Marinho está perto de completar dois meses fora dos gramados, e com uma sensação crescente de descontentamento com o Santos. O atacante, destaque em 2020, revelou em entrevista a Ademir Quintino a sua mágoa com o tratamento que lhe foi dado na atual temporada, fez críticas a diretoria e confirmou ter recebido propostas de rivais do Brasil para sair, além de ter sido vítima de um suposto erro médico.
De volta aos treinos, Marinho tratou de frear as expectativas por retorno. O atacante se recupera de lesão na coxa no que se tornou o maior ponto de atrito entre as partes. O jogador teria sido vítima de um erro médico no tratamento e revelou ter tido de passar por cirurgia. Mas a maior mágoa é pela forma como o clube o deixou exposto, sem dar apoio ao atleta, que sofreu com críticas dos torcedores no período.
"Abriram minha perna. Quando me perguntam na rua, eu tiro o curativo e mostro. Fui muito xingado nesse período, falaram que era migué", lamentou Marinho, que confirmou ter sido vítima do erro ao ser questionado diretamente sobre o assunto.
"E não me respaldaram, disseram que eu voltaria em 15 dias. Hoje voltei a treinar com o grupo, fiz uma parte do trabalho e tenho um ponto que não fechou ainda. Não tenho condição de jogar 90 minutos", disparou.
O contrato de Marinho com o Santos é válido até o fim de 2022, mas será difícil o ver em campo na próxima temporada com a camisa alvinegra. O atacante deixou claro que o seu desejo é encerrar a temporada e sair, ao menos que algo mude até lá ou que seja obrigado a ficar até o encerramento do contrato.
"Eu estou fechado até dezembro. Eu quero sair pela porta da frente com o clube ganhando dinheiro. É um momento que eu preciso. Se me bloquearem de novo para eu não sair, eu fico", disse.
O "de novo" se refere a propostas recusadas de duas clubes brasileiros. Marinho confirmou ter sido procurado por Palmeiras e Atlético.
"Foram recusadas. Se as propostas foram recusadas, é porque o presidente viu que não era o momento de sair", explicou.
Para Marinho, a ideia no Santos era seguir fazendo história e disputando títulos. Mas a situação mudou, e o atacante não quer ficar mais um ano no clube no meio do caos e sem se sentir valorizado.
"Nunca me falaram de plano de carreira. Nesses dois anos, ninguém me chamou pra renovar. Quando perguntei sobre isso, disseram que não tinha condições", disse.
"Quando chegar algo de fora, pensa aí, me deixa respirar. Vi Soteldo saindo, Luan Peres, Veríssimo, Alison, Pituca... Todo mundo saindo. Por que eu não posso sair também?"