Uma temporada em xeque: esta é a situação atual de Santos e Athletico Paranaense. Os rivais, que decidem nesta terça-feira (14) uma vaga na semifinal da Copa do Brasil, têm mais em comum que qualquer adversário de outros confrontos desta fase. O momento é de crise, mas permitindo a analogia com o mantra da economia, toda crise pode ser transformada em uma oportunidade.
Para abordar a trajetória dos paulistas e dos paranaenses até aqui na temporada quase não é preciso distinção. No estadual, decepção completa. No Campeonato Brasileiro, uma grande sequência de jogos sem vitória. Nos mata-matas, a chance de salvar um ano pouco produtivo.
A diferença entre Athletico e Santos, neste momento, basicamente é que o Furacão vive uma tormenta (um pouco) menor. É que o Athletico segue vivo na Copa Sul-Americana, enquanto o Peixe caiu nas quartas de final. Nesta terça, porém, o Santos pode "igualar" esse patamar, caso reverta a vantagem de 1 a 0 conquistada pelo Athletico no jogo de ida. Caso contrário, restará ao Santos sobreviver na Série A.
A oportunidade de um recomeço tardio na temporada não é exagero. Há uma semana, Santos e Athletico iniciavam mudanças no quadro técnico. O Peixe demitiu Fernando Diniz, agiu rápido no mercado e contratou Fábio Carille. Quatro dias depois foi a vez do Furacão encerrar o vínculo com o português António Oliveira, que ainda não tem substituto.
Ao entrar em campo nesta terça, o Santos tenta encerrar a sequência de sete jogos sem vitória. Na verdade, o quadro pode parecer até pior se ampliar o raio desta análise: apenas uma vitória nas últimas 10 partidas.
O próprio Carille deixou claro que o trabalho no Santos será, propriamente, um recomeço. Afinal, quem se lembra da filosofia de trabalho do treinador, campeão brasileiro com o Corinthians, sabe que a prioridade por um sistema defensivo sólido contrasta totalmente com a ideia de construção de jogo ofensiva proposta por Diniz.
“Ainda tem muitas ideias do trabalho anterior e com dois dias você não consegue tirar”, disse Carille, após estreia no empate em 0 a 0 com o Bahia no final de semana.
Pelo lado do Athletico Paranaense, a crise não é menor. O Furacão até tem uma sequência menor sem vitórias (5 jogos), mas isso só porque venceu o próprio Santos no jogo de ida da Copa do Brasil. Nas últimas 13 partidas do clube, foram apenas duas vitórias, três empates e sete derrotas, entre elas uma eliminação na semifinal do Campeonato Paranaense.
A verdade é que nem o mais otimista torcedor do Santos ou do Athletico aposta muito nesta Copa do Brasil. O confronto de azarões, porém, se tornou esta oportunidade que insistimos aqui. É a chance para um dos clubes expulsar a crise e concentrar o que vier de bom nesta noite para o Campeonato Brasileiro, que se mostra um desafio a ser domado por ambos.