O México chegou à final da Copa Ouro, mas a sensação no país é de vergonha. Nem a imprensa mexicana encontra argumentos para defender a classificação escandalosa para a decisão, depois de eliminar o Panamá com a ajuda da arbitragem de Mark Geiger, dos Estados Unidos.
Normalmente o momento de chegar a uma final é de comemoração. Mas não há festa no México. Apenas vergonha pelo que se passou contra o Panamá. "Mão negra", "roubo", "vergonhoso"... Os meios de comunicação mexicanos não pouparam críticas à forma como a seleção chegou na final da Copa Ouro.
No jornal Record, a pergunta é se há motivo para festejar. No site do diário, um artigo mostra todos os motivos para questionar a validade do torneio organizado pela Concacaf, que tratam como uma verdadeira piada. Ainda em destaque, uma série de casos em jogadores fizeram fazer valer o "Fair Play", dando a entender que o México deveria ter questionado os erros da arbitragem contra o Panamá.
O El Universal diz que o México chegou na final "carregado pela arbitragem", e fala em "Mão negra". O Estadio Deportes estampa "Nada a celebrar". Classificação "polêmica" é o mínimo que se lê na imprensa mexicana, solidária com o sofrimento do Panamá.Para quem não assistiu o jogo (resumo dos lances abaixo), não foram poucos os casos de polêmica. Primeiro a expulsão para lá de polêmica de Luis Tejada, ainda no primeiro tempo. Mesmo assim, o Panama conseguiu sair na frente e manter a vantagem até o fim do tempo regulamentar, quando árbitro simplesmente anotou um pênalti bizarro para salvar o México. Na prorrogação, outro pênalti questionável, entre outras decisões, como uma pênalti não marcado para a seleção panamenha. Miguel Herrera, técnico mexicano, mostrou-se constrangido com os eventos ainda em campo, embora tenha defendido sua equipe.
"Eu não roubei ninguém. O futebol é assim, não foi pênalti, eu sei disso, mas não tenho culpa", justificou Herrera.
"Eu dizia aos panamenhos que eles tinham razão, mas o que posso fazer?", lamentou, reconhecendo que seu time "não merecia ganhar".
Andrés Guardado, autor dos dois gols do México, ambos de pênalti, também mostrou solidariedade aos panamenhos.
"Foi a partida mais estranha que já joguei. Há decisões dos árbitros que não estão nas mãos dos jogadores. Não é culpa nossa. Conversei com vários jogadores deles, eles sabiam que não era culpa nossa", disse.
Revolta no Panamá
Hernán Darío Gómez, técnico do Panamá, exibiu um misto de revolta e tristeza após a eliminação. Em desabafo, o treinador afirmou até pensar em abandonar o futebol, mas defendeu os jogadores e o técnico do México.
"Estou impressionado. Pensei em deixar o futebol. É impressionante. Não vou por conta do grupo que tenho. E esclareço uma coisa: todos os jogadores, mexicanos, panamenhos, os técnicos, são gente limpa. O árbitro tinha de ser retirado", disse.
1-2 Pro. | ||
Román Torres 57' | Andrés Guardado 90' (pen.) 105' (pen.) |