Após duas décadas, Mallorca repete time liderado por Eto'o e volta à final da Copa do Rei

Foram 21 anos entre uma decisão e outra. O torcedor rojinegro viveu da angústia de uma eliminação na semifinal até o calvário da segunda divisão nacional. Nesta terça-feira (27), o Mallorca fez história no País Basco e derrubou a Real Sociedad para voltar à final da Copa do Rei.

Para chegar na decisão, os Bermellones foram valentes e assustaram os bascos, segurando o placar zerado, com direito a um pênalti defendido, e saindo na frente no começo do segundo tempo. A Real Sociedad conseguiu fazer valer seu favoritismo e decretou o empate, que levou a decisão para a prorrogação e, posteriormente, às penalidades. Na marca fatal, o eslováquio Dominik Greif brilhou outra vez e defendeu a única cobrança desperdiçada, colocando o Mallorca na decisão.

A última vez que o clube esteve na final da Copa do Rei havia sido na longeva temporada 2002/03. Naquela campanha, o então prodígio Samuel Eto'o comandou os Rojinegros ao título inédito. O camaronês, que ainda não sonhava em fazer história com o Barcelona, escreveu seu nome na eternidade do Mallorca.

No trajeto até a taça, os Bermellones passaram por Gramenet, Hércules, Valladolid, Real Madrid, Deportivo La Coruña e Recreativo, na decisão. Eto'o, titular nos jogos de La Liga, estreou na Copa do Rei apenas nas quartas de final.

O camaronês marcou cinco gols em cinco jogos pela competição. Os dois primeiros foram diante do Real Madrid, na goleada por 4 a 0 no jogo de volta. Eto'o voltou a balançar as redes duas vezes na decisão, comandando a vitória por 3 a 1 sobre o Recreativo. 

Apesar do protagonismo, o atacante teve pouco tempo para comemorar o título. Isto porque Eto'o estava cedido à seleção de Camarões para a disputa da Copa das Confederações, na França. No dia seguinte, o africano voltou a Paris e ainda atuou na decisão perdida para os donos da casa, por 1 a 0.

Além de Eto'o, o elenco do Mallorca ainda contava com o artilheiro uruguaio Wálter Pandiani e os veteranos espanhóis Marcos de la Fuente e Paco Soller. O time era comandado pelo ex-técnico da Espanha, Luis Aragonés.

O passado e o presente se encontram

Assim como há 21 anos atrás, o Mallorca conta com um plantel sem grandes estrelas. O time é o 15° colocado em La Liga, com 24 pontos, fora neste momento da briga contra o rebaixamento, mas ainda mais distante de uma campanha regular.

Em 62 participações na Copa do Rei, esta será a quarta vez que o Mallorca disputará a grande final. Antes do título de 2003, o clube perdeu duas decisões nas temporadas 1990/91 e 1997/98. 

Na primeira chance de faturar o bicampeonato, os Bermellones podem reencontrar um dos seus algozes. Na próxima quinta-feira (29), Atlético de Madrid e Bilbao decidem em La Catedral o segundo finalista da Copa do Rei.

Em 1991, os Colchoneros adiaram a festa do Mallorca, na prorrogação, e levaram a Copa do Rei pela sétima vez. A reedição da final pode acontecer no dia 6 de abril, em Sevilla, no La Cartuja. Os Rojinegros já estão com o passaporte carimbado e aguardam apenas a definição dos seus rivais.