nós, hoje, decidimos o jogo assim".