A Ásia vem se mostrando um promissor mercado para os jogadores que se destacam no Brasil. Recentemente, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Diego Tardelli, nomes lembrados por Dunga para a seleção brasileira, rumaram para o continente por propostas "irrecusáveis". Uma mudança de destino motivada por altas cifras, e que surge como alternativa para o mercado europeu.
Os campeonatos na Europa continuam a ser referência em competitividade, mas é difícil disputar financeiramente com a Ásia, principalmente não se tratando dos principais clubes europeus. Nem o medo de ficar esquecido e de perder espaço na seleção parece ser o suficiente para afastar os brasileiros da nova alternativa de mercado.
"Conversei com uma pessoa dentro da CBF, uma pessoa importante e isso me deixou mais tranquilo para uma saída para a China", revelou Tardelli ao se apresentar para o Shandong Luneng.
O clube ainda conta com outros três brasileiros: Júnior Urso, Aloísio e Vágner Love, que também já teve passagens pela seleção brasileira. O argentino Montillo, ex-Cruzeiro e Santos, também faz parte do elenco, dirigido por Cuca.
Já Ricardo Goulart foi comprado por outro time chinês, o Guangzhou Evergrande, que conta também com Elkeson, ex-Botafogo, e Alan, formado no Fluminense e que nas últimas temporadas se destacou defendendo o Red Bull Salzburg, da Áustria.
China busca também na Europa
A contratação de Alan mostra que o mercado da China é um destino de atletas que atuam também no futebol da Europa. Alberto Gilardino, ex-Milan, Anelka, que já atuou em gigantes de Espanha, França, Itália e Inglaterra, e Didier Drogba, campeão da Liga dos Campeões com o Chelsea, já jogaram a liga chinesa.
O Campeonato Chinês, que em 2015 contará novamente com Darío Conca, que deixou o Fluminense para fechar com o Shanghai FC, de fato não é dos mais competitivos. O número máximo de estrangeiros por equipe é quatro, e, com isso, as equipes são compostas na maioria por chinenses.
O objetivo da liga nacional é ajudar a desenvolver a seleção chinesa. Com a presença de treinadores experientes e jogadores renomados, o país, que recentemente acabou eliminado nas quartas de final da Copa da Ásia, busca aumentar o nível de competitividade e revelar mais jogadores.
O novo destino dos brasileiros
Além do futebol chinês, outros dois países asiáticos se destacam na contratação de grandes nomes do futebol brasileiro: Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Éverton Ribeiro, destaque do Cruzeiro no bicampeonato brasileiro e convocado por Dunga para seleção, foi comprado pelo Al Ahli. A equipe conta também com Grafite, reserva da seleção brasileira na Copa de 2010, desde 2011.
Já a liga da Arábia Saudita conta também com atletas que já defenderam a seleção brasileira: Thiago Neves joga no Al Hilal e Bruno César defende as cores do Al Ahli. Recentemente, a equipe de Jeddah passou a contar também com Osvaldo, ex-São Paulo.
E a Europa?
Com os principais destaques acertando com equipes asiáticas, onde fica o futebol europeu, tradicional destino de craques brasileiros ao longo da história?
Nos últimos anos, os jogadores que se destacam no Brasileirão já não chamam tanto a atenção das equipes do Velho Continente. Os clubes de lá agora apostam em jogadores mais novos, enquanto quem já passou dos 23, 24 anos, acaba seduzido Ásia.
Parece não ser mais viável também para clubes medianos da Europa competir com os altos investimentos asiáticos. E nem tentador para os jogadores.
As duas últimas grandes apostas do mercado europeu no Brasil foram feitas por gigantes: Barcelona e Real Madrid. A equipe da Catalunha levou ano passado Neymar, enquanto os Merengues apostaram recentemente em Lucas Silva, ambos jovens e com muitos anos de carreira pela frente.
Agora, além de ficar atento ao que acontece em campeonatos como o Espanhol, o Inglês, o Italiano e o Alemão, Dunga terá que acordar um pouco mais cedo para saber o que acontece na Ásia.