Ano após ano, Domenico Berardi é destaque no Sassuolo, da Itália. A trajetória de sucesso do atacante por lá pode até fazê-lo parecer um veterano, mas está longe disso. Aos 26 anos, nove como jogador profissional inteiramente dedicados a uma única camisa, Berardi bateu a marca de 100 gols pelo Sassuolo. E não é só.
Berardi tem no momento a melhor temporada da carreira, ao menos se considerada a média de gols por jogo até aqui. Em 2020/21 são 13 gols marcados em 23 partidas disputadas, o que representa a boa média de 0,56 gol/jogo, ainda mais levando em conta que Berardi não é propriamente um centroavante, nem tem a função de homem-gol do time - atribuída atualmente a seu companheiro de ataque, Francesco Caputo.
A consistência de Berardi pelo Sassulo não chama a atenção há pouco tempo, pelo contrário. Lá em 2012, quando se profissionalizou, o atacante marcou 11 gols na campanha do título do clube na Serie B. O bom desempenho na época, quando tinha 18 anos, o levou a assinar pela Juventus. Muito jovem e ainda não testado em mais alto nível, Berardi provavelmente não teria espaço na Velha Senhora de Carlitos Tévez, Giovinco, Llorente, Quagliarella e companhia e, por isso, seguiu por empréstimo no Sassuolo.
Os anos seguintes, na elite italiana, foram de sucesso para Berardi, que acabou por nunca defender a Juve, e também para o Sassuolo. Em 2013/14 fez seu melhor ano até hoje, com 16 gols em 30 partidas, o suficiente para ajudar seu clube na árdua missão de fugir do rebaixamento. Com o tempo, o objetivo do modesto Sassuolo cresceu e o clube chegou até mesmo a figurar na disputa da Liga Europa. Assim, o Sassuolo, um time sem grande tradição no futebol italiano, se tornou uma consistente equipe de meio de tabela, enquanto Berardi, o atacante prodígio, uma peça de luxo dentro deste projeto.
Além dos gols, Berardi também tem em seu pacote um grande repertório de assistências. Nas últimas seis temporadas pelo Sassuolo no Italiano foram 35 passes para gol, ninguém entregou mais do que ele nesse mesmo período.
A marca simbólica dos 100 gols pelo Sassuolo (101, na realidade), parece soar como um bom lembrete ao mercado da bola. A não ser que o próprio atacante tenha em si a louvável missão de envergar apenas uma camisa em sua carreira, fato especificamente não tão incomum assim na Itália, Berardi é quase como um tesouro perdido. O mapa já está desenhado, todos sabem onde encontrá-lo. Basta entender o porquê ainda não o fizeram.