O torcedor argentino sofreu, e muito, nesta terça-feira. A Suíça parou a favorita Argentina por 117 minutos, à espera dos pênaltis. Di María, completando jogada de Messi, decidiu a classificação para as quartas de final da Copa do Mundo nos últimos instantes. E ainda teve tempo para a seleção suíça levar bola na trave. Não faltou emoção.
Os jogos das oitavas de final tem sido equilibrados e difíceis e a Colômbia foi a única a conseguir a classificação com certa tranquilidade. Nesta terça, não foi diferente. A Argentina foi testada ao limite, quase caiu, mas acabou com a vaga nas quartas.
A Argentina espera agora o vencedor de Bélgica e Estados Unidos, que jogam ainda hoje, em Salvador.
Contra-ataque suíço
Os primeiros minutos de jogo na Arena Corinthians fora de estudo. A Argentina evitou arriscar-se ao ataque e tratou de trocar passes em busca de espaços. A Suíça, no entanto, sentiu-se confortável na defesa, recuada, subindo muito pouco ao ataque.
Messi demorou para entrar no jogo ©Lusa
A partida só começou de verdade aos 27 minutos, quando Shaqiri pedalou na direita, entortando um marcado, antes de rolar para Xhaka encher o pé da entrada da área. Romero defendeu. Na sequência, Lichtsteiner bateu de fora da área para nova defesa, em dois tempos, do goleiro argentino.
Talvez por sentir o perigo, a Argentina cresceu no jogo e reagiu com pressão total. Muito mais no abafa do que na organização, os Hermanos testaram pela primeira vez Benaglio, em finalização a queima-roupa de Lavezzi. O atacante pegou fraco e facilitou o trabalho do goleiro.
Do outro lado, a Suíça recuou ainda mais. Em determinados momentos era possível ver quatro jogadores em volta de Messi. Mas bastava um contra-ataque certo para matar a partida e era nisso que confiava a seleção suíça. Aos 38 minutos, o contra-ataque encaixou. Shaqiri deixou Drmic livre na entrada da área. Romero titubeou ao sair do gol, mas recebeu um recuo de presente do atacante.
O saldo do primeiro tempo foi de duas chances claras para a Suíça para zero da Argentina. O técnico Alejandro Sabella certamente não gostou do que viu.
Messi acorda tarde
O 0 a 0 era mais confortável para a Suíça. Os argentinos voltaram do intervalo ansiosos para marcar, nervosos, e desorganizados como de costume. A qualidade do futebol caiu ainda mais, com tentativas infrutíferas de bolas alçadas na área para Higuaín. A posse de bola estava acima dos 60%, o que não resultava em oportunidades.
Rojo tentou a finalização, mesmo sem muito ângulo, aos 13 minutos. Benaglio foi de forma desajeitada para a bola, mas fez a defesa. Pouco depois, o lateral cruzou na medida para Higuaín, que cabeceou para nova defesa do goleiro suíço.
A Argentina precisava mudar a postura e Sabella optou pela entrada de Rodrigo Palacio na vaga de Lavezzi. A Alvi Celeste ganhou mobilidade no ataque, até pelo cansaço do titular na altura da substituição. Mas o grande ganho foi no espaço liberado para Messi, que enfim conseguiu entrar no jogo.
Aos 32 minutos, Messi deixou três para trás na área e bateu cruzado, rasteiro, para defesa de Benaglio. Palacio se preparava para pegar o rebote quando foi travado por Djourou. O juiz não viu falta no lance e mandou seguir.
Messi despertou tarde. O jogo estava destinado a ir para a prorrogação.
Para salvar o dia argentino ©Lusa
Com drama, nos últimos minutos, brilha a dupla Messi-Di María
A Argentina chegou mais inteira fisicamente na prorrogação. Shaqiri, melhor em campo nos 90 minutos, deixou de ditar o ritmo da Suíça. Benaglio passou a ser o nome mais ativo no lado europeu da peleja. Para azar argentino, o goleiro demonstrava segurança e tranquilidade a cada defesa.
Di María arriscou de todas as formas, quase sempre sem direção. Messi tentava a jogada individual, sem conseguir finalizar. A pressão não resultou em gols. A Suíça não fez questão de atacar e a decisão caminhava para os pênaltis.
Bastavam três minutos para a Suíça cumprir sua meta: os pênaltis. Mas ai apareceu Messi, deixando no chão um defensor e puxando quatro marcadores na entrada da área. O craque rolou para Di María, que desta vez não falhou.
A classificação estava quase definida... Quase. Nos acréscimos da prorrogação, Dzemaili subiu mais que a zaga argentina e tirou de Romero para acertar a trave. A Argentina vai para as quartas, com muito drama.