2018, o ano da resiliência, pode acabar com alívio ou rebaixamento para Paulão no domingo

Resiliência: "capacidade de superar, de se recuperar de adversidades", segundo o dicionário. É a capacidade de lidar com a pressão e vencê-la. O zagueiro Paulão sabe bem o que é isso. Ao menos dentro de campo. 2018 é o ano da resiliência de Paulão. 

Ex-Internacional e campeão brasileiro com o Cruzeiro em Minas, o jogador voltou para Belo Horizonte para lutar contra o rebaixamento no América. Em entrevista para oGol, o atleta defende que a permanência será comemorada em BH, mas não se assemelha ao título que fora conquistado na cidade anos antes, pela Raposa. 

"Situação de Z4 é sempre complexa. É preciso resiliência para manter a cabeça no lugar e trabalhar tranquilo. Seria importante para o clube e para todos nós permanecermos na Série A. Esse é o objetivo de todo grupo e esperamos que, ao final desta última rodada, possamos conquistar essa permanência do Coelhão na elite do futebol brasileiro. Título é título. A permanência será comemorada, mas com respeito, pois ninguém gosta de estar nessa situação no campeonato", explicou. 

No Rio de Janeiro, antes de voltar para Minas, Paulão vivia situação parecida, já que a fase do Vasco no Campeonato Brasileiro nunca foi das melhores. Na Colina, porém, a pressão foi ainda maior, se tornando insustentável. 

"A pressão era muito forte e desproporcional em São Januário. Em qualquer clube seremos cobrados, como aqui também somos. Mas lá estava demais. E quando a torcida elege um atleta para 'Cristo', fica complicada a permanência no clube. Já conhecia Minas e vestir a camisa do Coelho seria uma satisfação para mim. E foi. Aqui vivo bem, treino bem e estou sempre a disposição do grupo para ajudar no que for preciso", revelou. 

Paulão entrou na última partida do Coelho, na vitória sobre o Bahia. O resultado (vitória por 1 a 0) manteve o time vivo na luta contra o rebaixamento. Foi apenas a quarta partida do atleta no América. Ainda assim, Paulão tenta ajudar. 

"Todo jogador quer jogar, 'né'. E se disser que isso não incomoda, está mentindo (risos). Respeito os companheiros e estou sempre dando meu melhor para que o treinador tenha uma competição saudável pela posição e que, mesmo na reserva, esteja preparado física e psicologicamente para contribuir com o grupo. Procuro sempre manter o clima agradável, mas me posiciono quando preciso. Isso sempre fez parte da minha personalidade e entendo que minha colaboração com a entidade sempre partirá da nossa verdade e compromisso", analisa.

Com contrato com o Coelho até o final de 2019, quando termina seu vínculo com o Internacional, Paulão ainda não quer pensar no futuro. O jogador tem como foco ajudar o América a evitar o rebaixamento. Dentro ou fora de campo. 

"Acredito que muita gente já está pensando em 2019, mas para a gente, ele começa só depois do apito final no domingo. Precisamos dessa definição antes de qualquer coisa. Oportunidades e novidades estão com meu representante e vamos trabalhar isso somente pós-campeonato. O objetivo agora é apenas um: manter o América na A. Jogando ou não, estamos unidos por esta causa. Temos uma decisão no Rio e ainda restam duas vagas no Z4. Foco total para esta última partida que define o rumo da próxima temporada", garante.

Para ficar na Série A sem depender de outros resultados, o América tem de vencer o Fluminense, no Maracanã. Em caso de empate, pode ficar se a Chape perder para o São Paulo. A última rodada exigirá muita resiliência...