O sonho olímpico terminou para a seleção brasileira feminina, e de forma cruel, na loteria dos pênaltis. Coube a Stephanie Labbé, goleira do Canadá, o papel de protagonista desta sexta-feira, depois de empate sem gols em 120 minutos de disputa com o Brasil.
Para o Brasil ficou o sabor amargo do quase. A disputa por vaga nas semifinais foi equilibrada, mas com o Brasil com as chances mais claras durante a peleja. Labbé, segura durante todo o encontro, acabou por ser a diferença entre as partes.
Um encontro com a forte seleção canadense nunca seria fácil. E, como previsto, o que se viu no primeiro tempo foi muito equilíbrio entre as partes. O Canadá finalizou mais, sem no entanto levar tanto perigo ao gol de Bárbara. O Brasil dominou a posse e, embora tenha criado menos, acabou por ter a única grande oportunidade antes do intervalo.
A grande chance veio de falha de Gilles na saída da defesa. A zagueira perdeu a bola para Debinha, que avançou livre na área e acabou por demorar a definir, dando tempo para Labbé sair em seus pés.
Fora o gol perdido por Debinha, o Brasil teve também um pênalti marcado e posteriormente anulado com auxílio do VAR. Nada a reclamar neste caso: a entrada de Chapman de carrinho em Duda foi na bola e apenas nela.
O segundo tempo foi um pouco mais movimentado, e com ligeiro domínio brasileiro. Mas quem teve a primeira grande chance depois do intervalo foi o Canadá, na bola parada. Gilles subiu mais que a defesa brasileira e mandou no travessão.
A seleção brasileira colocou Labbé para trabalhar com tentativas de média e longa distância. A goleira pegou chute cruzado de Debinha e quase falhou em cobrança de falta fechada de Marta, venenosa. Mas a sobra não encontrou nenhuma brasileira no caminho.
O empate sem gols persistiu até o apito final. Com sinais de exaustão dos dois lados, as duas seleções tiveram de encarar mais 30 minutos de prorrogação.
A disputa na prorrogação foi tensa, e de muitos choques entre atletas. Com muitas interrupções por conta das faltas, e com o evidente cansaço de figuras importantes, como Marta, pouco se produziu.
Labbé salvou o Canadá a dois minutos do fim, em cabeçada no canto de Érika. A goleira, inclusive, foi destaque ao longo da partida com suas saídas seguras do gol, pelo alto e pelo chão. Bárbara sequer foi testada. Mas, no fim, a dupla seria avaliada pelo desempenho nas penalidades.
Bárbara se prontificou ao título de heroína voando para defender logo a primeira cobrança, de Sinclair. Marta deixou o Brasil na frente na sequência. Fleming, Debinha, Lawrence, Érika e Leon não falharam. Mas Andressa Alves parou em Labbé e Gilles colocou pela primeira vez as canadenses na frente na série. Rafaelle foi para a cobrança decisiva e parou também na goleira do Canadá. O sonho brasileiro terminou nos pênaltis.
0-0 (4-3 Pen.) | ||