Quando subiu na área para marcar, de cabeça, o terceiro gol do São Paulo contra o Goiás, nesta segunda-feira, Alan Kardec encerrou um jejum de 11 jogos sem marcar gols. Uma seca incomoda para o atacante, mas que nunca colocou sua vaga no time em risco. Um indício que o Kardec tricolor é bem diferente da versão goleadora do Palmeiras.
Alan Kardec deixou o Alviverde a contragosto. Era querido no Palmeiras, vivia boa fase e nutria um carinho especial pelo clube. Trocar a camisa verde pela tricolor foi decisão arriscada e corajosa, motivada pelo desgosto do atleta com a diretoria de seu antigo time. Kardec sabia que teria que disputar posição com jogadores de renome, como Luís Fabiano e Alexandre Pato. Era preciso se adaptar.
Raio-X [Jogador] |
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Alan Kardec | | São Paulo |
No Palmeiras, os números mostram um Kardec goleador. O atacante foi artilheiro do clube na Série B, com 14 gols, foi artilheiro do Paulista, com nove, e ainda começou o Brasileiro de 2014 marcando pelo Alviverde, antes de definir sua saída. Em 46 jogos pelo seu antigo time, o jogador anotou 24 gols, com média de 0,52 por jogo. Um número respeitável, embora não brilhante.
No São Paulo os números mostram um Kardec bem diferente. O atacante estreou com gol e anotou mais três nos cinco jogos seguintes, porém não manteve a boa média. Ao todo, em 25 jogos, o jogador assinou sete tentos apenas e teve dois longos jejuns, o primeiro de seis jogos, e o último, encerrado contra o Goiás, de 11.
O fato de ser titular inquestionável no time prova que Muricy Ramalho não se importa tanto com os gols de Kardec. No time que possui o segundo melhor ataque do Brasileiro, o técnico precisa de outras qualidades. Hoje, o atacante é apenas o terceiro com mais gols dentro do próprio clube, atrás de Pato e Ceni, e perto de Luís Fabiano, que fez menos jogos. A média passou a ser modesta, de 0,28 gols por jogo.
O Kardec goleador ficou no passado e deu lugar ao Kardec voluntarioso. O São Paulo, até o momento, não tem motivos para queixas.