O Brasil estreia na Copa do Mundo no dia 12 de junho, contra a Croácia. Para conhecer melhor o primeiro adversário brasileiro no caminho do hexa, a equipe de ogol.com.br acompanhou o amistoso dos croatas contra a Suíça, que terminou empatado em 2 a 2, e preparou uma análise completa da seleção comandada por Niko Kovac.
Que o Brasil é favorito contra os adversários na primeira fase não é novidade. Mas a seleção de Felipão deve ter atenção. Contra a Suíça, a Croácia expôs problemas na defesa e limitações técnicas no meio-campo, mas também mostrou algumas qualidades e teve forças para arrancar um empate contra um adversário superior no papel.
A força croata surge pelas pontas
Avaliar uma equipe apenas por um jogo é sempre um risco. Ainda mais quando se trata de uma seleção em processo de readaptação a um novo treinador, Niko Kovac, que assumiu a Croácia depois dos vários tropeços nas eliminatórias. Com Kovac, a seleção croata venceu a Islândia com dificuldades, sem convencer, mas assegurando vaga na Copa do Mundo. A Suíça certamente é melhor parâmetro.
De qualquer forma, a Croácia de Kovac mudou pouco da dinâmica de jogo frente ao que se via com Igor Stimac. Contra os suíços, os croatas foram escalados em um 4-2-3-1 ligeiramente torto, caindo mais pela esquerda com Olic. A disposição inicial foi a indicada no campinho.
Apesar dos desfalques para a partida, e das incertezas sobre o desenho tático, o time que entrou contra a Suíça deve ser a base do que vai enfrentar o Brasil na Copa do Mundo. Jelavic surge como opção para Mandzukic, uma das estrelas da Croácia, e que estará suspenso na estreia do Mundial. Modric não começou contra a Suíça, mas é titular absoluto e entrou no segundo tempo.
A talentosa equipe suíça dominou a primeira parte contra o time ao lado, e com certa facilidade. Foi ao intervalo vencendo por 2 a 1, com dois gols de Drmic, ambos aproveitando falhas da defesa croata. A Croácia que atuou na primeira parte dificilmente teria chances de suportar 90 minutos contra uma seleção de topo. Com a postura do primeiro tempo, os croatas sairiam satisfeitos se evitassem uma goleada brasileira na Copa.
O segundo tempo foi diferente. Sem ser brilhante, a Croácia ao menos mostrou um futebol capaz de incomodar. Além da postura mais segura na defesa, com Rakitic e Males fechando os espaços pelo centro, os croatas tiveram uma melhora significativa nos passes e na saída de bola, principalmente depois da entrada de Modric como um segundo volante. O time explorou as jogadas pelas pontas, quase sempre com Olic, e os cruzamentos, inclusive nas bolas paradas, com Rakitic.
A versatilidade é um ponto a se destacar. Modric pode atuar praticamente em qualquer setor do meio-campo, e Kovac pode aproveitar Rakitic e Perisic em diferentes funções, pelos dois lados do campo. Kovacic atua centralizado, contribui na marcação e abre espaços para Rakitic. O sistema pode ser alterado para um 4-2-2-2 ou até um 4-3-1-2 sem que as peças sejam necessariamente alteradas.
A impressão final é a de que, apesar de ter muitos problemas por resolver, a Croácia pode sonhar com uma vitória contra o Brasil ou ao menos um empate, mas para isso vai precisar de concentração total nos 90 minutos e um pouco de sorte. Em um bom dia, a seleção brasileira passa com facilidade pela seleção croata.
Modric, o maestro
Na estreia da Copa, Modric só não será titular se estiver com problemas físicos. Anular a saída de bola do jogador pode ser uma boa arma para Felipão.
Sem Mandzukic, Olic é o mais perigoso do ataque
Contra a Suíça, Olic foi o melhor em campo. O jogador mostrou ter preservado o vigor físico e passeou pelo lado esquerdo. E se engana quem acha que não havia um marcador à altura. O lateral direito da Suíça é Lichtsteiner, da Juventus.
O primeiro gol de Olic foi de puro oportunismo, aproveitando bobeada da defesa suíça em jogada de escanteio. O segundo foi um exemplo do que pode fazer o atacante, com velocidade e força para vencer a marcação e um chute cruzado, firme, para o gol.
Srna, o capitão
Contra o Brasil, Srna terá a dura missão de impedir os avanços de Neymar. Provavelmente será o melhor marcador do atacante na primeira fase. O lateral é um dos pilares da Croácia e muito do futebol da seleção depende de seu desempenho pela direita.
Com Mandzukic fora, Srna, Modric e Olic podem ser considerados os jogadores a quem Felipão deve avaliar com especial atenção para não ser pego desprevinido.
2-2 | ||
Josip Drmic 33' 41' | Ivica Olic 39' 54' |